Marcada pelo lobo

A visita do Tio Edgar

Jesse definitivamente fez um interrogatório.

- A quanto tempo vocês estão andando juntos? Por que você não me contou? Vocês estão namorando?

- Faz uns dias, não te contei porque você fica muito esperançosa e não, não estamos namorando.

- Então por que você está chegando tão tarde em casa? Ou pensa que eu não percebi que você não dormiu em casa aquele dia que o Jake e eu comemoramos o nosso aniversário de namoro.

Eu queria contar a Jesse tudo o que está acontecendo, de verdade, mas ela não entenderia e até poderia me chamar de louca.

- Nesse dia, você não vai acreditar, fui num bar e acho que bebi demais, quando acordei estava no meio da floresta e fiz até uma tatuagem.

Era uma meia verdade o que eu disse, mas mostrei meu braço pra confirmar a história.

- Meu Deus Beca, como isso foi acontecer? Você não é de beber e muito menos gosta de tatuagem, Deus a culpa é minha, eu não deveria ter te pedido favor nenhum podia ter ido simplesmente até a casa do Jake pra comemorar lá, Beca, algum animal poderia ter me matado!

É Jesse, você não faz ideia pensei.

- Tudo bem Jess, não foi culpa sua, e poderia ter sido pior.

- Pior como?

- Eu poderia ter tatuado um dragão nas minhas costas.

- Por Deus Beca, cala a boca sua maluca – ela me deu um abraço- nunca mais faça isso sua louca, promete?

- Tá bom Jess, prometo, agora será que eu posso ir tomar um banho e ir dormir? Porque amanhã meu tio vai vim me visitar.

- Sério? Adoro seu tio Edgar!

Depois que tomei meu banho, coloquei meu pijama cor-de-rosa com bolinhas pretas que Jesse achava horrível e que um dia quase o jogou fora sem eu ver! Disse que se ela tentasse jogar fora de novo eu deixaria de ser sua amiga, aquele pijama quem me deu foi minha mãe então eu tinha um carinho muito grande por ele.

Finalmente me deitei, mas estava sem sono. Havia muitas perguntas que ainda não foram respondidas, a principal delas era: como o alfa sabia sobre o acidente dos meus pais?

Não ligava pro fato de saber quem ele era, eu só queria saber a verdade.

Jesse não teria contado a alguém teria? E o tio Edgar? Será que ele havia contado?

Me levantei da cama e olhei pela janela. A rua estava deserta, ao longe, o pio de uma coruja podia ser ouvido.

Tem algo que não se encaixa nessa história e era esse pedaço que não encaixava que eu iria descobrir.

***

A chegada do tio Edgar me deixou mais contente.

- Rebeca! Minha sobrinha linda – ele me deu um abraço paternal – Nossa que saudade eu estava de você!

- Eu também tio! – retribuí o abraço – o que tem feito durante esse tempo sem eu?

- O de sempre querida, tratando dos negócios dos seus pais e você?

Eu não poderia dizer a ele que "Ah tio, minha vida tá diferente, vi um lobisomem no meio da floresta outro dia, ele me marcou com essa tatuagem, ah e ela brilha quando ele faz seus olhos se tornarem azuis ou quando está na sua forma de lobo e claro, ele é o meu colega de química, ainda não surtou tio? Então olha qual é a cereja do bolo: tem um alfa que supostamente quer me matar!"

Eu teria sorte se meu tio só desmaiasse (se acreditasse em mim primeiramente) ou tivesse o azar dele ter um ataque cardíaco e depois morresse.

Tendo todos esses possíveis acontecimentos em mente, eu apenas disse:

- Estudando muito.

- Sempre estudiosa – ele deu um sorriso.

Jesse entrou na sala nesse exato momento.

- Edgar! Não acredito que você já chegou!

- Jesse minha querida!

Eles deram um abraço.

- Humm, que cheiro delicioso! – tio Edgar exclamou.

- Estou preparando uma lasanha, minha especialidade.

Nesse momento, a porta do apartamento se abriu.

- Edgar, que surpresa.

- Jake, como vai meu rapaz?

- Vou bem.

Jake passou direto por meu tio e eu e foi em direção a Jesse.

- Fazendo meu prato favorito, amor?

- Claro, chuchu.

Aproveitei que Jesse e Jake se retiraram da sala e perguntei ao tio Edgar.

- Tio, se importa se eu fizer uma pergunta?

- Claro que não, pode perguntar.

- Por acaso o senhor comentou com alguém sobre a morte dos meus pais?

Tio Edgar se espantou um pouco com a pergunta.

- Ora, minha querida, é claro que comentei.

Meu coração pareceu ter parado nesse instante.

- E com quem foi tio?

- Rebeca, em primeiro lugar quero que saiba que tive que comentar o assunto com essa pessoa por causa da sua matrícula na faculdade, eu sei que é um assunto delicado para você, mas como me deixou à par de cuidar de sua inscrição na universidade, foi preciso que eu contasse o que aconteceu com seus responsáveis legais, mesmo você sendo de maior, eu precisava confirmar de que tenho permissão para isso, portanto tive que comentar o que realmente aconteceu com seus pais.

- Então, o senhor quer dizer que contou ao...

- Sim Rebeca, contei ao senhor Jeferson Thompson, o seu diretor.

Passando então para atualizar a nossa história, até a próxima galera, fuiii ;)