Pool&Grill

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Eu estava mal, arrasada, não saberia explicar ao certo o que tudo aquilo estava causando em meu interior, mais uma vez essa maldita dor está corroendo meu coração...Parei em uma rua um pouco deserta, eram aproximadamente 10:00h da manhã, e o bairro parecia ser calmo, sem aqueles vizinhos chatos por perto, decidi alugar uma casa para mim, por sorte eu e Sebastian éramos sócios majoritários da empresa de nossa família, então posso dizer que minha conta bancária era razoavelmente boa, e pela primeira vez eu iria realmente usá-la. Havia uma casa no final da rua, com um bom terreno, não era grande, mas estava do jeito que eu gostava, com arvores, grama baixa, estilo americana, toda mobilhada, conversei com a proprietária, e logo fechamos negócio, ao menos agora eu continha um lugar para morar e por minhas idéias em ordem. Tomei um banho e me joguei na cama, coloquei uma música e comecei a rever as ultimas cenas ainda mornas em minha mente, estava cansada de tentar, de acreditar que algum dia iria encontrar alguém que desse o devido valor aos meus sentimentos. Então tomei a melhor decisão da minha vida, eu mudaria completamente, sem simpatias, sem expectativas, sem bondades demais, uma nova Ana nascia, e era apenas o inicio.

Uma semana depois....

♪ celular toca. ♪

Sebastian: - Bom dia maninha! É domingo! Vamos almoçar juntos, estou com saudades.

Ana: - Hum.. Pode ser, mas eu escolho o local e horário. Se não se importar claro.

Sebastian: - Sem problemas, onde prefere?

Ana: - No Pool&Grill às 12:30h.

Sebastian: - Fechado.

Já fazia uma semana que não via Sebastian, e quase não nos falávamos, nesse tempo procurei me ocupar o máximo que pude, saí para lugares que nunca cogitei entrar antes, e fiz novas amizades, mudei inclusive meu jeito de me vestir, estava um tanto quanto menina má. Adquiri novos hábitos, um olhar e jeito de falar totalmente diferentes do que me era habitual a uma semana atrás, meu coração estava com marcas tão grandes que tornou-se um grande escudo.

Às 12:50h no Pool&Grill.

Sebastian: - Nossa que demora! Será que Ana não vem?

Luíza: - Talvez algo tenha acontecido, não acha melhor ligar para ela?

Ana: - Ligar para quem?(Risos)

Sebastian:- Caramba Ana, estávamos preocupados.

Ana: - Sério?! Ual!!! Acho que estou lisonjeada com tamanha preocupação.. - Disse abrindo bem os olhos e sorrindo ironicamente.

Sebastian: - Está tudo bem?

Ana: - Por que não estaria? - Disse abrindo minha carteira de cigarros juntamente com o isqueiro e pondo sobre a mesa.

Luíza: - Desde de quando você fuma?

Ana: - Todo dia é um ótimo dia para começar, aliás.. você quer um?

Luíza me olhara surpresa, Sebastian tanto quanto ela. Pedimos uma picanha, e fiz questão de pedir a minha com sangue, o que provavelmente deixou meu irmão bem curioso.

Sebastian: - Com sangue? É sério? Pensei que não gostasse.

Ana: - Pois é. - Disse abrindo um belo sorriso, enquanto olhava um grupo que jogava sinuca um pouco atrás de Luíza, haviam três homens e uma mulher, branca, olhos claros, com lábios carnudos, e admito que não consegui tirar os olhos dela. O que logo foi notado por Luíza e meu irmão.

Sebastian: - (Risos) Você está prestando atenção no que estou dizendo Ana?

Ana: - Talvez - Disse levantando e indo em direção a mesa de sinuca onde aquela mulher estava.

Ana: - Oi, posso jogar também?

A estranha que jogava sinuca: - Pode, se você der conta..

Ana: - (Risos) Acho mais difícil você não agüentar meu ritmo.

Ficamos jogando, e eu logo me esqueci que meu irmão estava em uma mesa perto com Luíza, quando ouço Sebastian.

Sebastian: - Anaaaa! A picanha já chegou!

Ana: -Ok!!!

A estranha que jogava sinuca, e que até então eu não sabia o nome, sorriu e disse: Acho que teremos que continuar essa rodada um outro dia, e me beijou ali mesmo na frente de todos, e em seguida pôs um cartão em meu bolso. Havia uma coisa que não tinha mudado, eu não precisara pedir números de telefone. Confesso que não dei muita importância naquele momento, quando viro para a mesa de meu irmão, vejo a cara de espanto de Luíza, e Sebastian rindo.

Sebastian: - Ual maninha, quem é ela?

Ana: - Digamos que alguém legal.

Luíza: - Não estou me sentindo bem, vou ao banheiro, Ana, poderia vir comigo?

Ana: - Sério...? A minha picanha vai esfriar.

Luíza: - Sério!! Agora! - Disse Luíza com um tom um pouco enfurecido, dei um sorriso cínico e a acompanhei, chegando ao banheiro ela fecha a porta, me põe na parede e diz:

Luíza: - Que porra é essa?! Quem é aquela vadia?! Você quer me fazer ciúmes é isso?!

Ana: - Não acho necessário, que culpa tenho se elas se jogam tão facilmente? Além do mais, sou uma mulher solteira, ao contrário de você, que nem deveria se importar com o quem beijo ou não. - Dei uma piscadinha acompanhada de um sorriso descarado e voltei para a mesa.

Sebastian: - Onde está Lúiza?

Ana: - Ela quis ficar só no ultimo momento, mas deve estar vindo.

E não demora muito, até que ela chega, me olha com uma cara de quem me bateria ali mesmo, apenas baixei a cabeça e sorri. A única coisa que eu pensava era que estava morrendo de fome... e a picanha estava ótima. Meu irmão começou a falar sobre seus projetos, e apenas balancei a cabeça enquanto ele exponha seus objetivos. Quando acabo de comer, sinto mãos em meus olhos, e um sussurro: Desculpa, eu não sou boa em esperar, me dá teu número.

Quando tirei suas mãos, vi que era mulher com quem estava jogando sinuca, peguei o cartão em meu bolso, vi seu nome e disse:

Ana: - Jenny... Vem aqui comigo. - Disse enquanto a puxava pela mão até a sinuca. - Por que esse interesse?

Jenny: - Você está com medo do que pode acontecer? - Se aproximando mais de mim e me encurralando na parede.

Ana: - Não tenho medo de nada, mas acho melhor você ter, se você se apaixonar não posso garantir um final feliz.

Jenny: - Eu gosto de pistas perigosas - Encostando seus lábios aos meus e dando uma leve puxada em meu cabelo.

Ana: - (Risos) Não diga que não avisei - Disse anotando em um papel meu número juntamente com meu nome, e retornando a mesa, ela tinha um sorriso malandro em seu rosto.

Sebastian: - Huuuuuuuuuum, vamos embora antes que te seqüestrem outra vez.

Ana: - Vamos - Saí olhando para Jenny, que me encarava com uma cara que me fez topar em uma cadeira, ela riu, enquanto Luíza estava claramente incomodada. Será que uma nova aventura estaria a bater na minha porta me fazendo esquecer a dor que outrora sentira?

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Olá, espero que continuem gostando, a vida não acaba por causa de um amor, mas amadure de acordo com a nossa vontade. Continuem Avaliando e Comentando! Se puderem divulgar agradeceria. Vamos que Vamos! Essa história promete!

Atenciosamente:

E.P.P

O Anjo (Um romance lesbico)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora