(História postada apenas aqui)
Lydia Carpenter ama clichês: assistes filmes românticos clichês, lê clichês, mas nunca foi um. Apesar de ser inteligente, sempre foi popular e teve um namoro que ela pensou só existir em filmes. Ela achou que estava de...
Meu maior medo aconteceu: eu não conseguia parar de pensar no beijo de Cole.
Sim, era uma maldição e não uma benção, porque depois daquilo toda vez que eu o via ficava sem fala ou comentava algo ridículo. Ele provavelmente percebeu que eu estava totalmente abestada, mas fez o favor de não comentar nada.
E o pior de tudo: ele parecia totalmente tranquilo.
Claro, ele deveria estar bem acostumado a beijar várias garotas em seu quarto e não tinha motivo para ficar esquisito. Além disso, claramente não era tão emocionado como eu.
Que maldita vergonha, Lydia!
Eu conseguia até ouvir a risada sarcástica de Cole em meus pensamentos, como se também achasse que eu estava fazendo um papel de tola.
Naquele dia, fomos interrompidos pela Caroline que já chegou abrindo a porta do quarto do irmão e lançou um sorriso de "estou vendo adolescentes beijarem". Essa foi a minha deixa para correr até a saída e ir embora o mais rápido que consegui. Sim, eu era uma idiota e sim, eu sabia disso.
Não conversei mais com o meu pai depois que ele decidiu dar uma de Sherlock Holmes para cima de Cole. Toda vez que eu olhava para ele percebia que havia algo errado, porque ele só sorria de uma forma cínica e pretendia que tudo estava bem.
Deus, não tinha como a situação piorar!
Ah, não. Tinha sim. Eu fiquei totalmente retardada quando Cole me deu carona de volta da escola na sexta. Credo, até parece que eu nunca havia beijado um garoto antes.
- Vamos para o bar hoje - avisou ele quando já estávamos voltando para casa no carro velho.
Sua moto ficaria pronta naquele dia. E eu estava ansiosa (meu Deus, o que havia acontecido comigo?).
- Você está me incluindo no "vamos"? - perguntei.
- Sim, mas Sugar e Jackson também vão estar lá - disse ele. - Então fica a seu critério.
Assenti com a cabeça, encarando a janela. Eu havia apostado com ele que conseguiria me enturmar com seus amigos e assim faria.
Além disso, eu também não estava falando com a minha mãe. Os jantares de família se tornaram apenas silenciosas garfadas enquanto os olhares nem chegavam a serem cruzados. E, naquela noite, eles fariam outra festa com os amigos.
Eu preferia mil vezes ir para o bar sujo com Cole do que ir para a festa dos meus pais. Só Deus sabe que da última vez não acabou bem.
Pensando bem, quase nenhuma noite acabou muito bem nos últimos meses. Talvez Cole fosse uma má influência para mim mesmo. Ou eu fosse para ele.
De qualquer jeito, iria continuar frequentando seus lugares. Farsa ou não, eu estava até começando a gostar do nosso relacionamento.
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