Invasão

30 5 4
                                    

-Nem queira saber.-diz se levantando e passando a mão pelos cabelos, e pelo rosto.

-A mas eu quero, o cê eu quero.-digo me sentando novamente, ele respira fundo e se senta na outra ponta brincando com os dedos.

-Eu conheci a Diarra eu estava no segundo ano do ensino médio e ela no primeiro, no começo estávamos apenas juntos como amigos mas com um tempo eu fui criando sentimentos por ela, e já sabe o que acontece quando dois populares começam a ficar juntos muito tempo. As conversas aumentarem regressivamente e a popularidade subir a cabeça, quando começamos a namorar a escola foi a loucura eramos o casal mais popular do colégio. Ficamos juntos 5 meses, e de um dia pro outro ela voltou para seu país natal, sem terminar, sem se despedir, sem me dar ao menos uma noticia ou informação, eu fiquei mal por um longo ano, e depois veio a morte da minha mãe e tudo pareceu despencar de uma vez, até que conheci o amor da minha vida em forma de um anjo, mesmo sendo apenas meu amigo Sofya me ajudou de todas as formas, segurando meu mundo com suas mãozinhas pequenas. Aos poucos fui me apaixonando pelo seu jeitinho de ser, e agora que estamos bem, essa dai volta como se estivesse saído apenas de férias e não quase 4 anos e não sei como estou me sentindo.-diz olhando seus dedos por cima da mesa, e minha reação e abrir a boca.

-Wow.-digo sem saber o que dizer, a história e bem grande, e me parece que não é apenas isso.-Você acha que ainda sente alguma coisa por ela?-sou obrigada a perguntar.

-Não, claro que não, eu amo a Sofya, eu só fiquei surpreso em vê-la na minha frente depois de anos.-diz levantando o olhar, e pude perceber rancor em seus olhos.-Eu não esperava vê-la nunca mais, quando ela me deixou eu esperava que ela voltasse eu desejava isso, ansiava na verdade, e agora que ela está realmente não me faz diferença.

-Pelo que eu percebi em suas falas, ela voltou no seu país por causa da família. E também por causa de uma proposta que recebeu que mudou sua vida. Não sou a melhor pessoa pra dizer isso, mas vou falar assim mesmo.-ele ri.-Eu acho que deveria conversar com ela e ouvir.-digo e ele assente se levantando e indo para a porta.-Ouvir o por que de deixar tudo, não dizer nada e mesmo que o motivo não seja convincente perdoe, não por ela, mas por você, para que feche essa cicatriz.-ele assente e não diz nada.

-Vou tirar o restante do dia de folga, amanhã venho na parte da manha.-assinto.

-Vai la na casa a noite?-ele assente.

-Estou sem cabeça apenas pra empresa, a The Trinity sempre é como um antiestresse pra mim.-sorri, e passa pela porta, me levanto indo pra minha sala.

As horas passam rapidamente lendo vários papéis, e organizando o máximo de coisas, tirando meu pensamento da máfia e focando na Soares Corporation. Libero Sofya para ir pra casa assim que término de fazer minhas coisas sei que o último ano não é fácil, e ela é tão esforçada, tanto no serviço quanto na dança.

Pensar em dança me faz lembrar da apresentação, ou concerto que ela me disse na primeira vez que nos vimos, e fiquei preocupada em saber se ela está tendo tempo de treinar, e comer também já que ele tem essa doença, pra começar de ouvir as pessoas falando dela, do corpo dela, e segundo da bulimia e anorexia, se ela come e coloca pra fora por medo de engordar e não ser "a bailarina do corpo ideal" ela tem bulimia e se ela come em exagero e depois provoca o vômito é ainda mais perigoso bulimia nervosa mata, e a obsessão por dietas para manter um peso por se achar gorda, e excesso de exercícios físicos para ter um corpo perfeito ideal anorexia, que também mata a pessoas aos poucos.

As pessoas dizem coisas pras outras mas não entende o significado de uma palavra, o peso que ela tem na vida de um. Eu sempre penso que soubessem o peso, a mudança, e a diferença que algumas poucas palavras fazem na vida de um certo alguém, dariam mais valor ao silêncio. Sofya é apenas um de milhares de casos pelo mundo inteiro, que escutam esses comentários maldosos sobre o próprio corpo, o qual ela deveria amar, se amar em primeiro lugar pois é a casca em que se habita sua personalidade, sua alma, o seu eu verdadeiro. Fazer dietas restritivas em excesso, exageradamente, exercícios físicos, provocar o vômito pelo arrependimento que muita das vezes é alguém perto de você que o faz sentir, é mais uma das formas de automutilação, indiretamente, pois no fim é o mesmo caminho, a morte. E abrir os olhos é a primeira coisa que se deve fazer admitir a doença que tem, e depois procurar ajuda, e deixar ser ajudado.

Herdeira de uma Vingança-Antes da morteWo Geschichten leben. Entdecke jetzt