Capítulo 40 - Desespero Obsessivo

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Puta que pariu, puta que pariu!!

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Puta que pariu, puta que pariu!!

Disco o número do meu pai rapidamente e ele atende no primeiro toque.

- Preciso de ajuda, sua filha maluca surtou e jogou a gente barranco abaixo, o carro capotou, estou preso nas ferragens e ela foi arremessada em algum lugar lá fora.  - Digo enquanto Checo se estou com alguma coisa quebrada.

- Porra!!! Manda a localização e chama a ambulância, estou indo até vocês. - Ele diz e ouço som de coisas caindo através do telefone.

Provavelmente ele levantou no pulo.

Desligo e após enviar a localização pra ele ligo para a ambulância.

Eu preciso ir ver se essa puta está viva, mas meu pé está fodidamente preso.

O correto era esperar a ambulância e os bombeiros, mas o medo de não conseguir socorrer aquela filha da puta e ela morrer é maior do que meu medo de perder o pé.

Com um esforço grande eu começo a tentar tirar meu pé das ferragens, por sorte o carro rolou e não caiu de cabeça para baixo, isso seria bem mais problemático.

Meu pé está quase saindo mas eu sei que estou fodendo ele, consigo sentir os rasgos, porém a dor não vem, provavelmente devido a adrenalina.

Consigo me soltar e sair do carro, mas como imaginava, não consigo apoiar o pé no chão, então vou mancando atrás de Clarisse.

Onde essa mulher endemoniada foi parar?!

Um leve desespero começa a brotar quando não a vejo no campo aberto onde nos captamos, isso significa que ela foi arremessada pra dentro da floresta.

Se essa puta estivesse com o sinto se segurança...

Mas ela está viva, eu sei que está! Só pode estar...

Vou em direção às árvores, meu pé grita em protesto, começando a doer pra um inferno.

Essa mulher... Ela só me deu dor de cabeça desde sempre, tudo isso porque ela me considerava um irmão, tudo isso por que fizemos parte da mesma família de forma errada, eu poderia te-la de outra forma se as coisas fossem diferentes...

Meus pensamentos são interrompidos quando vejo o corpo de Clarisse no chão, próximo a uma das árvores.

Acelero o máximo que consigo, meu pé está doendo pra um inferno.

Me aproximo da Clarisse ou o que sobrou dela...

Ela está completamente fodida, sua perna com certeza está quebrada a julgar pelo ângulo que está contorcia - nada normal -, seu braço sofreu fratura exposta, o que me impossibilita de mover o corpo dela, vou precisar esperar a ambulância chegar.

Há arranhões e feridas por todo o seu corpo, mas um sangramento em sua cabeça me chama a atenção. Tem muito sangue em volta dela, acredito que boa parte venha da fratura exposta.

Checo sua pulsação e ela ainda está viva, mas a possibilidade de morrer à caminho do hospital ainda existe e a julgar pela perda de sangue, é de 60%.

O desespero que eu estava sentindo aumenta.

Preciso fazer alguma coisa, não posso deixar ela aqui.

Verifico se há algum lugar a mais com fratura, principalmente seu pescoço e depois a pego cuidadosamente.

A porra do seu braço vai ser o problema, mas tento apoiar ele da forma que está com a minha mão.

Meu pé machucado protesta com o peso extra, mas se eu ficar aqui esperando o socorro, será mais tempo perdido e conforme o tempo passa, menor a possibilidade de Clarisse sair dessa com vida.

Filha da puta, filha da puta!

Estou com raiva, com medo...

Ela não pode morrer assim, eu vou fazer ela pagar por isso!

Começo a andar - ou o mais próximo que chego disso - e tentar chegar o mais próximo possível da estrada.

Com o meu pé fodido, eu não consigo chegar nem na metade do caminho.

Certamente esse pé não terá salvação.

Quando penso em desistir vejo meu pai pular barranco abaixo correndo em nossa direção.

- Puta que pariu, fedelho! Você sabe que esse pé já era, né? - Ele diz sem se abalar com o estado do meu pé, ele já deve ter deixado muitos pés e outras partes do corpo humano nesse estado...

- Papai, ela está morrendo...

- Ela não parece nada bem, mas você...

- O máximo que vai acontecer é eu amputar o pé, mas eu tenho dinheiro suficiente pra fazer uma prótese que vai funcionar melhor que meu pé, ajude-a, por favor!

Papai pega Clarisse relutante com cuidado, ele sabe como tentar manter um ser humano perto da morte vivo, afinal, em suas torturas ele fazia muito isso pra prolongar o sofrimento.

Papai subiu com Clarisse no colo e eu só relaxei quando ouvi as sirenes.

Depois disso eu consegui ficar mais calmo e aguardei alguém ir até mim, me socorrer.

Demorou apenas alguns minutos pelos meus cálculos para que me achassem e me levassem para o hospital.

Eu fiquei consciente o tempo todo e auxiliando os médicos a terem os cuidados necessários com meu pé.

Claro que eles ficaram surpresos, mas depois que eu falei quem eu era, eles entenderam que eu sabia melhor que eles como lidar com a situação.

Chegando no hospital, eu já fui logo querendo saber da Clarisse. Queria que eu cuidasse dela e fizesse sua operação, pois assim eu sei que ficaria bem. Mas infelizmente não deu pra ser assim.

Eu tive que ser levado para a sala de cirurgia com urgência para amputar neu pé antes que tivesse que amputar a perna toda.

Tsc... Vadia maldita, me custou um pé, eu vou fazer você me pagar caro por cada ataque demoníaco que você me fez aguentar.

Porém, não posso negar meu desespero ao cogitar a morte dessa desgraça...

Eu certamente sou apaixonado por essa mulher, e a falta do meu pé prova isso.

Infelizmente...

Amor Obsessivo Where stories live. Discover now