Capítulo 2

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Quem seria o tão gênio brilhante que inventou o relógio, mais especificamente o despertador? Era o que Adrien pensava, ao despertar violentamente com o som estridente daquele maldito

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Quem seria o tão gênio brilhante que inventou o relógio, mais especificamente o despertador? Era o que Adrien pensava, ao despertar violentamente com o som estridente daquele maldito. Tateou a cômoda, apertando em qualquer botão para calar o objeto, e se enfiou debaixo das cobertas novamente.

Que dia era? Segunda-feira? Não havia nada de importante, então por que programara despertador? Pensou um pouco consigo, repassando a agenda; hoje começava as aulas no Music Collège, a mais renomada escola de ensino médio especializada em música de toda a França.

Bufou, jogando as cobertas ao chão enquanto se dirigia ao closet. Não estava nem um pouco empolgado para ouvir comentários acerca de quem era ou sobre as tragédias de sua família; era patética a "comoção geral" e pena que sentiam por ele.

Há pouco mais de um mês, sua mãe falecera, deixando-os desamparado até mesmo no quesito estudo. Seu pai, de imediato, matriculou-o no colégio para não "estagnar a carreira do filho", como ele próprio lhe dissera.

"Ele só quer se livrar de mim, me jogando num colégio interno. Era mais fácil me mandar morar sozinho ou algo do tipo."

Quando Nathalie fora lhe buscar para o café da manhã, Adrien já estava com tudo pronto, inclusive segurando forte o frasco de calmantes (só assim para controlar a raiva diante todo aquele povo). Beliscou seu croassaint e bebeu duas xícaras de café, apressando para logo estar em sua "nova casa".

A viagem foi quieta, sequer comentários de como deveria se portar frente a nova realidade. Realmente, era o abandono por parte de pai também. Será que, assim, suas preocupações familiares sumiriam? Não, Gabriel Agreste daria um jeito de monitorar o desempenho do filho em concursos de piano e afins.

Music Collège era um estabelecimento enorme, ocupava cerca de 3 a 4 quadras da região. Com muros de pouco mais de três metros, era considerado um dos lugares mais seguros de Paris — e mais restrito e controlador. Só na portaria, Adrien pode notar que sofreria muito e perderia a liberdade que lhe restava.

"Por que raios uma escola de música é um colégio interno, quase militar?"

Bem, a resposta é simples: especificadamente aquele colégio possuía a mais alta classe e nobreza de toda França (e alguns intercambistas de mesmo nível). Se houvesse períodos de monarquia, seria verdadeiramente uma escola real. Outros viam como a cadeia de filhos de ricos "desobedientes" ou encoleirados pelos pais.

O motorista estacionou frente a escadaria principal, onde repousava uma idosa, cerca de 60 aos, que não aparentava ser boa pinta. Com um sorriso forçado, a mulher recepcionou o garoto, "puxando o saco" para ser bem avaliada por Nathalie.

— Seja bem vindo, Adrien Agreste! Estamos lisonjeados com tua presença em nosso humilde colégio! Espero que possamos nos dar bem!

Aqueles olhos cinzentos cintilavam um alerta de "não ligo de quem seja se filho; se não se comportar, vai sofrer as consequências"; mas apenas o loiro havia notado.

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