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lennon

o arrepio ao ouvir aquelas palavras foi inevitável, porra, essa não era ela,  menina seria, calada.

porra, as caladas.

- vai me matar mesmo? - falei sentando e trazendo ela pro meu colo, tirei a blusa dela lentamente.

toc toc

- lennon?! - minha mãe - Fernanda não tá em casa, você viu se ela saiu? eu tô preocupada ela deixou o celular.

Fernanda arregalou os olhos pra mim,  eu não fiz diferente.

- lennon?! - ela tornou a bater na porta, Fernanda pulou do meu colo e se escondeu abaixada do outro lado da cama.

fiquei em pé e caminhei até a porta, antes que eu possa chegar, mas abre.

Não tava trancada, porra.

- senhora? - perguntei fingindo sono.

- ela avisou se ia sair? - minha mãe estava de braços cruzados com o celular dela na mão, me deu uma pena, porém era engraçado.

- ela tem depressão meu filho, o pai morreu de câncer e a mãe se matou, a finge de durona, mas eu morro de medo que ela cometa suicídio, por isso sempre vejo quando ela tá dormindo - minha mãe fala tudo tão rápido e tão desesperado que eu fiquei preocupado, mesmo sabendo que ela tava ali no chão do meu quarto.

- ela avisou sim... só não lembro o lugar, parece que com uma amiga - falei a primeira mentira.

- mas ela avisou o horário? se volta?

- já já ela tá aí mãe, um voto de confiança - minha mãe olhou rápido pra dentro do quarto, suspirou e saiu, vi ela fechar a porta.

- vou esperar a barra ficar limpa... - ela falou, abraçando o próprio corpo, ela tinha ouvido. provavelmente estava desconfortável.

- foi ma... - tentei dar um passo mas ela recuou.

- não se desculpe - forçou um sorriso - sua mãe só está preocupada? isso é normal.

ficamos um pouco em silêncio, Fernanda pegou o celular dela em um canto da cama, e mexia um pouco, estava na ponta da cama, tava com tesão mas notei o desânimo dela, me deitei perto dela, e fiz um carinho na cabeça.

ela conversava com o Ciro.

virei o rosto, meu carinho não teve resposta, ela não falava nada, só olhava seria pro telefone, eu já estava cochilando.

- passou quase meia hora, a barra tá limpa, vou pro meu quarto - ela disse baixinho tirando meu braço de cima dela.

- beleza - me virei e durmi. cansado estava, não ia insistir pra ela ficar, sei que ela quer um tempo.

...

- eu sei que você é de maior, mas por favor não sai tarde - minha mãe pedia pra ela, enquanto a gente tomava café.

- peço desculpas, mas eu não fui tão longe, tava na praia, fui dar uma volta  - minha mãe tem um olhar terno pra ela, segurou a mão de Fernanda e sorriu.

- meu bem... eu amo você, como uma filha, e tenho a preocupação de uma mãe, só isso - o sorriso das duas, não rasgou o rosto por pouco, eu gosto do jeito que elas se dão tão bem, e muito bonito.

quase uma semana - L7NNONWhere stories live. Discover now