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Assim que pedi pra ele ficar, se sentou na cama de frente pra mim, o loiro não conseguia me encarar, ficou parado olhando pro chão, me sinto mal em fazer ele ficar: 

-Kei..

-Dandara..

Falamos ao mesmo tempo, ambos rimos nasalado. 

-Você primeiro.

-Você já fez demais, se quiser ir pro seu dormitório pode ir.. Sua vez. 

-Eu ia perguntar se já se sente melhor.. 

-Um pouco, eu não devia ter desabado assim, não costumo fazer isso.. 

- Se estava engasgado, não podia fazer diferente, as vezes a gente só solta..

-Você não tem cara de quem desaba.. 

-Não costumo me envolver sentimentalmente com nada, então pra eu desabar, precisa ser algo muuuito importante pra mim.. -Ele diz e agora me olha. 

-Já desabou Kei? 

-Provavelmente, mas não me lembro de nada dos meus 8 anos pra baixo, depois disso nunca desabei, já me emocionei com o vôlei, mas de resto, nada. 

- como assim não lembra? 

-Bloqueio de memorias. Trato isso com terapia, mas resumindo, algo no meu passado fudeu minha mente com tanta força, que me forcei a esquecer essas memorias para não lembrar o que aconteceu, ainda não sei o que é... 

-Sinto muito.. 

-Ta tudo bem, não me importo de falar disso.. Aliás é por esse provavel trauma que tenho fobia a toque.. 

-Já pensou nas possibilidades? 

-Algumas, mas nenhuma desencadeou lembranças. 

-Entendo. Desculpa, deviei o assunto pra você. 

-Tudo bem, é melhor falar disso do que esse silêncio esquisito né? -ele ri baixo e eu também. 

-Kei, quando te vi a primeira vez, não tinha noção do quanto era gente boa. 

-Essa é a questão. Eu não sou. 

-Que? -Eu não entendi o que ele quis dizer. O rapaz se ajeita e encosta as costas na parede, ficando de lado, vira a cabeça na minha direção pra dizer. 

-Não sou gente boa. Pode perguntar pra qualquer pessoa que me conheça aqui, qualquer um do time de vôlei, eu não sou legal, sou meio antipático,  sarcastico, grosseiro, não sou gente boa.

-Pode ser com todos, mas não comigo..-Ele contrai o rosto, como se pensasse em algo, agora olha pra frente e sorri com os labios, me olha de novo:

 
-Você é estranha! 

-Ei, agora você foi grosso. - me encosto na parede, ficando do lado dele, que olha pra frente de novo.

-Mas é num bom sentido.. É esquisito demais a forma como mudo com você.. Me sinto uma pessoa normal.-Desencosto da parede e o encaro, ficando na frente dele:

-Mas você é normal mocinho! -Ele ri nasalado e tira uma mexa do meu cabelo da frente do meu rosto, a deixando atrás da minha orelha, me sinto envergonhada. 

-Então digamos que me sinto uma pessoa melhor... Dandara.. porque cada hora você esta com um cabelo? -Caio pra trás na cama dando risada. 

-E-eu uso lace. 

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