6

2.1K 158 0
                                    

Fernanda

- porra l7, sai do celular! - Daniel falou com o Lennon a gente foi jantar antes de ir pra casa.

- qual é mano? - Lennon ria - tio leninho tá cenetando.

- do nada pego ele escrevendo - digo mexendo no suco - mas só vi algumas músicas deles nenhum lovesong.

- se preocupe não, mostro quando for lá no papato - ele me disse rindo.

lennon se deu bem com meus amigos, assim como eu me dei com os dele, rimos a noite toda, na hora de ir embora a gente chamou um uber e eu acabei adormecendo no ombro dele.

- não quero ir pra casa ainda - falei descendo do carro - o dia hoje foi tão legal... não quero que acabe...

ele fechou a carteira e andou até mim, assim que o uber se foi, Lennon parou na minha frente e pousou as mãos na minha cintura.

- você tá morrendo de sono, e eu não vou te carregar - beijou minha cabeça e saiu na frente, entrando no prédio.

corri e encontrei ele segurando a porta do elevador.

- você é mal - cruzei os braços e dei uma cutuvelada nele.

- você que é manhosa - puxou uma mexa do meu cabelo.

ficamos implicando um com o outro até eu morder o ombro dele e correr até o apartamento.

- a chave tá comigo - ele falou passando a mão pelo ombro - seu celular também.

isso era verdade, eu tinha entregado meu celular pra ele por no bolso.

- vai durmi aqui fora - lennon tirou a camisa pra olhar o local vermelho.

- você tava me fazendo cócegas, legítima defesa - falei erguendo o queixo.

- você me agrediu primeiro! - ele me bateu de leve com a camisa na sua mão.

comecei a tirar o salto e ameacei jogar nele.

- bora abre a porta - falei colocando o salto no cantinho.

- não. - ele saiu - vai durmi aí.

tentei bater nele, e a gente começou uma pequena briga, no fim eu estava contra a parede, lennon em emprensava o quadril no meu, e me olhava no olho, ficamos por um bom tempo em silêncio, meu coração estava acelerado, dificilmente eu ficava nervosa, esse era um momento.

vejo o pombo de Adão, no pescoço dele, subir e descer, nossa respirações se chocavam, o olhar dele descia da minha boca, para meus olhos, e eu não fazia diferente.

um filme passava na minha cabeça muito rápido, porque deveríamos nos tratar como irmãos, isso seria errado, mas a tensão sexual era evidente.

- lennon... - minha voz saiu tão baixa, que eu quase não ouço, mas ele ouviu, ele prestava atenção em cada detalhe do momento.

- hum... - ele se aproximou um pouco mais.

- a chave. - falei e ele pareceu não entender - pra entrar. a chave?

Lennon parecia cair na realidade, porque se afastou rápido e limpou as mãos na calça, depois enfiou a mão no bolso e me entregou o molho de chaves dele.

eu ia agradecer, mas o clima entre a gente estava péssimo, preferi entrar e deixar a porta entre aberta. morrendo de vergonha.

...

algumas semanas se passaram, e eu tenho fugido do Lennon como o diabo foge da cruz, se ele tá na sala, corro pro quarto, minha rotina na faculdade e trabalho estava normal, ele mal parava em casa, ia andar de skate, saia com os amigos, ou já trabalhar, como antes.

hoje não dava pra evitar, ele estava com febre, pegou chuva enquanto vinha pra casa, e um dos professores havia morrido, como era quinta, minha folga na semana, Maria e Lucas foram pra um aniversário com os pais, e eu tinha que cuidar do doente, como ele fez comigo.

- 38.7. - falei olhando o termômetro, lennon queimava em febre, seu lábio despelava - quer ir no hospital?

ele nega, quando todo mundo saiu, Lennon só estava deitado, falando que não se sentia bem, dei um remédio a ele.

- você precisa ir tomar um banho... - ele senta com dificuldade - eu te ajudo.

seria constrangedor, mas ele e a família me ajudam em tudo, nada mais justo.

enchi a água da banheira e encontro ele caminhando a passos calmos até a banheira.

com delicadeza tiro a camisa dele, e colocou sobre a  tampa do vaso, me abaixou pra tirar a bermuda, lennon me olha e recua.

- tudo bem, eu dava banho no meu pai, não se preocupe, você pode ficar de cueca.

- beleza - tirei, tendo visão da cueca cinza dele, me levantei com o constrangimento, Lennon continuava de pé, bem na minha frente, apoiei o braço dele no meu ombro e ajudei a entrar na banheira.

- por que você está me evitando? - eu esfregava os cachos dele, o cabelo tinha uma ótima testura.

- não te evitei - ele me olhou de relance - ok, eu...

- ficou com vergonha pelo outro dia? - Lennon vira a cabeça e eu pego o chuveirinho pra molhar os cabelos dele, assim que terminei Lennon se vira e me encara - a gente precisa conversar.

- eu sei que precisámos, e eu não sou uma pessoa de fugir, garanta, mas foi extremamente confuso, mesmo que não tenha rolado nada - apoia os braços nos próprios joelhos e me encara.

- não queria que nada entre a gente mudasse... - falei, lá no fundo era mentira, desde aquele dia, eu vinha me imaginando nos braços de Lennon, e isso me irritava porque eu me sentia uma adolescente.

- eu queria... - olhei seria pra ele.

me sentei no chão, a conversa será  longa.

- eu as vezes penso nisso - falei encarando a parede - em nós, porque somos tecnicamente irmãos postiços... e. nada do que eu tô falando tá fazendo sentido - falei rindo enquanto encaro a parede.

- vou buscar uma toalha, você vai ficar todo enrugado - assim que voltei Lennon estava em pé, ainda frente a banheira, a cueca marcava tudo.

- olhe muito não, sou meio descarado -  dei risada ajudando ele a sair, a cara dele já não era de morto, então deixei ele se vestir e fui fazer algo pra gente almoçar.

quase uma semana - L7NNONWhere stories live. Discover now