trinta e quatro

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CAPÍTULO 34

Estávamos indo até a casa de shows onde Jackson iria tocar e eu só conseguia pensar o quanto aquela noite estava sendo perfeita.

Cole quase conseguiu apagar da minha mente a imagem do meu pai e a tristeza no meu coração. Ele conseguia tirar risadas sinceras de mim e me fazer mais feliz do que qualquer pessoa já havia feito.

Ah, porra, será que eu poderia estar sentindo a palavra com "A" por ele?

Não, não. Por favor, não. Se eu sentisse aquilo que não deveria ser nomeado, estaria muito fodida. Da última vez que senti aquilo por uma pessoa acabei com a cara quebrada.

Mas por que eu sentia que a minha vida girava ao redor de Sawyer? Era ridículo o quanto eu precisava dele. Não precisava dele para o meu plano - afinal, que plano? -, mas de sua presença a todo tempo. Não queria mais ninguém ao meu lado e ficava extremamente incomodada ao pensar nele com outra pessoa.

Acalme-se, Lydia, você não está sentindo aquilo que não deve ser nomeado. Você gosta de Sawyer, ok? Só gosta dele e de passar um tempo com ele.

Apenas isso.

Sorri comigo mesma por ter resolvido aquele conflito interno. Estava decidido então: eu apenas gostava muito dele e - se fosse sortuda - ele também sentia o mesmo.

Chegamos no local onde seria o show e já estava lotado de gente. Meus olhos brilharam com a música que repercutia até de fora do local e a multidão louca para entrar.

- Como vamos entrar? - perguntei para ele. - Tem uma fila enorme. Não vamos chegar a tempo de ver Jackson tocar.

- Ele nos deixou na lista - avisou, enquanto passava pelas pessoas irritadas. Eu me desculpei a cada um por estar furando a fila. - Podemos entrar agora.

Sawyer falou nossos nomes e o segurança nos deixou passar na hora. Pelo menos aquele bar tinha um, pensei. Mas eu ainda gostava bastante do outro bar. Havia sido convertida.

Quando entramos, a música repercutiu na minha alma de tão alta que estava, fazendo meu coração bater no ritmo da bateria. Sorri ao ver Jackson tocando guitarra no palco, apesar de várias pessoas estarem na frente. Ele era tão, tão bom.

Eles estavam tocando uma música da Florence & The Machine e a cantora era uma mulher lindíssima de cabelo azul e uma voz celestial. Por que Sawyer nunca havia me levado num show deles? Era de tirar todo o ar.

Abrimos espaço entre a multidão - enquanto eu não tentava machucar ainda mais o meu braço fodido naquele lugar - e Cole acenou para Jackson, que pareceu piscar para nós dois quando nos viu. Depois que a música acabou, tive uma epifania ao perceber que estavam começando a tocar Still Into You do Paramore.

Dei uma gargalhada, me virando para Sawyer.

- Como você fez isso? - indaguei, falando no seu ouvido para que ele conseguisse escutar apesar da música alta. - Se comunicou com ele por telepatia?

Ele riu, me puxando para mais perto e colocando os lábios perto da minha orelha.

- Mandei uma mensagem perguntando se poderia tocar essa música quando chegássemos - falou e o meu coração derreteu. - Ele disse que tudo bem, já tinham tocado antes.

Pisquei várias vezes, inconformada com como Sawyer pensava em tudo.

- Isso foi só por que você perdeu o cabaço ao som dessa música e queria esfregar na minha cara?

- Não, idiota - ele riu. - Porque você disse que queria ter ido ao show.

E foi nesse momento que eu pensei: droga, acho que posso estar sentindo a palavra com "A" por ele.

Só FingindoWhere stories live. Discover now