Necessidades

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14:30
Doutor Son conversava com um detetive sobre o crime de homofobia que recebera mais cedo. Agradeceu ao detetive e procurou por Chichi.
-Bulma, sabe aonde está a Doutora Black?
-Sala de tratamento 5, chegou um paciente novo.
-Obrigado.
Doutor Son foi até a respectiva sala, encontrando a doutora Black conversando com o paciente.
Era um homem, aproximadamente 32 anos, latino, baixa estatura, uma cicatriz notável na testa. Parecia se segurar pra não gemer de dor.
-Senhor Michael, esse é o doutor Son.
-Prazer, doutor. -Ele soltou um gemido de dor.
-Qual a situação? -Doutor Son analisava a ficha dele.
-O rim dele não está funcionando. Ele precisa de um transplante urgente.
-A fila para os rins está grande. Ele vai ir pro final da fila.
-Mas ele precisa urgente. Não dou muitos dias para ele sem um rim novo.
-Mesmo que ele fosse pra fila, ainda precisaria achar um doador compatível, e isso demora mais ainda.
-Doutores! -Bulma os chamou.
Eles saíram da sala, Bulma os guiou até um homem, quase igual ao que estava gritando de dor na sala ao lado.
-Este é o irmão do Michael. -Bulma saiu de perto.
-Eu sou o doutor Son e esta é a doutora Black.
-Prazer, Lucas. Como está o meu irmão? Ele realmente precisa de um transplante?
-Espera –Chichi o confrontou, confusa –Sabia que ele precisa de um transplante?
-Sim. -O Homem fez uma cara triste. -Eu sou compatível.
-O que está esperando? -Goku estava impaciente. -Precisamos salvar a vida dele.
-Qual o problema?
O homem juntou as mãos nervoso.
-Eu sou soropositivo. Não posso fazer isso.
-Ah meu deus! -Chichi exclamou pesarosa.
-E ele sabe disso?
-Não! Ele é extremamente homofóbico, ele não sabe que sou gay. Ele ficaria sem falar comigo.


...

15:45
Os doutores conversavam sobre o caso dos irmãos. Estavam sentados em uma das mesas da cantina do hospital, mas não comiam nada. Eles queriam achar uma brecha para salvar a vida de Michael.
-Ele precisa de um rim urgente, mas o banco de órgãos não achou ninguém compatível. Ele só tem o irmão. -Goku desligou seu tablet.
-É, mas transplantar um órgão soropositivo para alguém não soropositivo é crime grave. Perderíamos nossas licenças e talvez presos. -Chichi explicou frustrada.
-Então ele morre? Sério?
-O que você sugere? Não temos o que fazer. Michael enlouqueceu quando contei a ele sobre o que impede o irmão de doar o rim.
Os dois ficaram frustrados. Estavam irritados por terem que deixar um homem falecer. Terem a solução ao lado e não poderem fazer nada.
-E uma ordem judicial? -Doutora Black deu uma ideia.
-E que juiz iria assinar? Ninguém quer ser responsável por isso.
-Meu deus, ele é tão novo...
-Ei. -Goku chamou a Chichi, esperançoso. -É crime transplantar um órgão contaminado para alguém não contaminado. E transplantar um órgão contaminado para alguém contaminado?
-O que você está pensando?
-E se dermos a oportunidade para Michael...
-Espera, você quer que ele se contamine propositalmente para receber o rim?
-Seria uma solução.
-Mas e os riscos?
-Não somos nós quem decidimos.
Chichi pareceu reprovar a ideia, mas era a única que eles tinham no momento.
Saíram da cantina e foram para a sala, onde estava Michael e seu irmão.
-Talvez tenhamos uma solução para você receber o rim. -Doutor Son deu as boas novas.
-ótimo. O que é? -O irmão estava ficando feliz.
-Bem, é crime grave um transplante de um órgão infectado para alguém não infectado. Mas é possível transplantar para um infectado. -Chichi colocou uma seringa embalada nas mãos do irmão de Michael.
-Mas é importante que esteja ciente que irá contrair o vírus do HIV.
-Eu poderei sobreviver que nem o meu irmão, certo?
Os doutores se olharam com uma feição não agradável.
-Não temos certeza. O vírus no seu irmão não avançou para se tornar aids, mas poderá acontecer com você. Ou não. Só temos palpites. -Goku encarou o irmão de Michael.
-Tudo bem. Eu quero o rim.
Goku sorriu.
-Vou avisar o centro cirúrgico que vocês irão subir em meia hora.

...

Na porta do hospital, os doutores conversavam tranquilamente sobre o caso que receberam cedo e como puderam salvar a vida do homem latino.
-Você vai a pé, Chi?
-Anh, não. Estou esperando o Vegeta.
-O...Vegeta?
-Eu e ele moramos no mesmo prédio. Ele vai me dar uma carona hoje. Cheguei num ponto que andar a pé me tortura.
-Bem, eu vou pedir um uber. Meu carro deu uns problemas e mandei pra oficina.
-Quando eu vou conhecer o Gohan, hein?
-Acho que agora. -Goku olhou para trás de Chichi e viu a babá de seu filho correndo com Gohan no colo na direção deles.
-Oi, desculpa, Goku. Minha mãe está passando mal, preciso ir vê-la. Não posso levar Gohan.
Ela entregou Gohan para o pai e saiu correndo. Goku reparou que o filho tremia de frio. Estavam chegando no inverno, e Gohan não estava bem agasalhado.
-Pode segura-lo pra mim? Vou pedir um uber.
-É claro!
Chichi começou a brincar com Gohan. Ele colocava as mãozinhas pequenas e gordinhas no rosto para se esconder, e quando tirava, falava embolado, mas Chichi entendia. “Peak a Boo”
Goku ainda pedia o uber, mas observava o filho brincando com a médica. Gohan raramente brincava tanto com outras pessoas. Nem mesmo com a sua babá, Gohan sempre brincou mais com o seu pai do que com qualquer outra pessoa. Era, de fato, estranho vê-lo brincar com Chichi como se a conhecesse desde que era apenas um bebezinho.
-Pedi. Chichi, com quantos meses você está mesmo?
-7 meses. Tô bem perto de fazer 8 meses.
-E como você está? Precisa de alguma ajuda? Com qualquer coisa...
-Ah, Goku. Não posso te pedir nada.
-Claro que pode. Eu sei que criar um filho sozinho é difícil. Pode me ligar pra qualquer coisa.
-Ah, Goku...
-Se passar mal, sentir dor, sentir que está na hora do bebê nascer. Não moro tão longe do apartamento de Vegeta. Pode me ligar, eu irei correndo socorrer você.
-Obrigada, de verdade.
Vegeta se aproximou, estava acabando de vestir seu casaco.
-Boa noite!
-Boa noite!
-Boa noite!
-Como vai, Gohan? -Vegeta segurou um dos bracinhos de Gohan e balançou, como se cumprimentasse ele.
-Vocês se conhecem há muito tempo?
-Desde sempre. Vegeta e eu crescemos na mesma rua, na mesma escola, por pouco não fizemos faculdade juntos.
-Ah, é?
-Eu me formei aqui mesmo. Goku se formou em outro estado e veio fazer residência aqui. Decidiu voltar ao começo.
-Pois é!
-Nem imaginava.
-Ah, o meu uber chegou. -Goku pegou Gohan dos braços de Chichi e se despediu dos dois.
-Vamos, Chi?
-Vamos!

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