237º e 238º dias: O abandono do Eterno / O recomeço no Eterno

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(Lamentações 1-5)

LAMENTAÇÕES

Autor: Jeremias; Tema: Tristeza Presente e Esperança Futura; Data: 586-585 a.C. O título deste livro deriva-se do subtítulo das versões grega e latina do AT — "As Lamentações de Jeremias". A Septuaginta colocou Lamentações imediatamente após o profeta Jeremias, onde aparece na maioria das Bíblias de hoje.

A desolação de Jerusalém é retratada em Lamentações de modo tão vívido e claro que indica ter sido experimentada pelo autor como um evento recente. Jeremias tinha entre cinquenta e sessenta anos quando a cidade caiu; ele sentiu profundamente esse trauma e se viu forçado a ir ao Egito contra a sua vontade em 585 a.C. (ver Jr 41—44), onde morreu (talvez martirizado) na década seguinte. Assim, o mais provável é que o livro foi escrito imediatamente após a destruição de Jerusalém (586-585 a.C.).

Jeremias escreveu uma série de cinco lamentações a fim de expressar sua intensa tristeza e dor emocional por causa da trágica devastação de Jerusalém, que compreende: (1) a queda humilhante da monarquia e do reino Davídico; (2) a destruição total dos muros da cidade, do templo, do palácio real e da cidade em geral; e (3) a lamentável deportação da maioria dos sobreviventes para a distante Babilônia. "Jeremias ficou sentado chorando, e lamentou sobre Jerusalém com esta lamentação", diz um subtítulo do livro na Septuaginta e na Vulgata Latina. Em Lamentações, Jeremias não somente reconheceu que Deus é reto e justo em todos os seus caminhos, como também que é misericordioso e compassivo com todos os que nEle esperam (3.22,23, 32). Assim sendo, Lamentações levou o povo a ter esperança em meio ao desespero, e a olhar para além do juízo daquele momento, para o tempo futuro em que Deus restauraria o seu povo.

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237º DIA: O ABANDONO DO ETERNO

INDIGNO E SEM VALOR

LAMENTAÇÕES 1:1 Oh! Como está vazia a cidade que antes fervilhava de gente. Parece uma viúva a que antes era a poderosa das nações; antes, rainha da festa, agora uma simples escrava!

2 Ela chora tentando ninar a si mesma, e as lágrimas encharcam o travesseiro. Nenhum dos seus amantes apareceu para lhe oferecer o ombro e segurar sua mão. Todos os seus amigos a abandonaram. Só tem inimigos!

3 Depois de anos de dor e trabalho pesado, Judá foi para o exílio. Acampa-se no meio dos estrangeiros, nunca se sente em casa. Caçada por todos, está presa entre uma rocha e um penhasco.

4 As estradas de Sião choram, sem peregrinos a caminho das festas. Todas as portas da cidade estão desertas, e seus sacerdotes, desesperados. Suas virgens estão tristes. Como é amargo seu destino!

5 Seus inimigos se tornaram seus senhores. Seus adversários estão felizes da vida porque o Eterno humilhou Judá, castigando suas repetidas rebeliões. Seus filhos, prisioneiros dos inimigos, arrastam-se para o exílio.

6 Toda a beleza se esvaiu da face da Filha Sião. Seus príncipes parecem corços famintos, exaustos de fugir dos caçadores.

7 Jerusalém lembra o dia em que perdeu tudo, quando seu povo caiu nas mãos dos inimigos, sem que ninguém ajudasse. Os inimigos apenas olhavam e riam do seu silêncio impotente.

8 Jerusalém, que pecou mais que o mundo inteiro, está impura. Seus antigos admiradores agora enxergam a verdade e a desprezam. Nessa condição de miséria, ela geme e vira o rosto.

9 Ela levou a vida na brincadeira, sem pensar no amanhã, e agora sucumbiu terrivelmente, e ninguém segura sua mão: "Olha para a minha dor, ó Eterno! E como o inimigo zomba, na sua crueldade!"

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