bônus especial

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COLE SAWYER

Eu me lembro da primeira que vi Lydia Carpenter.

Se ela perguntar, negarei até a morte; mas não foi debaixo da arquibancada que a reparei de primeira. Eu já sabia quem ela era bem antes disso, ela apenas não fazia ideia que havia atraído o meu olhar.

Estava ouvindo Dirty Work do Steely Dan nos fones de ouvido – alto o suficiente para não precisar escutar o barulho insuportáveis dos adolescentes que eu dividia oxigênio na escola – quando ela passou pelo corredor com as amigas. Das três, ela foi a que mais me chamou atenção.

Seu cabelo cacheado brilhante se destacava e ela tinha os olhos grandes mais bonitos que eu já havia visto. Parecia desfilar numa passarela e era impressionante o quanto todos paravam para encarar as três. Eu tinha vontade de vomitar quando via essas garotas ricas que achavam que detinham o controle de todos.

Sério. Achava todas patéticas.

Achava que Lydia era igual. Mas não podia estar mais enganado.

Ela era estupidamente diferente do que eu um dia imaginei. Na verdade, ficava com raiva de mim mesmo por ter pensado tão ruim de garotas como ela antes. Ela era intensa na medida certa, engraçada sem nem notar, espontânea o suficiente para me conquistar com apenas alguns encontros falsos.

Essa era Lydia Carpenter.

Agora, não sei mais como seria a minha vida se não tivesse aceitado aquele namoro falso ridículo. Fala sério, parecia a pior ideia do mundo. Não sei o que eu tinha na cabeça.

Mas também não mudaria por nada.

– Steely Dan – a escutei dizendo enquanto cantarolava a letra da música.

Escondi o meu sorriso com um gole da cerveja que estava tomando. Estávamos no nosso "primeiro encontro" oficial, como ela quis chamar. Obviamente eu quis que fosse no único bar que eu gostava.

– Eu não sabia dessa – menti, porque eu obviamente sabia quem cantava a música que eu escutava da primeira vez que a vi andando pelos corredores.

– Bom, eu sempre fui melhor nesse jogo que você – se exibiu com um sorriso orgulhoso enquanto mexia a azeitona no seu drinque.

Como as nossas bebidas, eu e Lydia éramos totalmente opostos. Mas, por mais incrível que parecesse, éramos muito parecidos em tanta coisa. Eu amava como ela sabia quem cantava absolutamente todas as músicas. Ou quase todas.

As que ela não sabia ainda, eu iria fazer com que soubesse.

Porque, se dependesse de mim, iríamos fazer o nosso jogo de músicas até o fim dos tempos. Se dependesse de mim, amaria a garota ao meu lado mais uma vez e até que ela se cansasse de mim.

Dessa vez, não a deixaria ir por nada no mundo.

Só FingindoUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum