Capítulo XVI

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Paulo Guerra

— Como é o sabor da derrota, Paulinho? — Alicia me pergunta, enquanto íamos em direção ao refeitório após a equipe roxa ter ganhado de 3 a 1 sobre a equipe laranja.

— Vai rindo agora, Aliciazinha, mas pode apostar que no final dessa guerra, quem vai vencer sou eu! — Eu digo, sentando ao seu lado em uma mesa qualquer.

— Tu pode até ser o Guerra, mas você sabe bem que eu sempre venço as nossas competições. — Ela diz, empinando o nariz e imitando a expressão de Maria Joaquina quando vence.

— Você venceu essa batalha, amor, mas quanto a guerra, vamos ver! — Eu digo e ela fica estática por alguns segundos. E foi só vendo a expressão de choque dela que percebi o que eu tinha dito. EU ACABEI DE CHAMAR ALICIA GUSMAN DE AMOR? — Alicia, descul...

— Eu gostei, amor. — Ela diz, fazendo-me abrir um gigantesco sorriso no rosto. A garota se aproxima mais de mim e quando estávamos prestes a nos beijar, somos interrompidos.

— Estamos interrompendo? — Davi pergunta, sentando-se ao lado da namorada, que tinha dado um tapa forte na mesa.

— Claro que não, Davizinho! Eles amam a nossa companhia, né, Alicia? — Ela fala, encarando a garota com uma expressão de pressão. Alicia rapidamente concorda com a cabeça e parecia que tinha algo de estranho na interação entre as duas.

— Se é assim... — Davi começa. — A gente vai jogar uma partida de futsal lá na quadra daqui meia hora e precisamos dos capitães!

— Pode apostar que a gente estará lá! — Eu falo, passando um braço sobre os ombros de Alicia.

Ficamos conversando com o casal por um tempo e Valéria continuava lançando olhares estranhos para Alicia, que parecia nervosa.

— Alicia, tá tudo bem entre você e a Valéria? Estavam se encarando de maneira estranha... — Eu pergunto quando os dois saem e tiro a garota dos seus pensamentos.

— Tá tudo certo, Paulo! Você sabe como é aquela garota, sempre sabe demais. — Ela responde e eu arqueio uma sobrancelha.

— Sabe demais sobre o que?

— Sobre nada, sobre nada. — Ela diz rápido e em seguida muda de assunto.

Cinco minutos antes das 16:30, horário marcado para o jogo, eu e Alicia vamos até a quadra, onde todos que iriam jogar já estavam.

— Quem vai jogar no meu time? — Alicia pergunta, chamando a atenção de todos os garotos. Daniel, Davi, Jaime e Kokimoto foram até ela. — Juntem aqui, esquema tático!

— Cirilo, Mário, Adriano e... Laura? A Laura vai jogar? — Eu chamo quem sobrou e me surpreendo com Laura no meu time. Não sei nem se a gorda consegue correr. — Bom, enfim! Vamos logo, juntem aqui.

Conversamos um pouco sobre o plano de jogo e logo, ele começa. Alicia ganha no jogo da moeda e começa com a bola, fazendo um gol antes dos 3 minutos de partida.

— Merda! — Eu grito e fico mais furioso ainda quando vejo Kokimoto agarrado nela na comemoração. — Vamo lá, time! E vê se você se mexe, Laura!

O jogo recomeça e a partida vai ficando mais calma. No intervalo, o placar estava 3x2 para o outro time, mas eu estava confiante que conseguiria mudar isso.

— Viu como eu tô jogando bem hoje, Aliciazinha! Eu carrego o time. — Me gabo brincando para a garota, que ri e revira os olhos.

— E a humildade foi pra casa do caralho né, Paulinho! — Ela fala e eu abro um sorriso e dou de ombros. Tento abraçá-la pela cintura mas Alicia se afasta e eu franzo a testa. — Você tá nojento, Guerra!

— E tu acha que você não tá, Gusman? — Eu rebato e vou me aproximando cada vez mais dela, que vai recuando. Encurrá-lo a menina na parede e ela abre um pequeno sorriso. — Tá gostando, é? Achei que eu estivesse nojento!

— Você tá nojento! Mas eu gosto de ti pertinho de mim assim. — Ela fala, olhando no fundo dos meus olhos.

— Ah, é? — Eu digo, colocando a mão carinhosamente em sua nuca, fazendo-a arrepiar.

— Hm-hm! — Kokimoto fala se aproximando de nós. Não saímos do lugar. — O jogo vai começar.

— Maldito tempo! — Eu falo e recuo, já me direcionando para a quadra. Alicia me puxa pela mão e me dá um beijo de língua, me surpreendendo.

— É um beijo de sorte, porque você vai precisar! — Ela diz antes de se afastar, fazendo-me arquear uma sobrancelha.

Quando Alicia disse que eu precisaria de sorte, ela não estava brincando. O jogo estava 6x3 agora e eu mal conseguia ficar com a bola nos pés.

— Me dá outro beijo, Alicia! To precisando de mais sorte. — Eu falo quando estava marcando a garota, ela revira os olhos e continua jogando, mas eu consegui ver o sorriso que ela tanto tentou mascarar.

Daniel passa a bola pra Alicia que corre em direção ao gol e eu tento marcar a garota, mas em algum momento, não entendi como, ela tropeça em meus pés e cai estatelada no chão.

Quando a garota não se levanta e permanece de olhos fechados que a preocupação começa a atingir meu peito.

— Alicia! Puta merda, que que eu fiz! — Eu falo, me abaixando ao lado dela e tentando acordá-la, já que estava desmaiada.

— T-tá tudo bem, amor! Você n-não fez nad-da! — Ela diz gaguejando quando acorda. A garota tenta se levantar, mas cai de volta ao chão.

— Não tá não, lindinha! Eu te machuquei, não tá tudo bem! — Eu digo, fazendo carinho em sua bochecha. Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto e limpo-a rapidamente. — VOCÊS VÃO FICAR PARADOS QUE NEM IDIOTAS OU ALGUÉM VAI CHAMAR O SENHOR CAMPOS E A PROFESSORA HELENA?

— Eu vou, eu vou! — Diz Kokimoto, já que todos estatizaram quando ouviram gritar.

— Calma, Paulo! Tá tudo bem, tá tudo certo. — Alicia fala mais confiante e eu ajudo-a a sentar.

— Onde dói, amor? Onde eu te machuquei? — Eu pergunto, ainda lotado de preocupação.

— Você não me machucou, Paulo, já disse! Dói meu tornozelo direito só. — Ela responde e eu volto minha atenção ao lugar machucado. Pego seu pé e movimento em todas as direções, todas que foram dignas de gemidos de dor da garota. Eu queria fazê-la gemer, mas não por isso! — Tá quebrado?

— Eu acho que não, mas vamos ver o que a enfermeira tem a dizer. — Eu respondo e a pego no colo. Koki ainda não tinha voltado com os adultos, então prefiro levá-la sozinho até a enfermaria.

Coloco-a na maca e me assusto ao ver quem era a enfermeira.

— Clarice? — Eu digo com os olhos arregalados e quando a garota de 20 anos me reconhece, arregala os olhos também.

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Eai, gente? Quem será que é
essa enfermeira misteriosa? Palpites?
Espero que tenham gostado do
capítulo e muito obrigada porem
estarem lendo a história!

AVISO: Estou tentando postar pelo menos um capítulo por dia, mas estou em período de provas, então talvez eu não consiga postar todos os dias! Podem deixar que nos finais de semana compenso os dias que faltaram!

Com carinho, R.

Maybe it's love - Paulicia Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang