Herdeira de uma Vingança-Antes da morte

Vou matar Joshua com ela

Acordei e olhei ao lado me deparando com Noah, o que ele ainda fazia aqui? Já era pra ele ter metido o pé daqui quando o filme acabou, mas como eu iria ver se ele foi ou não, se dormir.

Me levantei e corri pro banheiro fazer minhas necessidades e quando voltei para o quarto Noah continuava a dormir, calmo, sereno como um anjo. Fiquei com pena de tê-lo que acordar, mas já eram 9 da manhã e tínhamos coisas pra fazer. Mais precisamente no escritório do papai.

-Noah.-digo o sacudindo levemente.-Acorda.

-Só mais 5 minutinhos...-diz com a voz arrastada.

-Caçar 5 minutos, lá na casa do caralho?! Levanta logo.-digo puxando sua coberta o que o faz abrir os seus lindos olhos verdes e estranhar o lugar que estávamos.-Não temos todo tempo do mundo, o escritório não é tão pequeno assim.-Saio do quarto descendo para a sala de jantar, encontrando minha mãe tomando seu café da manhã.-Bom dia.

-Bom dia.-me responde, e o silêncio se instala. O clima tenso depois do anúncio do casamento, mas não me importo continuo a comer minhas torradas e meu suco de morango.

-Bom dia Sra. Soares... ou deveria dizer Urrea?-Noah diz se sentando do meu lado.

-Eu voto em Urrea, assim você se acostuma, mais difícil de esquecer depois do casamento. Imagina que vexame seria errar o nome da noiva.-digo pensativa escondendo o riso.

-Vocês dormiram juntos?-ignora todos nossos comentários.

-Depende qual sentido a senhora está fazendo essa pergunta.-Noah responde pegando uma torrada do meu prato.

-Vocês sabem que sentido eu estou falando.

-Dormimos juntos mas não dormimos juntos, entendeu?-essa frase não fazia sentido mas na minha mente sim, antes de dizer em voz alta.

-Dormimos mas não transamos se é isso que a senhora quer saber.-Noah responde indiferente.-O que eu acho que não seria nada de mais Any já tem 18 anos, isso é mais do que supernormal.

-Nada demais?-ela repete.-Eu vou me casar com seu pai, o que a mídia vai achar dos supostos  irmãos postiços se pegando? O que vai ser da imagem da nossa família?

-Então a senhora está preocupada com a imagem que está passando pra sociedade?-pergunto indignada.- Pra uma pessoa que irá se casar com o ex melhor do amigo do falecido marido, não acredito que esteja tão preocupada com a opinião da sociedade.-me viro para Noah.- Será que ela sabe que será julgada por isso pela sociedade que ela tanto está sensibilizada?-perguntei no puro deboche e voltei minha atenção pra ela novamente.-Mas como eu já disse ontem, volto a dizer, mas uma vez, eu e o Noah somos, no máximo, melhores amigos não vai passar disso.

-Eu concordo.-Noah assente.

O resto do café da manhã foi em silêncio, o que é normal depois da morte do meu pai parece que a casa tomou um tom mais escuro e depois da minha descoberta sobre seu assassinato eu quase não me sento a mesa para conversar, e me sinto que estou me afastando dela aos poucos.

Eu de certa forma estou chateada com sua atitude, ela poderia ter conversado com uma pessoa normal e me perguntar o que eu sentia em relação a um possível relacionamento futuro, não que eu tenha o direito de impedi-la de namorar Moscou inteira. Eu realmente esperava um posicionamento de sua parte e me entender do lado dessa história com Marco, eu não engulo essa história de "não somos mas jovens, temos que aproveitar nosso tempo".

Paro de frente a porta do escritório e pego a chave reserva que peguei quando tinha 15 anos, em uma das missões que meu pai me fez fazer. O objetivo era pegar um objeto que o pertencia e ele não perceber, e minha missão foi concluída com sucesso, mas creio que ele achou que não completei essa tal missão já que foi a minha última, meu último treinamento com ele, guardei essa chave, sem saber de qual porta da casa ela abria, como lembrança das nossas várias horas de treinamento. Como uma coisa que nós compartilhávamos mas ninguém sabia, me fazia sentir uma agente da cia.