Tudo aconteceu rápido demais, e o que eu queria era ter a resposta certa para toda essa baderna interior.
9:00hs da manhã no hospital..
Acordo ainda com algumas dores, e algo está me incomodando. Tento me sentar, ficar deitada já estava me dando nos nervos, fico olhando para o nada buscando algo em minha mente que talvez me ajude a fazer o certo.
A porta se abre.
Como está o meu amor? - Jenny entra sorrindo, com uma caixa de chocolates.
Por mais que quisesse expressar algo, não consegui, apenas a olhei e baixei minha cabeça.
Precisamos conversar. - Disse agora levantando a cabeça, suspirando como quem carrega um peso.
Está tudo bem? - Ela se aproxima deixando a caixa de chocolates sobre uma pequena cômoda ao lado da minha cama e pegando minha mão.
Luíza veio aqui durante a noite, e nos beijamos. - Disse olhando em seus olhos claros.
Não sei o que foi mais difícil, ter confessado isto ou ver seu semblante de decepção.
Como assim nos beijamos? - Ela me indaga séria.
Expliquei como tudo aconteceu, e no fim Jenny se virou e foi até a janela que ficava ao lado do quadro a minha frente, a abriu e começou a observar os prédios em silêncio. E durante 10 segundos nada dissemos.
Talvez eu deva te dar um tempo para que você saiba o que realmente quer. - Ela diz ainda olhando os prédios.
Meu coração estava pesado, as palavras não saiam, eu tive medo, medo de perdê-la, de estar jogando fora.
Um tempo em um relacionamento significa muitas coisas, principalmente que ambas estarão sujeitas a conhecer um outro alguém e se apaixonar.
E se isso acontecesse com Jenny?
E se eu deixasse ir por estupidez a pessoa que nunca me faz mal algum, pelo contrário, foi quem mais me amou?
Mordi os lábios e respirei fundo. Jenny veio em minha direção, e senti meu corpo tremer, ela me beijou na testa.
Eu te amo Ana, tanto quanto você pode imaginar, e é por isso que vou te dar esse tempo. - Ela dizia forçando um sorriso.
Peguei em sua mão com os olhos marejados, encolhi as sobrancelhas - Eu não quero te perder.
Mas nós precisamos disso. - Ela apertou minha mão, me fez um carinho no rosto e saiu.
Uma lágrima escorreu do meu olho direito, Deus sabe o quanto aquilo havido sido doloroso, mas..., eu não poderia esconder dela tudo o que se passara.
Luíza havia saído naquela tarde do hospital.
15:00hs da tarde no hospital.
Sebastian vem trazendo um saquinho de dentaduras Finni. - Olha o que eu trouxe para minha irmãzinha querida e chata! - Ele fazia uma careta enquanto falava.
Tentei forçar um sorriso, mas era difícil enganar meu irmão.
O que foi...? - Ele pergunta se sentando ao meu lado.
Sebastian estava ao meu lado desde de sempre, era um grande amigo, sempre soube o que me dizer em momentos difíceis, e o mínimo que eu poderia fazer era contar-lhe o que havia acontecido, e foi o que fiz. Ele me escutou atentamente olhando em meus olhos, no final forçando um sorriso.
Então é isso.. eu estou totalmente sem rumo. - Disse baixando a cabeça e estralando os dedos.
O que você sente por elas de verdade? - Sebastian me indaga.
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O Anjo (Um romance lesbico)
RomanceAna é uma jovem universitária cursando Administração, é portadora de um jeito de agir e pensar quase extinto, e que apesar dos seus 22 anos já passou por poucas e boas. Luíza é estudante de jornalismo, tem 20 anos e adora curtir a vida com tudo que...