Cortes

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Chichi caminhava em passos lentos, sendo apoiada por Goku para entrarem dentro de casa. Ela suspirou com gosto ao sentar no sofá, depois de longos dias no hospital, era bom estar em casa finalmente!

— Quem te olha assim nem imagina que tá com seis meses. — Goku disse, relaxando-se sob o sofá ao lado dela.

— Se nem nós imaginávamos.

— Como está se sentindo? Tem alguma dor? Falta de ar?

— Não, não, eu tô bem! Só um pouco cansada. — Ela puxou o ar com força e fechou os olhos. Os abriu novamente e passou a observar todos os detalhes da casa. — Mas isso aqui tá uma bagunça, hein? Tava achando que isso aqui é um lixão?

— Ah, dá um desconto.

— Desconto nada! — Incomodada, ela ficou de pé e pegou uma embalagem de macarrão instantâneo do chão. — Tava comendo porcaria, Goku?

— Tava em promoção, comprei uma porção disso! — Ele disse muito tranquilo.

— Quê? — Logo nem parecia que Chichi tinha acabado de voltar do hospital, ela voou até o armário da cozinha e se deparando com dezenas de embalagens de macarrão instantâneo. — Isso aqui não faz bem pra saúde.

— Qual é, Chi! — Ele saiu da sala e seguiu para a cozinha, ficando de frente pra braveza em pessoa. — Eu sei que não são saudáveis, mas comprei do mercadinho da esquina do senhor Felipe. Ele disse que ninguém estava comprando e que ele iria falir desse jeito. Fiquei com pena do homem.

— Ah, o senhor Felipe. Como ele está? E a esposa dele? — Ela se acalmou e se apoiou no balcão, mas ainda ficando de frente pra ele.

—Ela... faleceu, Chi, neste final de semana. O velório só teve a irmã dela, o senhor Felipe e os filhos.

— Que pesadelo, Eleos! Até quando isso vai durar?

— Queria ter uma resposta.

Eles ficaram em silêncio por alguns segundos, que foi quebrado por Chichi, que distribuiu um leve soco no peito de Goku e ele fingiu sentir dor.

— Vamos faxinar a casa.

— Tá chapada? Acabou de chegar do hospital.

— Eu estar no hospital não é uma desculpa pra transformar a casa numa podridão! Não quero nem ver o andar de cima.

— Ah, não quer mesmo! — Goku provocou.

— Como assim “não quer mesmo”? —Ela imitou, fazendo aspas com os dedos. Chichi nem mesmo esperou a resposta de Goku e saiu na sua frente, subindo as escadas e indo para o quarto do casal.

Céus!

O quarto estava revirado. Ali também tinha embalagens de macarrão instantâneo, garrafas de cerveja, a garrafa de whisky que ele tanto gostava estava em cima da cama, que por um acaso estava desarrumada. Havia peças de roupas jogadas por todo canto, além de migalhas de biscoito no chão e uma mancha de vinho no carpete.

—GOKU!

— Eu falei que você não ia querer ver! — Ele respondeu, ainda subindo as escadas. —Perdão, meu amor, eu entrei numa pequena depressão enquanto você esteve fora. Mas eu vou arrumar tudo, prometo.

— Mas é óbvio que vai. Eu vou tomar um banho quente.

— Vai, você merece. — Ele acariciou os longos fios dela.

Chichi nem hesitou em correr para o banheiro e ligar a torneira da água quente, deixando a água cair dentro da banheira. Fechou a porta e ficou desnuda, se encarando no espelho, que já estava ficando embaçado pelo vapor. Ela desligou a torneira e se voltou para o espelho, passando a mão por ele, para limpa-lo.

MedicinaWhere stories live. Discover now