Killer Queen

Capítulo 1 - 1972.

"Sonserina!" Bradou o velho chapéu seletor, ao menor toque de sua cabeça. Naquele momento, sentiu os dedos tremelicarem. Ter tanta gente assim olhando para ela era bastante assustador - e um pouco animador - mas muitíssimo assustador.
Os alunos da mesa de adornos e bandeiras prata e verde, aplaudiram ao sinal do novo - ou melhor - nova integrante da casa dos astutos. Pessoas que seriam suas novas colegas por muito tempo. Com um suspiro de alívio, desceu do banquinho depressa e correu até sua nova mesa, suas perninhas estavam tão trêmulas que se admirou não ter tropeçado.
Cercada de novas caras tão ansiosas quanto a dela, algumas pessoas tagarelavam ao seu redor. Era uma bagunça de ruídos muito divertida. Porém, um menino de cabelos negros curtos lhe estendeu a mão. A garotinha se virou estabanada para ele, não estava conseguindo prestar atenção em nada diante daquela algazarra. "Oi, pra você." Disse o garoto que tinha um rosto muito claro, olhinhos castanhos como amêndoas. O único contraste em seu rosto, era o rosado das bochechas, que lhe trazia um tom jovial e inocente.
- Ah, Olá. - Agnes dera um sorriso largo, logo estendendo sua mão em resposta apertando a do menino. - Sou Agnes Birdwhistle.
O menino soltou um risinho baixo. Agnes ficara sem reação por pequenos segundos, mas logo mudara sua expressão simpática.
- Acha meu nome engraçado? - torceu os lábios. Agnes gostava de seu sobrenome, só não gostava de seu nome do meio, do qual é melhor não falarmos por enquanto.
Menino balançou a cabeça negativamente, deu um sorrisinho envergonhado para ela e se recompôs. Encheu o peito de forma orgulhosa e disse:
- Sou Régulo, Régulo Black. Da grande família Black.
Parecia muitíssimo orgulhoso de seu sobrenome. Pois não era para menos, a família Black possuía uma grande linhagem de bruxos de sangue puro. Constava na lista dos tradicionais bruxos, os sagrado 28. A família de Agnes constava nessa lista também, a propósito, mas não lhe fazia tanta diferença. O que tornava a família Black tão popular, tinha muito mais a ver com a quantidade de ouro em seus cofres no Gringotes.
- Agora que estão todos em seus lugares, gostaria de lhes dizer apenas... - ressoou uma voz rouca pelo salão, era do diretor da escola de Hogwarts, Alvo Dumbledore. Havia alguma coisa naquela barba grisalha que intrigava Agnes, e não era apenas o tom solene de suas vestes rubi. - Que aproveitem o banquete de boas vindas.
Pratos, travessas bandejas repletas de comida deliciosa surgiram diante do olhar. Deliciosos ensopados de carne, pilhas de pães quentinhos e dourados, jarras cheias de suco de abóbora e outros magníficos pratos que não direi, para não torturar lhes o estômago.
Todos encheram seus pratos, os sons de conversas acaloradas de novos alunos, de alunos já frequentantes, o tilintar dos copos de cristal e o agudo dos talheres, todos pareciam animados para um novo ano de aulas. Principalmente Agnes, que sonhara com aquele lugar por onze longos anos. Sentia-se muito bem.
- Eu estou completamente aliviado de estar na Sonserina sabe? Minha mãe sempre diz que "a Sonserina sim é a verdadeira casa dos campeões. Não as outras casas Estúpidas". - Régulo dizia rigidamente, como faria sua mãe. O garotinho brincava com a comida que estava em seu prato.
- Toda a minha família foi da Sonserina por anos. Alguns da Corvinal. - Agnes deu uma garfada na sua torta de amoras, que era a melhor torta de amoras do mundo todo. Não se importava nem como estaria a cor de sua língua ao final da fatia. - Se eu não entrasse acho que me colocariam de castigo por todo o verão.
Deu uma risadinha descontraída para o colega. Mas bem que poderia ser verdade, a família Birdwhistle não gostava de brincar com mudanças de tradição. Principalmente se tratando de sua filha mais nova. Bem. Talvez não os Birdwhistles, mas sim Hilde. A mãe de Agnes.
- Você tem irmãos, Agnes? - Régulo devorava seu pudim, parecia mais interessado na sobremesa do que estava no resto do jantar. Com curiosidade, ele encarou a menina. - eu tenho um irmão da Grifinória - fez cara de quem comera feijãozinho sabor louça suja para a mesa dourada e vermelha. Aparentemente, a família Black também não gostava de modificar suas tradições. E Régulo parecia confortável com isso. - Minha mãe ficou uma fera quando soube. Quase fez o chapéu de picadinho. - Ele dera um sorrisinho maldoso.
- Tenho um sim, mas ele já está no 4° ano. É da sonserina também, é claro. Demétrio. - Agnes deixou a torta de lado enquanto encarava distraidamente o céu estrelado. Seus olhos verdes estavam salpicados de pontinhos brancos.
Régulo apenas concordou com a cabeça. Seu olhar dizia " Deve ser bom ter um irmão decente". Na verdade, Demétrio não estava nem perto de ser isso. Agnes declarara isso para si, desde que ele a trancara no porão escuro por três horas.
- mas não falo muito com ele. É muito preocupado com coisas que não me interessam.
Deu de ombros, Agnes. Aquela noite estava muito agradável, o verão ainda dava suas caras naquela noite, mas em hogwarts a temperatura era ideal. Todas as luzes de velas flutuantes davam um detalhe ímpar ao céu encantado do grande salão. A menina sentia que sempre viverá ali, pois era um lugar de extrema familiaridade para si.