Capítulo 31

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POV SOPHIA:

Eu tentava acalmar Luiza, a medida que suas lágrimas desciam pela sua face. Seus olhos estavam vermelhos e ela parecia estar perdida em pensamentos.

— Você acha que se eu morrer agora, tudo isso pode acabar? — Ela me pergunta, fungando com força contra minha roupa. A abraço mais forte em meu peito.

— Você não vai morrer, eu estou aqui e não quero que pense besteira! — Eu falava, enquanto ela se remexia e tentava se acomodar melhor no meu colo. — Agora que você está mais calma, eu preciso que me conte exatamente o que aconteceu, tudo bem? — Perguntei, sentindo ela balançar a cabeça em afirmação e levantar o corpo, para beber o copo d'água que estava em cima da minha mesinha dentro do quarto.

Luiza respirou fundo, amarrando o cabelo e ajeitando a postura.

— Eu juro pra você que não era para isso ter acontecido, eu só queria conversar com a Judith em um lugar calmo e pensei que na minha casa fosse o local mais apropriado, mas isso não aconteceu e quando me dei conta, a merda já tinha sido jogada no ventilador e eu não sabia para onde ir...eu....— Segurei suas mãos com força, fazendo ela me observar e começar a respirar fundo, para tentar acalmar Luiza novamente.

— Vamos por parte, ok? — Ela afirmou silenciosamente. — Você e Judith estavam na sua casa, e sobre o que conversaram? — Perguntei, tentando começar pelo princípio, para fazer ela esquecer do problema central que parecia ser o grande causador de seu estado atual.

— Isso, estávamos em casa e começamos a falar sobre nossa...sobre nossa relação! — Acenei para ela continuar. — Estávamos no meu quarto, a porta estava fechada e minha mãe não se encontrava em casa no dia. Ela disse que iria até o mercado, porque o dia da feira tinha sido antecipado e os produtos estavam em promoção. — Luiza estava um pouco mais calma, e parecia divagar a medida que me contava sobre o ocorrido. — Enquanto isso, eu e Judith falávamos sobre o que estávamos sentindo e sobre como queríamos continuar a partir de agora, já que, ficou bastante claro depois naquele dia do confessionário que ainda sentimos algo uma pela outra! — Sua revelação me faz sorrir em sua direção, sentindo que finalmente sua cabeça dura aceitou o fato de gostar de alguém e admitir isso.

— Mais claro que aquilo, eu acho impossível né? Até Jesus presenciou os sentimentos de vocês aflorados dentro daquele confessionário! — Luiza torceu o nariz e por um momento, pensei que ela iria me recriminar, mas não foi isso que aconteceu. Ela deu uma gargalhada e eu a acompanhei em seguida.

Mas, ela parou rapidamente e começou a chorar baixinho. Passei as mãos pelas suas tranças, tentando dar um tempo a ela, até que se sentisse a vontade para falar novamente.

— Tínhamos nós acertado. Estávamos bem, de verdade. Por um momento, eu quis muito que o tempo parasse ali e aquele momento não acabasse nunca! — Ela dizia, enquanto limpava as lágrimas do rosto. — Eu a beijei primeiro, fiquei tão feliz com aquela situação que não consegui me controlar, mas...— Mordi os lábios, já sabendo ou suspeitando o que talvez iria vim depois daquele "mas".

— Mas...? — Perguntei, depois dela ter se perdido novamente em pensamentos.

— Mas o momento não durou muito, e minha mãe acabou adentrando o quarto de surpresa! — Respirei fundo, tentando não pensar na situação e no constrangimento que foi. — Ela começou a brigar, dizendo que isso era um pecado e que eu era uma sem rumo. Que eu ia acabar no inferno como meu pai, já que pessoas como eu deveriam queimar até purificar a minha alma! — Olhei para Luiza perplexa diante daquela situação e falas, não acreditando que sua mãe foi capaz de ir tão longe com as palavras. — Ela me bateu, e Judith tentou interferir para me ajudar, mas o tapa acabou pegando nela também e em questão de segundos, minha mãe estava puxando Judith pelos cabelos e levando até a porta de casa com a intenção de por ela para fora! — Balancei a cabeça em negação, indignada com aquela situação e pensando em como Judith também deveria estar e se estava machucada mais gravemente.

{RETA FINAL} Aluna Nota A Onde as histórias ganham vida. Descobre agora