À noite, de volta ao nosso aconchegante apartamento, Jesse me encheu de mimos, trazendo o jantar na cama e, mais tarde, uma fumegante caneca de chocolate quente.
Mas nem mesmo toda a gentileza dela me fazia esquecer os acontecimentos recentes.
Sr Thompson, Sr Channey e Srta. Price. Três pessoas que podem ter uma ligação com um caso de assassinato.
Eu simplesmente não sei o que eu faço quando penso nisso.
Dez minutos depois de ter esvaziado a caneca, Jesse entrou no quarto, sentou-se na beirada da cama e suspirou.
- Beca, estou muito preocupada com você.
Dei um longo suspiro.
- Eu sei Jess.
- Por favor, me conte exatamente o que está acontecendo - ela implora.
- Não entendi o que você quis dizer com isso.
Mas a verdade é que eu sabia.
- Você tem andado muito misteriosa ultimamente e tenho respeitado isso Beca, entendo que talvez esteja passando por dificuldades e que no momento você se sinta insegura para contar o que está passando, mas você ter ido parar no hospital deixou a mim, seu tio e até mesmo o Jake preocupadíssimos.
Eu podia sentir que Jesse estava prestes a chorar, pois suas palavras seguintes partiram em mil pedaços o meu coração.
- Eu sei que eu talvez não esteja sendo uma boa amiga e que devo me esforçar melhor...
- Jesse...
- Eu vou estar mais presente quando você precisar...
- Jesse...
- Ou - ela estava choramingando agora - Acho melhor você procurar uma nova melhor amiga...
- Jesse Angélica Lopes nunca mais quero que diga algo assim, você é a melhor amiga que eu poderia ter!
- Mas...
- Sem mas, e ponto final.
E com isso, eu consegui arrancar um sorrisinho dela.
- Obrigada Beca, eu também amo muito você, mas quero que me conte, por favor, o que está acontecendo, só assim poderei ficar com a consciência tranquila.
- Você não entenderia.
- Talvez sim, talvez não, mas você só vai saber se contar pra mim.
O que eu faço, o que eu faço, o que eu faço?! Será que digo realmente a verdade? Será que devo mentir mais uma vez para minha melhor amiga? Mas o que Jesse diria se eu dissesse que Bennett e sua família são lobisomens?
- Jess, a questão é que...
A questão é que comecei a sentir uma espécie de calor e minha respiração começou a ficar mais pesada. De repente o quarto começou a ficar pequeno e as paredes em volta de mim começaram a me sufocar. Tive que me levantar da cama.
- Aonde você vai? O médico disse que você tem que repousar - protestou Jesse.
- Preciso pegar um ar, já volto - mal reconheci minha voz.
- Mas Beca e a nossa conversa?
- A gente continua depois.
- Mas...
- Depois Jesse!
Nunca havia gritado com ela dessa maneira e me senti culpada, mas não a ponto de pedir desculpas. Descendo as escadas, topei com Jake no meio do caminho.
- Calma aí Beca, aonde pensa que vai? O médico disse...
- Eu sei o que ele disse, mas preciso tomar um ar.
- Se eu fosse você...
- É mas felizmente não é, estou cansada de todos vocês me dizerem o que eu devo fazer, eu estou bem e que se dane o que o médico disse, eu preciso sair.
Jesse saiu do quarto e estava no pé da escada com a boca aberta assim como Jake.
- Que gritaria é essa? - quem pergunta é o Tio Edgar.
- A Beca que está maluca, está dizendo em sair para tomar um ar sendo que o médico...
- Já chega disso! - explodi - Se falarem a palavra médico de novo eu juro...
- Rebeca, o que está acontecendo? Você nunca falou assim conosco antes - tio Edgar tenta amenizar.
- Tio... - tentei me acalmar - Não estou me sentindo bem, preciso tomar um ar.
- Mas conte para nós o que a perturba, assim poderemos te ajudar a...
- Não preciso que me ajudem! - gritei novamente - Já sou bem grandinha para cuidar de mim mesma sozinha!
E saí correndo.
Corri, corri e corri o mais rápido que meus pés permitiam. Eu queria paz, eu queria silêncio e sabia onde eu poderia achar isso.
***
Eu corria entre as árvores da floresta o mais rápido que meus pés podiam, minhas costelas já imploravam para que eu desse trégua, mas não fiz isso. A vegetação se fechava atrás de mim e o caminho de volta para casa parecia cada vez mais distante.
Mesmo correndo, uma voz cruel e imaginária em mim começou a me provocar.
Olha só o que você fez Rebeca, sua melhor amiga está se culpando por algo que ela nem imagina que está acontecendo com você, Tio Edgar te olha com pena, você lembra a pobre menininha frágil que perdeu os pais em um acidente de carro... e Jake, ele sofre ao ver Jesse olhando pra você com olhos tristes...
- Ah cala essa boca! - gritei aos quatro ventos para que minha mente parasse de me jogar pensamentos maldosos. Então resolvi parar para me localizar.
Olhei ao redor e vi que estava em um canto da floresta onde um lago cintilava à luz da lua cheia.
Lua cheia... Bennett...
Ah que se dane ele.
Sentei-me à margem do lago e olhei para a água, uma Rebeca descabelada e ofegante me encarava de volta. Novamente senti aquela raiva avassaladora que me atingiu mais cedo, peguei uma pedra e a atirei no lago.
A água estremeceu e assim que ela voltou a se acalmar, outro reflexo do outro lado da margem surgiu.
Eu o encarei sem saber o que fazer quando ele também me fitou.
Olá pessoal, td bem com vcs? Espero que sim, segue então mais um capitulo, espero que gostem e não esqueçam de deixar seu comentário e voto se vocês gostarem, bjusss!!!
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Marcada pelo lobo
WerewolfMinha vida era normal até eu conhecer ele. Sua arrogância o fazia sempre estar perto de mim. Então, quis o destino que eu fosse marcada. Vi o preto se tornar azul, recebi uma marca de lua e percebi que a minha vida e a dele, eram cheias de segredos.