38 - starry night

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NY- apartamento de hina e sina
Sexta feira 01hrs45min

Narradora p.o.v

  As grossas gotas de chuva caíam trazendo consigo as brisas frias. Poças de água se formavam nas ruas onde carros passavam espalhando as gotas.

  Sentada em um sofá próximo a janela e enrolada em seu edredom, sina assistia às gotas caírem. Pensamentos íam longe em lembranças do chocolate quente que sua mãe preparava enquanto seu pai a abraçava para lhe esquentar do frio.

  Boas lembranças davam saudades. Crescer dói, não há como negar isso. Se um dia alguém lhe disser o contrário, certamente estará mentindo.

  Deixar a matemática da pizza para ir estudar diferentes valores... não existe mais massinha de modelar na aula de ciências. Problemas se tornam outros. O "bixo papão" de baixo da cama agora caminha entre as pessoas nas ruas.

  Crescer dói pois você começar a se preocupar com outras coisas. Não é mais se preocupar se a mãe irá descobrir se você comeu o Nescau antes do almoço, ou que horas você poderá ir brincar de fazer comidas de terra para as bonecas.

  Nós mudamos conforme crescemos. Amadurecemos e descobrimos que a vida não é tão fácil como parecia ser. Começamos a ter novas prioridades e preocupações. Isso é inevitável.

Temos novos gostos, novas características, novos pensamentos e também novas experiências.

  A dor do crescimento é inevitável.

  A ingenuidade das crianças pode ser considerado uma das coisas mais lindas do mundo. Elas são incapazes de ver o quanto as pessoas são cruéis, egoístas e até mesmo solitárias. Elas apenas estão preocupadas com a hora que seus desenhos irão passar na tv ou em que momento poderão ir na rua brincar.

  Ser criança faz falta...

  Suspirando, sina se levantou do sofá caminhando até a cozinha e acendendo as luzes. O sono havia fugido da alemã juntamente com a paciência de permanecer na cama.

  Sina colocou a água para esquentar no fogão e olhou em volta na casa silenciosa. Hina havia saído para uma emergência no hospital.

  Assim que a água ficou pronta, a loira despejou na garrafa de café logo se servindo. Ainda no tédio, a loira seguiu para seu quarto e abriu a porta do guarda roupa pegando um pequeno banco para subir e alcançar um antigo ukulele que alí estava guardado.

  Com cuidado, sina pegou um lenço úmido e passou sobre o instrumento tirando a poeira que estava acumulada.

  Aos poucos Deinert conseguiu visualizar o desenho de algumas flores que já estava velho e a descascar.

  Assim que uma idéia brilhou em sua mente, sina voltou ao banquinho e pegou, da parte de cima do guarda roupas, uma caixa de madeira onde mantinha suas tintas.

  A alemã pegou uma lixa de madeira e acendeu seu abajur se sentando no banquinho de sua escrivaninha. Colocando de lado algumas informações sobre os Urrea e outro caso a qual estava ajudando any, sina colocou o ukulele sobre a mesa e abriu a de tintas deixando as idéias fluírem em sua mente enquanto deslizava o pincel sobre a madeira do instrumento.

(...)
NY- apartamento de hina e sina
Sexta feira 04hrs07min

Sina p.o.v

  Passei a última camada de verniz e sorri ao me agradar com o resultado final. Eu havia reproduzido a obra " noite estrelada", uma das minhas obras favoritas de Vah Gogh.

Opostos perante a leiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora