Capítulo 42 - Renascimento

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Como nós somos antes de existir?

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Como nós somos antes de existir?

Poderíamos dizer que somos alguma coisa?

Alguém já se perguntou como era antes de existir?

Alguns acreditam em reencarnação, então antes de nascer, você vivia em um outro corpo, tendo uma outra vida... Até morrer e nascer na vida atual, assim sucessivamente.

Outros acreditam que não tem vida após a morte.

Outros acreditam que após a vida, ou você vai pro céu ou pro inferno.

Eu nunca pensei muito sobre isso... Mas agora, me encontro em um grande vácuo, onde eu não sei quem eu sou, não sei como existo...

Qual o significado de tudo isso? Por que estou me esquecendo de tudo? Do que eu sou, da minha existência?

Baseado em como eu me sinto agora, será que antes de virmos à esse mundo, estamos todos em um vácuo, um nada, esperando para nascer e ser quem somos?

O que somos? Almas em corpos? Humanos...

Nosso destino está traçado e não há nada que possamos fazer com relação a algumas coisas?

Se eu não tivesse nascido... Como seria a história das pessoas a minha volta?

Se eu não tivesse nascido, eu estaria muito melhor, disso eu tenho certeza.

E eu me agarro a essa certeza com tanta força que ela evapora diante dos meus olhos.

NÃO!!

POR QUE?

O que... O que eu estava segurando? Do que eu tinha tanta certeza?

O que...

...

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Observo Clarisse atentamente

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Observo Clarisse atentamente.

- Pelos meus cálculos você deve acordar essa semana e não vai lembrar de absolutamente nada... Não é uma Amnésia causada de forma acidental, é uma Amnésia conduzida e com isso, não vai se lembrar nem de como falar. - Digo em voz alta.

Como um bebê...

Estou sentado ao seu lado e fico puto comigo mesmo por estar apreensivo e ansioso, eu não sou esse tipo de pessoa... Eu não costumo ter esses sentimentos extremos. Nunca tive.

Mas tudo com relação a essa garota e fodidamente fora do neu controle.

Clarisse abre os olhos de uma só vez e eu quase pulo da poltrona.

Mas que porra... Ela precisava acordar tão esquisita?

- Clarisse? - Chamo.

Ela não olha na minha direção, como se não reconhecesse o chamado do seu nome.

- Clarisse. - Chamo novamente tocando em sua mão.

Seus olhos azuis vem de encontro aos meus.

Ela me olha parecendo confusa.

Puta merda. Será que essa medicação funcionou?

Mas é claro que funcionou, porra! Quando foi que eu errei em algo? Nunca aconteceu, nenhuma vez e foi testado antes de eu usar na minha bonequinha.

- Clarisse, consegue me entender? - Pergunto.

Ela continua me olhando como se não entendesse nada do que estou falando.

- Eu sou o seu médico e você sofreu um acidente muito grave, quase morreu.

Ela continua me olhando sem entender uma palavra do que digo.

Reprimo um sorriso. Seus olhos estão com o brilho de quando ela era a antiga Clarisse, seu olhar transpassa a inocência de sempre.

- Eu sou Thony. - Aponto pra mim. - Thony.

Ela me olha e inclina levemente a cabeça para o lado.

- T-Tho-ny. - Ela repete com muita dificuldade, mas ouvir sua voz doce de anjo é como um bálsamo pra mim. Cada músculo do meu corpo relaxa visivelmente.

- Isso. - Sorrio para encoraja-lá. - Thony.

- Thony. - Ela repete novamente, com um pouco mais de segurança

- Isso. Eu sou Thony e você... - Aponto pra ela. - Clarisse.

Ela me encara, acho que achou a palavra muito mais difícil de pronunciar do que Thony.

- Cla... - Digo a incentivando a repetir.

- C-Cla... - Ela diz.

- Ri... - Continuo reproduzindo o som da letra "R" com ênfase.

- I... - Ela tenta.

- Não!  Ri... - Tento novamente.

- R-ri...

- Se...

- Se.

- Clarisse... - Digo suavemente.

- Clarisse? - Sua pronúncia sai como uma pergunta.

- Isso, você é a Clarisse e eu o Thony. - Digo apontando pra ela e depois para mim.

- Thony? - Ela me chama.

- Sim, Clarisse. - Digo suavemente olhando profundamente em seus olhos.

Uma agonia cresce e fica nítida em seus olhos.

Ela quer falar, perguntar, mas não sabe como. Reconheço muito bem essa feição. Ela fazia muito isso quando era criança e não sabia falar.

- Está tudo bem, Clarisse! Fique calma. - Falo com toda calma e tranquilidade possível, fazendo sinal com as mãos e depois acariciando seu cabelo. - Está tudo bem... Tudo bem.

Transmito toda calma que posso pra ela.

- Eu vou ajudar você. - Digo lentamente acenando a cabeça.

Ela me olha e eu acho que ela não entendeu muito o que isso significa.

Eu ergo meus braços lentamente, mostrando à ela o que farei .

Rodeio meus braços ao redor dela e a abraço.

- Vai ficar tudo bem. Eu estou aqui.

Ela relaxa visivelmente mas não retribui meu abraço. Imagino que ela nem saiba o que é isso.

Terei um longo caminho a percorrer, mas ter a minha Clarisse como antes me da um vigor fora do normal e uma paciência impressionante.


Amor Obsessivo Where stories live. Discover now