Adrien mal piscou e já estavam em dezembro! Em breve, haveria o recesso de Natal e Ano Novo, no qual alunos poderiam sair do Colégio para visitar a família. Porém, o loiro decidiu imitar Harry Potter em "A Pedra Filosofal" e ficaria naquele inferno (embora comparar Hogwarts e Collège seja doloroso).
Caminhava com Nino pelo corredor até a casa de banho. Aparentemente, o amigo optou por também permanecer no colégio, já que a mãe sequer estaria em casa — trabalhos sérios na Inglaterra, como explicou. O loiro respirou aliviado ao saber que não ficaria sozinho, mas também se sentiu triste pelos problemas familiares do moreno; faria de tudo para por de lado os problemas semelhantes.
— Curtiremos bastante o recesso. Embora eu nunca tenha saído ou aproveitado com amigo, confia no pai — incrível como o linguajar de Adrien se refinou em pouco tempo entre adolescentes.
— Com certeza, cara. Ah, as meninas ficarão também: Alya foi dispensada pela família e Marinette viu uma boa oportunidade de treinar mais.
Então a azulada passaria os feriados com ele também... Adrien mal podia esperar! Desde aquela conversa pós dueto, haviam se aproximado mais, trabalhando em conjuntos tanto nas aulas práticas quanto nas teóricas; porém, nem tudo era um mar de rosas como parecia: talvez pela trouxisse, o loiro não notava quaisquer sentimento confuso da amiga, malemá os deles! Temos, então, a famosa tensão (sexual? amistosa?).
Por sorte, os chuveiros estavam vazios — em função do recesso — e os amigos poderiam continuar o diálogo em paz. Eram assuntos triviais sobre atividades e o cansaço da aulas, até que Nino tocou na ferida que sequer Adrien conhecia (porque, fielmente ao desenho, essa pobre autora cegou o protagonista):
— Cara, tô com uma dúvida faz cota sobre você e a Mari: afinal, rola um clima ou não?
— Claro que não, ela é apenas minha amiga! — o moreno riu, principalmente quando notou o rosto vermelho do amigo — Céus, por que essa água tá tão quente?
— Não sabia que você tinha o poder de aquecer as coisas! — sim, Nino é aquele tipo de amigo que ri das suas vergonhas (os melhores!) — Mas enfim, não acredito muito no teu papo. Só não demore para se tocar, pode ser tarde demais.
Nino deixou Adrien sozinho com seus pensamentos. A água corria pelo corpo, e o menino torcia para que levasse ao ralo aqueles pensamentos confusos que submergiam toda hora, em um ciclo contínuo. "Não é como se fosse algo mais além, né...?" bem, o que dizer a alguém que sequer já sentiu coisa parecida?
O chuveiro foi desligado, Adrien pegou a toalha e se enrolou nela; com os cabelos pingando, caminhou até o vestiário, terminando de se secar e vestindo o conjunto de agasalho. Trajado adequadamente (imagine Adrien Agreste de chinelo e meia!), saiu da casa de banho, ainda tirando a umidade dos sedosos fios loiros. Tão distraído que mal notara o trombo!
Por uns instante, a cabeleira azul direcionava totalmente à Marinette, contudo, ao associar o restante, o coração pontou de decepção ao reconhecer a esnobe Kagami, com aquele sorriso presunçoso. Respirou fundo e se desculpou, planejando em sequência sua saída. Apenas planejando, pois a japonesa — como um típico clichê — o barrou, mostrando interesse em manter conversa.
ESTÁ A LER
Nas Partituras do Amor
FanfictionAdrien Agreste, um pianista prodígio. Desde criança, impulsionado pela mãe, a famosa musicista parisiense Emilie Agreste, o garoto deu a alma à música, em treinos extensos e muita dedicação. Sendo o vencedor mais jovem do prêmio "Gramophone", Adrien...