Capítulo 6 - Confusão Obsessiva

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Depois daquele dia, a Clarisse tentou insistentemente me chamar de irmão mais algumas outras vezes

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Depois daquele dia, a Clarisse tentou insistentemente me chamar de irmão mais algumas outras vezes.

Porém eu me encarreguei de fazê-la entender, com toda a minha hostilidade, que não somos irmão e nem nunca seremos.

Então eu apenas fingia ser um bom irmão na frente dos nossos pais e quando estávamos só nós dois eu era mais frio e hostil que os piores adultos.

Um ano se passou e as coisas não estavam mais tão insuportáveis assim. A garota aprendeu seu lugar e nunca me dirigia a palavra - não que ela fosse muito de falar -, mas na frente dos nossos pais, nos tratavamos  bem, porém sem nunca nos chamarmos de irmãos diretamente.

Clarisse completou  4 anos e a mamãe cismou que quer colocar a peste na pré escola.

Eu imaginei ela interagindo com outras crianças, outros meninos da sua idade e fiquei muito muito irritado. Lembrei daquela reação que tive há um ano atrás quando a levei na praça pela primeira vez.

Então afim de pelo menos postergar o inevitável, me ofereci para ensinar ela a ler e escrever.

Assim ela só precisaria se matricular no primeiro ano e isso seria daqui a dois anos apenas.

De toda forma eu convenceria eles a matricularem ela na mesma escola que eu... Já tinha um plano todo arquitetado.

Eu não sei exatamente onde estava com a cabeça... Eu propus algo que me deixaria mais próximo dessa ladra de família, mas foi totalmente por impulso.

No fundo, de toda forma, acho que prefiro assim do que ela tendo contato com os outros.

Alguém me ajude a entender porquê eu tenho ciúmes dessa criança assim como tenho dos meus pais... Seria eu, já aceitando que ela faz parte da família? Inadmissível!

No nosso primeiro dia de estudos, eu fui até seu quarto e fazia tempo que não tinha reparado em sua beleza, afinal eu raramente a encarava. Sempre fingia que ela não existia.

A garota conseguia ficar mais bonita a cada ano... Miserável.

Ela se vestia sempre como uma bonequinha o que a deixava ainda mais estonteante e ela é só uma criança.

Balanço a cabeça para afastar meus pensamentos esquisitos e nebuloso.

Eu que escolhi isso.  Agora eu que me lasque com minha ideia infeliz.

- Oi. - Ela diz com a sua voz divina e angelical.  Toda vez que eu a ouvia falar era uma espécie de anestésico que fluía pelo meu corpo que me deixava completamente desnorteado.

- Eu fiz umas apostilas e montei um cronograma, precisamos segui-lo a risca.

Ela balança a cabeça que sim e eu fico com raiva.

- Responda em voz alta! - Rosno.

- Sim... - Ela diz com a expressão de medo familiar em seu rosto. - Pode ti chamá Thony, igual mamãe?

Amor Obsessivo Where stories live. Discover now