Capítulo 14

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Harry Styles


Já havia me metido em problemas em minha vida, mas não em um desse tamanho. Ok! Se fosse um homem qualquer não tinha problema, só que aquele não era a porra de um homem qualquer.

Ele era o meu patrão, o homem que demitia se você respirasse de forma diferente, o tal clichê que se via por aí: um CEO frio, que não tinha sentimentos.

E o que eu havia feito? Quase beijado ele. Deus, o que eu tinha feito? Jogado uma bomba na minha vida.

Passei a noite toda remoendo o que havia cometido e hoje de manhã antes de Anne acordar, pensei em mil e uma possibilidades de jogar a culpa dos meus atos para cima da bebida. Igual às pessoas que não sabiam se comportar e jogavam a culpa no álcool.

Talvez ele caísse, mas quando Louis apareceu no quarto da filha todo o meu plano caiu por terra.

Ainda mais quando percebi pelos seus olhos que ele estava esperando alguma reação minha. Só que para piorar toda a situação ele tinha segurado meu rosto e depois afagado a minha pele.

Sinceramente, agora eu estava uma completa caixa de confusão e não sabia o que fazer.

Anne brincava, e eu viajava nos meus pensamentos tentando entender o que tinha significado aquilo. Eu podia ter uma luz para entender qual foi a daquele toque, só que soluções não caíam do céu.

Peguei meu celular e Liam ainda não havia me mandando nenhuma mensagem. Ele costumava fazer isso diariamente, para perguntar como estava e toda aquela coisa de uma pessoa que se preocupa com a outra.

No entanto eu não podia esperar pela sua conversa, precisava falar com ele. Por isso, sem pensar muito, mandei uma mensagem para ele:

       Eu: Liam, fiz uma burrada ontem e não sei como consertar.

Passei a manhã toda sem resposta, pelo jeito ele estava atolado de serviço e eu o perturbando por problemas que ele não podia resolver. Quando estava dando almoço para Anne foi que a resposta chegou, no entanto terminei de alimentar a neném para depois dar atenção ao aparelho.


Liam: Nem sei se quero perguntar o que você fez…

                       Eu: Mas eu vou falar mesmo assim… Quase beijei o Louis, e para piorar hoje ele afagou meu rosto.

Depois disso, tudo pareceu parar, Liam digitou umas mil vezes, mas apagou todas e depois de uns dez minutos disse:

Liam: O quê?

Tentei respondê-lo, mas logo meu telefone começou a tocar e sem nenhuma surpresa era meu amigo.

— Alô — atendi com a maior voz de inocente.

— Você pirou Harry? — Ele quase gritou e eu só pedi mentalmente para que Louis não o escutasse.

— Não sei o que deu em mim, bebi um pouco de licor e fiz isso.

— Você nem bebe, Harry.

— Pois é, acho que esse foi um dos maiores motivos por ter feito o que fiz.

— Esse homem não é para você. Está me entendendo? Ele é grosso, um escroto. Sei lá ele nunca me passou uma boa imagem.

Eu sabia, nem tinha falado que ele era algo para mim, só queria uma solução de como agir, mas ele estava levando para outro lado.

— Nem eu quero Lee.

— Acho bom, ele é lindo, mas é todo errado em relação as pessoas.

— Tudo bem, só quero saber como agir.

— Normalmente, se ele falar algo, você pede desculpas. O problema é se ele te demitir, mas espero que aquele idiota não faça isso. — Liam não tinha um carinho muito grande por nosso chefe.

Eu também esperava, porém se fosse acontecer isso Louis já teria feito, não é mesmo? Mas o que mais estava me incomodando era ouvir meu amigo, ofender Louis daquela maneira.

Tudo bem! Ele já havia me tratado como um idiota algumas vezes, mas já havia relevado, e nos últimos tempos estávamos nos dando tão "certo" que eu realmente não entendia o grilo de Liam com ele. — Por que você o odeia tanto?

Meu amigo ficou calado por um momento, até que respondeu:

— Quando a esposa dele morreu, Louis foi a pior pessoa do mundo. Nunca vou esquecer-me de como ele me humilhava, e nem era com gritos. Suas palavras cortantes se tornavam piores com o jeito sussurrado que ele tinha de falar. Chamou-me de imprestável não sei quantas vezes, não sei se algum dia volto a gostar dele como patrão e com isso meu ranço é grande por ele.

Eu o compreendia, e também tentava entender o lado de Louis. Ele tinha perdido a esposa, talvez não soubesse viver bem com a dor.

Depois de ele desligar, pois precisava voltar a sua mesa, já que tinha ido ao banheiro para me ligar, eu voltei a prestar atenção em Anne. A garotinha era tão doce, e se eu assumisse para o meu coração, poderia dizer que já amava Anne com todas as minhas forças.

Só esperava agora que o pai dela não me demitisse pelo erro que cometi, não seria ninguém sem ela.

Parecia que a bebê já fazia parte da minha vida, sabia que não devia ter me apaixonado tanto por ela, mas como não iria? Anne era perfeita, maravilhosa, a bebê que qualquer mãe iria querer.

Eu tinha que tirar isso da minha cabeça também, pois não era mãe de Anne. Era somente o babá que precisava do emprego e não poderia fazer mais cagadas do que já tinha feito na noite passada.

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༻❈N̲̅a̲̅n̲̅n̲̅y̲̅ I̲̅n̲̅ T̲̅r̲̅o̲̅u̲̅b̲̅l̲̅e̲̅ ❈༺Onde histórias criam vida. Descubra agora