Capítulo XIV

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Paulo Guerra

A prova consistirá no seguinte: cada grupo receberá duas mochilas, uma para a dupla da equipe roxa e a outra pra dupla da equipe laranja, que contém equipamentos de acampamento. — O avô da Alicia começa, após irmos para fora do refeitório. — Vocês irão, juntos, até quatro clareiras demarcadas na floresta, uma para cada grupo, e acamparão durante essa noite. O objetivo é as duplas de equipes diferentes competirem por recursos enquanto na floresta e a dupla que conseguir chegar aqui primeiro, depois do meio dia de amanhã, ganha um ponto para a equipe. Vence a equipe com mais pontos.

— Alguma dúvida? — Pergunta Alan, tirando o cabelo do rosto, fazendo algumas garotas suspirarem. Ninguém perguntou nada e, assim, as mochilas foram entregues.

Me aproximo de Alicia e Marcelina, acompanhado de Adriano. As duas garotas pareciam discutir sobre algo, mas quando chegamos, ficaram em silêncio.

— Eai, garotas? Preparadas? — Adriano fala e as duas apenas assentem. Franzo as sobrancelhas e passo um braço pelos ombros de Alicia.

— Tá tudo bem, Alicia?

— Tá sim, Paulo. Não precisa se preocupar. — Ela diz e eu continuo a estranhar. O Senhor Campos avisa que poderíamos iniciar a prova e, então, começamos nossa caminhada em direção da clareira determinada para o nosso grupo.

Em algum momento, Marcelina puxa Alicia pelo braço e tenta começar uma conversa, mas rapidamente Alicia corta a garota. Nunca tinha visto minha namor..., quer dizer, minha amiga tratar minha irmã dessa maneira.

— Por que tanto discutem hoje? — Eu pergunto, me aproximando das duas.

— Não é nada, Paulo. — Marcelina fala cabisbaixa.

— Sua irmã só teve uma crise, Paulo. Não é nada, como ela disse. — Algo na voz da Alicia me assustou e eu arqueei minhas sobrancelhas.

— Que que você fez, tampinha? — Eu pergunto e minha irmã revira os olhos pelo apelido.

— Eu me passei. Só isso. — Ela fala, não me convencendo.

Só isso. — Alicia repete com a mesma voz assustadora de antes.

— Ai, ai, como as mulheres são complicadas! — Eu digo, pegando na mão de Alicia.

— Como é que é, Paulinho? — Ela fala, apertando a minha mão.

— Nada, nada, lindinha, eu nem abri minha boca! — Eu digo e ela solta uma gargalhada. Fico chocada com o quão bonito é o sorriso da menina.

— O que foi? Tem algo no meu dente? — Ela pergunta e eu sorrio.

— Não. Você está perfeita. — Eu digo depois de dar um um selinho nela, que sorri ainda mais.

Depois de uns 15 minutos, chegamos na clareira. Alicia e Marcelina montam sua barraca rapidamente ao lado de um pequeno riacho que passava por ali. Enquanto eu e Adriano não conseguíamos nem entender como aquilo funcionava.

— Paulo, a sua namorada sabe tudo sobre acampar, não é possível que você seja tão ruim assim! — Adriano fala e eu dou um soco fraco (mas nem tão fraco assim) no braço do garoto, que fica reclamando.

— Precisam de uma ajudinha aí? — Alicia fala segurando o riso.

— Aliciazinha linda do meu coração, tu sabe que eu gosto muito de você, né? — Eu começo e a menina já revira os olhos. — Nos dá uma mãozinha, vai?

— Tá, mas só por que eu não quero ver meu nam...— Ela para parecendo atônita, Alicia ia dizer namorado ou eu ouvi mal? — Meu amigo dormindo no meio do mato.

— Muito, muito, muito, muito obrigada, linda. Eu te am...— Agora quem para de falar sou eu, ainda mais atônito do que ela. — Eu te gosto demais!

A garota me encara com um meio sorriso no rosto e me dá um selinho demorado antes de começar a berrar instruções para mim e Adriano.

— Como vocês são melosos, né? Se a Laura estivesse aqui, ia fala "Isso é tão romântico!" a cada 10 segundos. — Adriano me diz após terminarmos de armar nossa barraca e depois de Alicia ir para perto do riacho pegar água. Eu solto uma risada ao imaginar a gordinha, quer dizer, a Laurinha falando sua típica frase.

— Eu acho que to gostando dela pra valer, cara. — Eu digo e o garoto me olha com cara de óbvio.

— Descobriu isso depois de quase falar "Eu te amo" pra ela?

— Vai se foder! — Eu digo empurrando ele com o meu ombro e soltando uma meia risada. Observo Alicia de longe e não consigo entender como já consegui viver tão longe dela.

Alicia Gusman

Paulo Guerra quase disse "Eu te amo". Paulo Guerra quase me disse "Eu te amo". PAULO GUERRA QUASE ME DISSE "EU TE AMO"!

Se você acha que eu tô surtando, você está completamente correto.

Será que foi sem querer? Eu acho que foi sem querer! Mas será que ele sente isso de verdade? Por que ele quase deixaria escapar se não sentisse? Eu to falando do PAULO, nenhuma carta tá fora da mesa.

Eu e Paulo ascendemos uma fogueira quando achamos que era 18:00. Marcelina e Adriano tiraram as comidas que tinham nas mochilas e as cozinharam ali mesmo.

— Alicia, por favor, eu só quero conversar! — Marcelina diz, pouco depois de comermos a sobremesa (que eram marshmallows derretidos no fogo).

— Vamos ali na barraca, então. — Eu falo sem muita empolgação.

— Alicia olha, eu não queria te magoar e eu não deveria ter te dito nada daquilo, por que simplesmente nada daquilo é verdade. — Ela começa e eu cruzo meus braços. — Você não é vadia, nem talarica e nem traidora. Você é a melhor amiga que eu já tive e sem dúvidas a melhor cunhada que eu poderei ter. Por favor, me perdoa por tudo que eu te fiz. Eu te amo muito, muito mesmo, de coração, Alicia!

— Eu também te amo de coração, Marcelina. — Eu digo, abraçando a garota que tinha lágrimas nos olhos.

Ela começa a chorar muito em meu abraço e murmurar coisas como "Eu achei que você nunca iria me perdoar, Alicia.", "Ainda bem que eu não vou perder a minha melhor amiga." e "Eu te amo tanto, mais do que qualquer pessoa nessa terra."

— Tá tudo bem, aí? — Paulo fala entrando na barraca. Ele arregala os olhos e senta ao meu lado, acariciando o cabelo da irmã. Eu nunca tinha o visto tão carinhoso com Marcelina. — O que aconteceu? O que você fez pra ela, Alicia?

— Ela me perdoou, Paulo! Eu to chorando de felicidade, seu burro. — Marcelina fala tirando a cabeça do meu colo e dando um tapa na testa do irmão. Marcelina dá um beijo na parte de sua testa que ficou vermelha por conta do tapa e antes de sair da barraca, conclui: — Muito fofo você, todo preocupadinho!

— Vai a merda, tampinha! — Ele fala e Marcelina revira os olhos, logo saindo da barraca. — Enfim a sós, né, Aliciazinha?

Você não tem ideia o quanto eu esperei por esse momento, Paulinho! — Eu respondo e Paulo se aproxima, iniciando um beijo quase que sem fim.

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Não consigo nem acreditar que tem
pessoas que realmente estão lendo
isso aqui! Só tenho agradecer a
todos os comentários positivos e apoio
que vocês estão me dando!
Caso tenham qualquer sugestão,
é só mandar uma mensagem ou
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Com carinho, R.

Maybe it's love - Paulicia Where stories live. Discover now