três

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CAPÍTULO 3

Na manhã seguinte, me meti numa discussão com os meus pais que me fez ter certeza da minha decisão.

Meu pai me disse que eu não iria para um programa no verão de astronomia que eu implorei por anos para poder ir.

Anna e Owen Carpenter nunca apoiaram meu senho de ser uma engenheira aeroespacial. Desde pequena era tudo que eu queria e eles metralharam esse sonho dizendo que eu era bonita demais para ficar fazendo isso o resto da vida. Aquilo só era um pretexto para suas ideias retrógradas e eles não queriam admitir que não me achavam capaz.

Por isso, com a raiva borbulhando e muita determinação, fui procurar Cole Sawyer para começar a colocar meu plano em andamento.

O encontrei exatamente onde esperava: debaixo da arquibancada com sua jaqueta de couro fumando seu cigarro como um garoto rebelde. Meu Deus, ele era tão clichê que poderia escrever "Rusty James"* em sua testa.

E exatamente por isso era perfeito.

Fui até lá confiante e quando Cole me viu, deixou seu cigarro bambo na boca e franziu o cenho. Cheguei mais perto e abri um sorriso.

- Eu sou Lydia Carpenter - me apresentei. - Mas eu acho que você já sabe disso.

Cole finalmente parou com a feição de ponto de interrogação e continuou a fumar o seu cigarro.

- E o que eu tenho a ver com isso? - foi a única coisa que respondeu.

Ouch, eu não esperava por essa. Aquilo estava ficando cada vez melhor!

- Eu vim te fazer uma proposta - soltei. Era melhor ir direto ao ponto.

Ele tirou o cigarro da boca e deu um sorriso forçado.

- Não estou interessado.

- Você nem me ouviu...

- Não preciso ouvir para recusar.

Cole desviou o olhar com desdém e continuou fumando como se eu não estivesse ali. Eu odiava aquele cheiro. Fedor desgraçado.

- Eu quero te ajudar a não repetir de ano - comecei, certa. Ele me olhou de soslaio e eu estalei a língua: - Pela terceira vez consecutiva.

Cole mostrou um pouco de curiosidade ao se virar para mim.

- Não preciso de uma tutora.

Soltei uma gargalhada. Tutora? Faça-me o favor, pensei.

- Ah, não não - expliquei. - Não quero ser sua tutora.

Ele me encarou sem entender.

- Vou te ajudar a colar - disse, colocando as cartas na mesa.

Por um momento, achei que ele estava considerando. Depois, apenas soltou uma risada irônica.

- Por que acha que eu precisaria de você para colar? - respondeu ele, seco. - Faço isso por anos sem precisar de ajuda.

- E como isso funcionou para você? - debochei baixinho.

Cole levantou os olhos, me analisando. Depois, passou a língua sobre o lábio e jogou o cigarro no chão, pisando em cima logo em seguida. Ótimo jeito de destruir o meio de ambiente, babaca!

- O que você ganha em troca? - perguntou, curioso. - Se você veio pelas drogas, pode esquecer. Não vendo mais.

Franzi o cenho. Ele vendia drogas?

- O que? - sibilei, meio desnorteada. - Não! Claro que não!

Cole levantou uma sobrancelha, me escutando hesitante.

Só FingindoWhere stories live. Discover now