33. Oi, eu sou Bill!

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Uma semana havia se passado desde o enterro de papai, porém a dor da perda e da ausência permaneciam terrivelmente fortes e presentes em meu coração. Por algum motivo, Diane insistia em permanecer em Hawkins e a sua presença era incrivelmente inquietante. Ela havia me dado a vida, mas éramos completas estranhas uma para outra. Desde pequena precisei me acostumar e aceitar ao fato de que a minha mãe escolheu nos abandonar em um dos piores momentos de nossas vidas. O vazio foi preenchido por Jim Hopper, que além de pai, também ocupou o papel de mãe. Em datas comemorativas, como "Dia das Mães", as escolas infantis sempre se preocupavam em fazer uma homenagem, e em todas elas, era sempre ele que estava ali, com os olhos repletos de lágrimas que significavam "eu estou orgulhoso de você!" e um lindo sorriso estampado ao rosto. 

Com o passar do tempo, de repente, tudo parecia normal. A ausência de Diane, já não me incomodava mais. Nós éramos pai e filha, mas acima de tudo, éramos melhores amigos. Éramos cúmplices. E eu não trocaria aquilo por nada.

O fato de Diane ter se sensibilizado com a morte de meu pai, não significava absolutamente nada para mim, pois a muito tempo a minha existência não significou nada para ela, caso contrário, ela não teria me abandonado. Após o funeral, as minhas expectativas de vê-la ir embora, apenas me frustraram, pois ao que parecia, ela estava determinada a conseguir o que queria. 

- Certo, qual é o plano? – A voz de Dustin ecoa no quarto de Eleven, tirando-me de meus pensamentos e desvaneios.

- Que plano? – Eu pergunto e o vejo revirar os olhos – Desculpe. Estava com o pensamento longe.

 Estava com o pensamento longe

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- Percebemos. – Mike responde – O que faremos em relação à Burly?

- É. Ela não deveria estar sendo monitorada, igual monitoraram Will da última vez? – Dustin questiona. 

- Quem garante? – Mike pergunta, demonstrando certa preocupação.

De repente, fragmentos da morte de Billy reaparecem em minha memória, pois pouco tempo depois, o Devorador havia caído morto ao chão do Starcout Mall. Pisco várias vezes tentando livrar-me daqueles pensamentos e focar o máximo possível na conversa dos garotos.

- Mike, se o Devorador estivesse vivo, nós estaríamos mortos! – Dustin o responde como se fosse óbvio. 

- Nós não faremos nada! – Eu respondo firmemente, fazendo-os olharem atentamente para mim – E nem ousem tentarem fazer algo pelas minhas costas! Não vamos conseguir respostas enquanto Burly estiver em coma. A única coisa que podemos fazer é esperar para que ela acorde logo e bem.

- E até lá vamos ficar sentados sem fazermos nada? – Mike pergunta demonstrando certa irritação.

- Continuem com as suas vidas! Vão até ao cinema ou ao Arcade... – Eu lhe respondo enquanto direciono meus olhares até Eleven nunca jogou jogos eletrônicos, é uma boa oportunidade para você ensiná-lo, Mike. – A garota sorri em concordância.

𝙷𝙰𝚆𝙺𝙸𝙽𝚂Onde histórias criam vida. Descubra agora