Dix-Neuf

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— Aimée, querida! — Pascal cumprimentou a afilhada ao abrir a porta. — Muito obrigada por ter vindo!

— Não tem problema, madrinha. — Sorriu, retribuindo o abraço.

— Nós estamos com esses ingressos da ópera comprados há meses e ontem a babá avisou que não poderia ficar com as crianças hoje. Só consegui pensar em você e te mandei a mensagem.

— Zoe, a Aimée chegou! — Marie gritou terminando de descer as escadas e correndo para abraçá-la.

— Oi, Marie! — Aimée se abaixou e estendeu os braços para receber o abraço dela.

— A gente pode terminar o baile das bonecas hoje?

— É claro que sim.

— Eba! — Ela deu pulinhos no lugar.

Jean-Jaques terminou de descer as escadas, conferindo as horas no relógio. Philippe e Cécile vinham logo atrás dele e os três cumprimentaram Aimée já seguindo para fora da casa.

— Muito obrigada, Aimée. De verdade. — Cécile a abraçou forte e ela ficou um pouco confusa com aquilo. Ela ficaria com as crianças por uma noite, não era um sacrifício.

— Mée! — Zoe correu, abraçando a mais velha como Marie tinha feito. — Eu estava com saudade de você. — Ela fez um biquinho.

— Eu também estava.

— Tchau, mamãe. Tchau, papai. — Zoe acenou para os pais que entravam no carro e logo deixaram a garagem da casa.

— Preparadas para uma noite super divertida? — Aimée perguntou depois de trancar a porta e se assustou ao se virar e dar de cara com Pierre e o pequeno Valentin em seu colo.

— Oi. — Pierre disse, notando que ela não esperava vê-lo.

— Eu... — Engoliu em seco. — Eu não sabia que você estaria aqui. Eu posso ir. — Indicou a porta atrás de si.

— Não! — Marie e Zoe gritaram ao mesmo tempo.

— O nosso baile, Mée. — Marie voltou a lembrar.

— Vem, vamos brincar. — Zoe pegou na mão dela, levando-a para sala onde todas as bonecas estavam.

Aimée se sentia em desvantagem. Pierre não estava nem um pouco surpreso com a presença dela ali e pela forma como Pascal tinha conversado com ela ao telefone, dera a entender que não tinha ninguém para olhar as crianças. Tinha caído no plano de sua madrinha mais uma vez, e não duvidava que sua mãe pudesse estar envolvida nisso.

— Seus pais foram à ópera também, Marie? — Aimée perguntou, ajeitando a roupa da Barbie que Zoe tinha entregado a ela.

— Não... A mamãe está passando muito mal agora que está perto da minha irmã nascer, aí eu fico aqui com a vovó. — Seu tom era um pouco triste e sendo filha única, Aimée não sabia como ela se sentia.

— Mée, você sabia que a Marie escolheu o nome da irmã dela? — Zoe perguntou e vendo Aimée negar, continuou. — Eu não escolhi o nome do Valentin.

— E que nome você escolheu? — Aimée olhou para Marie.

— Claire.

— Eu adorei. E eu acho que ela vai adorar também. E vocês três serão muito amigas.

Pierre brincava com Valentin e seus blocos de montar no tapete, do outro lado da sala. Prestava atenção na conversa das sobrinhas com Aimée e sorriu, lembrando-se do show e como Aimée tinha se dado bem com a filha de Horner. Ela era mesmo um ímã para crianças.

Léger et Inattendu || Pierre GaslyWhere stories live. Discover now