Capítulo 2| O primeiro contacto

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↞ 𝑨𝒖𝒓𝒐𝒓𝒂 ↠

Eu caminhava ao longo do rio procurando um lugar para descansar e ficar pelos próximos dias. Fazia tempo que não passava por estas terras. Para mim eram desconhecidas e não sabia bem o que elas me aguardavam. Durante um tempo ouvi rumores dos acontecimentos que se passavam na Terra Média, como os anões voltarem a ter comando sobre a montanha de Erebor. Mas nada além disso.

Olho em volta à procura do lugar perfeito e é quando encontro uma pedra grande que fazia um bom recobro e um bom esconderijo para as próximas noites. Escondo a minha espada e a minha mala que continha todos os meus pertences debaixo da grande pedra. Retiro de dentro da minha mala uma roupa suplente para vestir depois de me banhar no rio.

Afasto-me agora do meu acampamento provisório e sigo o rio até uma parte com menos corrente, o ideal para lavar a roupa que tinha vestida e poder banhar-me. Assim que encontro o lugar que procurava, olho à minha volta uma última vez garantindo que era seguro expor-me daquela maneira.

Pouso o meu arco e flechas junto com a adaga que tinha escondida nas minhas roupas. Dispo-me das minhas vestes pondo-as de lado, guardando apenas as minhas botas perto das minhas armas, pois era a única coisa que eu não iria lavar.

Completamente nua entro no lentamente no rio onde a minha pele pálida entra em contacto com a água fria, fazendo cada pelo do meu corpo arrepiar. Para minimizar o meu sofrimento mergulho de uma vez molhando-me por completo. Lavo as minhas roupas deixando-as a secar numa pedra onde o sol brilhava. O dia estava particularmente quente, o normal para o dia de verão, mas podia querer que hoje era um dos dias mais quentes da estação até agora. O dia perfeito para deixar as minhas roupas secarem.

Mergulho aproveitando o momento para descansar do longo caminho que tinha feito até agora. Lavo o meu corpo e esfrego bem o meu cabelo loiro que me dava apenas pelos ombros. Saio da água embrulhando-me num manto de peles que rapidamente secava o meu corpo. Começo por vestir a minha túnica branca seguindo com as minhas calças que eram do mesmo tecido que a minha camisola escura com capuz e manga comprida. Volto a calçar as minhas botas e aproveito a brisa que vinha das árvores para secar os meus cabelos que pingavam água do rio.

Enquanto esperava as minha roupas secarem totalmente pratico pequeno movimentos com a minha adaga. Não faz mal nenhum treinar de vez em quando. Assim que vejo que as minhas roupas já estavam minimamente secas junto-as ao meu manto e armo-me guardando a minha adaga nas minhas roupas e preparando o meu arco.

Começo o meu caminho de regresso ao meu pequeno acampamento. Ele não ficava longe e eu caminhava calmamente aproveitando mais uma vez a brisa que vinha das árvores.

"Não deve estar longe." Ouço uma voz masculina vinda da pedra onde estavam os meus pertences. Ele parecia estar a falar com outra pessoa.

Agacho-me e escondo-me para que ninguém me veja. Olho à minha volta procurando um ponto estratégico para conseguir ver quantas pessoas acompanhavam aquela voz. Rastejo até uma pedra que me ajuda a perceber que eram apenas dois homens. Não, um homem e um elfo. O que estariam eles a fazer aqui?

Eles falavam em élfico trocando para o idioma do homem algumas vezes. Eu conseguia compreender quase tudo na perfeição, com os anos fui aprendendo os vários idiomas que percorriam estas terras.

Procuro outra posição para tentar conseguir uma melhor visão sobre eles. O elfo parece ter a mesma ideia e sobe na pedra observando cada detalhe do terreno que nos rodeava.

As suas vestes eram verdes, da cor das folhas das árvores na sua transição da primavera para o verão, com ele carregava um arco e flecha igual ao meu. A sua pele era tão pálida como a minha e os seus cabelos eram longos e da mesma cor que os meus, eles estavam bem arranjados e neles tinham penteados não muito elaborados. Os olhos atentos do elfo pareciam azuis como o fundo dos oceanos.

Já o homem era o seu contraste, a sua pele era um pouco mais escura, igual à de minha mãe. Os seus cabelos eram curtos como os meus, porém castanhos como o tronco das árvores. A sua barba estava bem aparada e condizia bem com o seu cabelo. Com ele carregava também um arco e flechas como o elfo, e uma espada que era escondida pela sua grande capa.

"O que vês Legolas?" O homem pergunta virando a sua atenção para o elfo que continuava observando o terreno.

"Não vejo nada e isso preocupa-me." O elfo fala com a sua voz quase angelical, posso dizer que o seu tom, tomou-me por despercebida.

Olho à minha volta tentando pensar num plano que não acabasse comigo morta aos seus pés. Eu não sabia quem eles serviam, muito menos de onde vinham e quais eram os seus objetivos.

"Proponho que esperemos." O homem fala para o elfo que desce da pedra e começa a caminhar até á minha localização, perto da beira do rio.

Eu tinha de formular um plano rapidamente. Vejo uma pedra do meu lado e com toda a minha força atiro-a para longe, o que faz com que o homem e o elfo seguissem na direção do som.

Cubro a minha cabeça com o capuz que me cobria parte do rosto e corro para junto das minhas coisas com uma flecha na mão pronta para que o pior acontecesse. Tento reunir tudo o que era meu o mais rápido possível, mas foi tudo em vão quando sinto uma flecha tocar na minha nuca.

"Pensa bem no teu próximo movimento." Ouço a voz calma do elfo ecoar nos meus ouvidos.

"Levanta-te com as mãos no ar, forasteiro." O homem completa. Forasteiro? Eles pensam que sou um homem. Algo a usar a meu favor.

Sigo o conselho do elfo e penso bem em qual seria o meu próximo movimento, eu não podia ser tomada como prisioneira, muito menos morrer para dois desconhecidos numa terra igualmente desconhecida. Começo por levantar-me lentamente e num movimento rápido ergo o meu arco com a minha flecha apontando-a para o elfo.

"Quem são vocês?" Pergunto forçando a minha voz num tom mais profundo.

Darkness Within You || 𝐋𝐞𝐠𝐨𝐥𝐚𝐬Where stories live. Discover now