Quem?Por que?

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//...Luíza...//

Eu estava me sentindo perdida, a noite havia caído, e com ela a chuva.

Perambulando pelas ruas, minhas lágrimas se misturavam aquelas gotas que mais pareciam pedras. Minhas roupas estavam encharcadas... Havia um buraco tão grande dentro de mim... doía cada pedaço do meu coração, o senti sendo esmagado quando me sentei em uma praça deserta as 23:00hs.

Elas devem estar juntas agora... rindo, felizes...radiantes. – Luíza dizia forçando um sorriso com suas pernas encolhidas, ela estava com um pequeno short Jens, uma blusa sem mangas, branca onde a estampa de um tigre tomava-a toda.

Senti que alguém me observava em meio aquela escuridão, e tudo o que eu queria era que acabasse, que a dor parasse... aquela dor que estava me consumindo... Sinto mãos quentes em meus ombros, em meio aquele frio me vi sem reação.

Você devia ir para casa. – Uma voz feminina e grave disse, aparentava ser de alguém cuja idade está na casa dos 20.

Se vai me matar, seja rápida. Estará me fazendo um favor. – Luíza disse ainda de costas com os olhos no chão.

Aquelas mãos que antes estavam em meus ombros agora se afastavam, e quando me virei para olhar tudo ficou negro.

//..8:47hs do dia seguinte..//

Acordei com um pequeno mal estar, abri os olhos e quando percebi estava no meu apartamento, um que havia alugado depois de tudo que ocorrera, e me assustei quando notei que não me lembrava de como cheguei ali.

Será que tudo não passou de um sonho e nunca saí daqui? – Luíza agora sentada em sua cama pensava.

Um vento forte batia em seu rosto, a janela de correr de seu quarto estava aberta, algumas penas brancas estavam sobre ela, e outras no chão.

Mas o que...? – Luíza levantara curiosa da casa, quando em seu criado mudo, visualiza um pequeno papel cujas pontas estavam queimadas e sujas, ela o pega e lê:

“Se você ficar muito tempo na chuva poderá pegar um resfriado.”

Os olhos de Luíza agora estavam mais que abertos.

Estou precisando de um psicólogo... – Ela dizia se apoiando pela janela olhando ao redor da estrutura do prédio.

Mas ela estava no 9º Andar onde não haviam escadas externas...

Por um momento Luíza quase esqueceu-se de sua dor, mas de alguma forma ela veio a mente...

Ana..Deus! Por que eu a amava tanto?! Por que tinha que errar para dar valor?! Por que simplesmente não deixei que me fizesse feliz..?Liguei meu aparelho de som, talvez aquele fosse o momento de por tudo para fora, "Down" Jason Walker ... a música que me parecia ter sido feita para aquela ocasião. Fui até a cômoda ao lado de minha cama, e peguei um pequeno frasco escuro, tirei a tampa,  sacudi sobre as mãos e alguns comprimidos caíram, 5 ou mais, abri o frigobar que ficava perto da porta, e abrindo um vinho tinto que a tempos possuía, o coloquei sobre uma taça  e caindo em prantos como uma criança desesperada eu levava os comprimidos a boca quando algo passa por minha frente furtando a garrafa e os comprimidos consigo. ..

Não havia mais ninguém no quarto além de mim...

09 meses depois...00:10hs..MATERNIDAE

Ahhhhhhhhhhhhhhhh – Jenny fazia força.

Estou aqui meu amor, do seu lado. – Eu dizia segurando a mão de Jenny que estava apertando a minha com tanta força que se não estivesse ali, naquele momento quem estaria gritando era eu.

O Anjo (Um romance lesbico)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt