Capitulo 41 - Ideia Obsessiva

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Clarisse está em coma há 6 meses

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Clarisse está em coma há 6 meses.

Tempo suficiente para eu ter recuperado meu pé o suficiente para colocar uma prótese.

Como meu intelecto é acima do normal e a prótese foi projetada por mim o período de adaptação foi muito curto e eu já nem me lembro que o meu verdadeiro pé não está ali e sim uma prótese.

Porém, Clarisse ainda é o problema.

Ela está em coma induzido, seus ferimentos já foram tratados e curados, porem eu não consigo tirá-la do coma, por que a maldita vai agir como uma diaba quando acordar.

Infelizmente eu não tive a sorte do papai, essa mulher não teve nenhum dano cerebral que indique que terá perda de memória quando acordar.

Ela provavelmente vai recordar de tudinho.

Ou seja... Continuará uma capirota.

Papai entra na sala e me encara enquanto eu acaricio o cabelo da porra da mulher que eu amo.

Eu amo do meu jeito, mas amo.

- Eu te avisei pra você fazer as coisas com cuidado... A história é sempre a mesma. Negar os sentimentos, fazer muita merda, ferrar a mente delas, dá merda no final, o arrependimento bate e não tem como voltar atrás...

- Eu sei... Você me avisou e eu achei que não seria o meu caso. - Suspiro.

- Meu pai tinha esse mesmo sentimento pela minha mãe e meu avô também, pela minha mãe... Andei pesquisando e isso é uma doença que passa de geração em geração... Nem todos são assassinos de brinde como eu, mas a obsessão e fixação por uma mulher especifica, isso é padrão. Sempre no mesmo nível Doentio.

- Você pesquisou nossa árvore genealógica? - Pergunto surpreso.

Ele acena que sim.

- Isso significa que se eu tiver um filho com a Clarisse...

- Ele vai nascer com o mesmo problema. - Papai conclui.

- Tem algum padrão? É sempre pela primeira garota da nossa idade que vemos?

- A Clarisse não foi a primeira garota que você viu... Você já tinha 8 anos quando ela chegou. A Lissara também não foi minha primeira. Eu acho que essa porra não tem muito uma lógica... É mais como uma coisa aleatória... Você nunca sente nada igual até encontrar a mulher que desperta isso em você.

- Entendo... E não vou conseguir deixar ela ir não importa o que aconteça, certo? Por mais que eu tente e meus descendentes estarão fadados a ter a mesma maldição que eu... E se eu matá-la agora?

- Por que você não tenta? - Papai me desafia com a sobrancelha erguida.

Reviro os olhos.

- Não vou conseguir, certo? Você também tentou matar a mamãe. - Advinho.

- Claro, eu sou um assassino... Eu matava quase todo mundo que cruzava meu caminho. Sua mãe não foi diferente, eu tentei muito matar ela, principalmente por que ela não sentia medo de mim.

Suspiro...

Realmente mata-la é perturbador demais pra mim.

- O que eu faço, papai?

Ele me encara como se fosse óbvio.

- Você é cientista, porra! Cria alguma merda pra ela perder a memória!

- Isso é arriscado.

- Que outra chance você tem? Vai manter ela preza e amarrada? Ela estava com depressão profunda, porra! Acha que ela vai descansar enquanto não se matar ou matar você? E eu to me fodendo pro que sua mãe pensa sobre, se ela te machucar de novo ou te matar eu vou matar ela lenta e dolorosamente.

Eu o lanço um olhar mortal pelo que falou.

Eu tenho remédios prontos que podem fazer isso... Podem fazer ela se esquecer até de como fala e isso traria ótimas lembranças... De quanto ela era uma criança, submissa, inocente.

Suspiro novamente e dessa vez encaro o papai decidido.

- Tudo bem... Vou cortar o coma induzido dela e começar com a medicação da memória. Como vamos fazer com relação à mamãe? Clarisse jamais poderá saber que é filha da mamãe... Temos o mesmo sobrenome então acredito que eu deva dizer que somos casados para tentar disfarçar... Mas na filiação dela tem o nome de vocês...

- Temos a certidão original dela ainda. Podemos usar ela para fazer a certidão de casamento de vocês. Com relação à sua mãe, eu vou cuidar dessa parte. Só... Vá pra longe inicialmente.

- Está bem...

Clarisse... Dessa vez você será minha, vou fazer você se apaixonar louca e perdidamente por mim.

Toco seus cabelos macios.

- Você vai ser minha bonequinha de novo, amor.

Vejo uma lágrima rolar pela sua bochecha.

Sorrio e a pego com a ponta do meu dedo, o levando até a boca e provando seu sabor salgado.

- Obrigado, papai.

- Família são pra essas coisas. - Ele diz e se retira.

Volto a olhar para minha bonequinha.

- Vamos brincar de casinha... Primeiro você será meu bebê e depois será a minha esposa...  E depois será mamãe. - Sorrio involuntariamente ao imaginar Clarisse carregando um filho nosso.

Porém o pensamento de que se for menino ele será como eu e o papai é um pouco desmotivador...

Talvez eu possa pensar em um plano de contingência para isso mais tarde.

De início eu nem quero dividir o amor da minha bonequinha... Quero ela só pra mim, ela vai me recompensar por cada dor de cabeça que ela me deu.

- Vou fazer você criar uma dependência de mim tão grande que vai doer cada segundo longe de mim, querida. - Beijo seus lábios levemente.

- Vai doer muito mais do que o meu pé que você fodeu. - Sorrio.

Amor Obsessivo Where stories live. Discover now