Capítulo 07

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Louis Tomlinson

Culpa minha, como assim culpa minha?

Eu fazia o melhor para minha filha, como uma mulher que não conhecia minha rotina, tinha a audácia de dizer que minha neném estava com dificuldade de desenvolver a fala por minha culpa?

Eu era um ótimo pai, dava tudo de bom e melhor para ela, mesmo que Anne tivesse somente um pouco mais de ano e meio. Ela era uma das bebês mais bem tratadas desse mundo. Não era culpa minha.

Ok! Eu podia ser um pouco ausente, mas não acho que isso interferia no desenvolvimento da sua fala. Um absurdo! Olívia só podia estar pirada, eu levaria minha filha em outros médicos, e provaria que nada daquilo tinha a ver com minha ausência.

Peguei uma garrafa de uísque, e comecei a tomar no bico mesmo.

Precisava de álcool em meu sangue para ver se me acalmava. Não queria acreditar que eu era culpado por minha bebê não falar. Estava tentando fazer tudo certo.

Fazia de tudo para que não pegasse resfriado, que não ficasse doente de nenhuma forma, para eu não perdê-la, igual perdi sua mãe. Como eu poderia ser o errado daquela história?

Fui deixado sozinho, sem saber muito como cuidar de uma criança.

Só queria manter minha Anne bem, não estava preparado para perder mais ninguém.

Mal percebi que virei metade da garrafa de uísque sem nem ao menos comer nada. Fui cambaleando para a cozinha tentando encontrar algo para comer, mas nem isso consegui aguentar, já que minhas pernas imploravam para que eu me sentasse só um pouquinho no chão.

E foi o que fiz, fiquei me lamentando encostado na parede, com a cabeça baixa, enquanto encolhi meus joelhos para que eu pudesse apoiar meus braços. Tudo rodava... e droga!

Odiava beber em certa quantidade que me fazia perder a noção do sentido. Mas acho que a ocasião pedia um pouco de perda de controle.

Fiquei algum tempo no escuro, sentado no piso gelado da cozinha, até que ouvi passos.

Queria levantar, me esconder de quem quer que fosse. Mas porra! Eu não dava conta nem de mover minha cabeça direito. Vi que a pessoa se aproximava, no entanto continuei no lugar.

Talvez se eu tivesse em meu estado normal eu falaria para não me olhar, para sumir dali, só que estava difícil até de tentar abrir a boca.

- Senhor Tomlinson, precisa de ajuda? - Droga! Eu conhecia aquela voz.

Era o novo funcionário, o babá, que eu tinha tratado muito mal mais cedo.

Por que eu era tão idiota com as pessoas?

Eu sei que ninguém me faria mal, só que insistia em ser um escroto com todo mundo. Vi mais cedo nos olhos verdes de Harry, o quanto eu havia o assustado. Credo! Eu era um monstro, e estava completamente bêbado.

Resmunguei alguma coisa incoerente, o que fez o babá se aproximar.

Ele se abaixou na altura dos meus olhos, e mesmo vendo as coisas girarem consegui encará-lo.

Porra! Se fosse em outro momento, em um mundo menos doloroso, eu poderia dizer que aquele homem era lindo, perfeito, e que me fazia ter vontade de conversar com ele, só para conhecê-lo melhor.

Mas estávamos na porra da minha vida destruída, então nada disso ia acontecer.

- O senhor precisa de ajuda?

Sem querer assenti. Passei meus olhos por seu corpo e lá estava aquele pijama amarelo ridículo. Soltei uma risada, que fez o garoto a minha frente franzir o cenho.

༻❈N̲̅a̲̅n̲̅n̲̅y̲̅ I̲̅n̲̅ T̲̅r̲̅o̲̅u̲̅b̲̅l̲̅e̲̅ ❈༺Onde histórias criam vida. Descubra agora