Dix-Sept

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Mesmo com a janela e cortina fechadas, a claridade do dia deixava o quarto um pouco mais claro. Acostumado a acordar cedo, Pierre abriu os olhos antes mesmo que o despertador de Aimée tocasse. Levou o braço para trás da cabeça e sorriu ao notar que o braço de Aimée, que dormia de bruços, permanecia apoiado em seu abdômen.

Fechou os olhos novamente e respirou fundo, sentindo o aroma do perfume dela no travesseiro e se lembrando detalhadamente da noite anterior. Depois de mais algumas bebidas, as conversas sérias deram lugar a indiretas e provocações e também a beijos mais quentes e intensos. Pierre esperava que as coisas continuassem na mesma intensidade quando chegassem ao apartamento de Aimée, mas havia sido surpreendido.

Aimée parecia não ter mais uma gota sequer de álcool no sangue, segurou as mãos dele, impedindo que ele acendesse as luzes do apartamento. Olhando nos olhos dele, ela o guiou até o próprio quarto. Pierre sentia seu corpo formigar, ansiando por tê-la novamente em seus braços pelo resto da noite.

Aimée tirou as sandálias de salto e, virando-se de costas para ele, passou o cabelo para o lado, deixando a nuca e pescoço livres. Pierre desceu o zíper do vestido e distribuiu beijos de sua nuca até o ombro, ao mesmo tempo em que afastava as alças, deixando por fim que o vestido caísse aos pés dela, revelando a lingerie preta.

Voltou a ficar de frente para ele e notou o olhar de desejo dele, causando uma onda de calor no corpo dela. E então Pierre acabou com a distância torturante entre os dois, num beijo que carregava exatamente o que Aimée vira em seus olhos instantes antes.


— Não me diga que estava me vendo dormir porque isso é muito estranho. — Pierre voltou à realidade ao ouvir a voz dela e nem mesmo percebeu que a encarava enquanto lembrava da noite anterior.

— Claro que não, eu estava contando quanto tempo você ia demorar para acordar com o próprio ronco. — Inventou e ela riu.

— Eu sei que não ronco, engraçadinho.

— Eu estava pensando se você teria tempo para tomar café comigo antes de ir trabalhar. — Aimée passou propositalmente por cima dele para pegar o celular na mesinha de cabeceira e conferir as horas. — Você falou de mim, mas também só tem a cara de inocente. — Pierre a segurou, com o corpo colado ao dele.

— O que eu fiz? — Aimée se fez de desentendida, sentindo seu coração bater mais rápido apenas pelo contato do corpo dele ao dela, apenas de lingerie.

— Chegue atrasada no trabalho e eu te ajudo a lembrar. — Sentou-se na cama com ela em seu colo e passou a ponta dos dedos na lateral do corpo dela, que se encolheu.

— Ou podemos tomar um banho e ir tomar o café da manhã. — Sugeriu com um sorriso e Pierre esperou pela pegadinha. — O que foi? — Fez-se de inocente novamente. — Se tomarmos banho juntos... — Beijou o ombro dele. — Economizamos água. — Beijou o pescoço. — E tempo. — Beijou a mandíbula dele.

— E não teria nenhuma outra intenção por trás, não é mesmo? — Levou as mãos ao fecho do sutiã, ameaçando soltá-lo.

— Claro que não.


🔸🔹


— Philippe? — Aimée atendeu a ligação, surpresa.

— Oi, Aimée. Por acaso o Pierre estaria com você? — Perguntou de uma vez e o tom preocupado deixou a engenheira em alerta.

— Não, eu ainda estou no trabalho. Por quê? Aconteceu alguma coisa? — Ela sentiu as mãos geladas, Philippe não ligaria para se estivesse tudo bem.

Léger et Inattendu || Pierre GaslyOnde histórias criam vida. Descubra agora