Um sonho estranho

424 43 2
                                    

Era uma noite chuvosa, eu podia sentir porque estava me revirando na cama o tempo todo. Os raios e trovões não me deixavam dormir apesar de eu estar um pouco sonolenta.

Onde eu estava? Não era a casa de Bennett pelo o que pude distinguir, pois a minha visão estava um pouco embaçada pelo susto que levei ao despertar com essa chuvarada.

Foi então que pude ouvir uma conversa entre duas mulheres no corredor que ficava do lado de fora do meu quarto. Ambas pareciam assustadas, mas não pude distinguir suas vozes por causa do barulho da tempestade.

- Mas isso não é possível! –disse uma delas

- Na verdade isso é inevitável, pelo menos segundo nossas tradições quando acontece– disse a outra mulher.

- Mas ela nem chegou a conhecê-lo, como pode chamar por ele?

- Não sei dizer como acontece.

- Não pode ser! E se descobrirem?Você sabe a quem me refiro, não quero uma vida assim pra ela!

- Eu também não quero colocar você novamente em perigo, eu sei que ainda não se recuperou do que fizemos.

- Nunca irei me esquecer daquilo.

Elas pararam de falar, como se ambas estivessem pensando no passado.

- Ele também chama por ela, todas as noites e quer encontrá-la.

Mais silêncio.

-Como pode ele se lembrar do sonho e ela não?

-Encontrá-la é a missão dele e não dela, é dever dele se lembrar do sonho.

- O que faremos? Isso não pode acontecer!

- Irei fazer de tudo para manter ele afastado dela, mas sabe que um dia irão se encontrar- disse a segunda mulher.

- Eu sei, mas se pudermos tentar evitar que se encontrem, iremos fazer isso, pelo bem deles.

- Não é isso que mais me preocupa.

- Então o que a deixa mais preocupada? – perguntou a primeira mulher.

- A vulnerabilidade que eles se encontrarão quando ambos souberem ou tiverem consciência da verdade, principalmente ela. Podem usá-la.

- Você acha que o mal pode dominá-la?

- Sim, mas não porque ela será fraca, mas sim porque o mal será forte o bastante para obrigá-la a fazer o que está esperando há anos.

Eu queria espiar as duas conversando e ver quem eram essas mulheres, mas parecia que meu corpo estava dopado, pois eu me sentia sonolenta e fraca demais para manter meus próprios olhos abertos.

- Então, o que proponho é não nos vejamos mais pessoalmente, é muito arriscado, só chamei você porque não sabia o que significava o que estava acontecendo com ela, agora que sei, eu juro que levarei esse segredo para o meu túmulo, porque de mim, ninguém vai saber de nada.

- Concordo, por mais que me doa não vê-la mais.

- Eu também sinto saudades, mas não podemos arriscar, temos que a todo custo, protegê-los do perigo.

- Então, temos um acordo?

- Sim, ninguém além de nós saberá disso.

Acordei de súbito, por um momento não sabia onde estava, mas olhei em volta, estava no quarto que ficava na casa de Bennett.

Que sonho estranho...

Nem sei por que sonhei com isso...

Olhei para o relógio que se encontrava no criado mudo ao lado da cama, eram duas horas da manhã. Depois desse sonho, eu sabia que não conseguiria dormir novamente. Me levantei, abri a porta e espiei pelo corredor. Ele estava vazio e o silêncio estava me incomodando.

Havia três portas no corredor, qual delas seria o quarto de Bennett?

Tentei sentir a presença dele, já que ele disse que podia me achar sempre que quisesse através da marca em meu antebraço. Respirei fundo e tentei senti-lo.

Loucura né? Mas eu tinha que tentar.

Quando enfim estava concentrada o bastante, acreditem se quiserem, mas eu consegui senti-lo. Ele estava acordado e estava na terceira e última porta do corredor.

Quando parei diante da porta, estava prestes a bater nela quando a mesma se abriu de repente. Bennett saiu do quarto vestindo somente uma calça de moletom preta e com um sorriso radiante no rosto.

- Pelo visto, você roubou a minha ideia – ele disse.

Estava concentrada de mais olhando seus músculos bem definidos antes de encarar seu rosto e perguntar:

- Que ideia?

- Estava indo vê-la, senti que estava meio inquieta essa noite.

- Ah, eu, tive um sonho esquisito, não consegui dormir depois disso.

- Compreendo, tá afim de me dizer o que aconteceu?

- Acho que não, quero simplesmente esquecê-lo.

- Tudo bem, então que tal um leite quente para seu sono voltar? Isso sempre me ajuda.

Eu ia dizer que não era pra ele se incomodar comigo, mas ele me lançou novamente aquele sorriso.

Eu precisava urgentemente me controlar quando ele fazia isso.

- Aceito.

- Então vamos.


Olá pessoal! Tudo bem com vcs? Espero que sim :) Gnt do céu, tenho que pedir desculpas pelo sumiço de novo, mas nos últimos meses não tenho tido tempo nem pra respirar direito, ainda mais com meu note dando problemas ao invés de soluções ksks Mas segue mais um capítulo. Não esqueça de deixar seu comentário se vc está gostando da história. Até a próxima! Fuii :)

Marcada pelo loboWhere stories live. Discover now