Killer Queen

Capítulo 23 - Agnes entra nos holofotes.

A viagem de trem não tinha sido umas das mais memoráveis que Agnes já tivera. Estava chovendo muito durante todo o percurso, as guloseimas do carrinho tinham terminado antes de chegar no vagão dos amigos e alguém tinha acidentalmente feito um feitiço que deixara os corredores com o chão cheio de uma meleca muito grudenta. Só tinha sido resolvido quando eles chegaram em Hogwarts uns 40 minutos depois, graças a isso, ficaram trancados no vagão até o fim da viagem. Além disso, o verão de Pandora tinha sido tão chato e arrastado quanto o de Agnes, então não podia contar com suas histórias malucas para distrair durante todo esse tempo.

Alguns minutos antes de eles chegarem, Agnes tivera um sonho estranho durante seu cochilo breve. Estava em um lugar quente, uma floresta verde muito viva com orvalho pingando na grama, mosquitos e pássaros voando. Conseguia enxergar algumas pequenas fadas deixando rastros brilhantes durante seu vôo, uma brisa leve que batia nas folhas e o sol que entrava como uma clareira. Parecia muito o lugar onde Agnes costumava fazer seus experimentos, parecia realmente muito familiar e isso fez com que Agnes quisesse explorar. Começou a caminhar com paciência pela floresta até avistar um caldeirão que devia ter quase um metro de altura.

Foi se aproximando daquela caldeira fervente, de onde um brilho dourado saía, Agnes olhou para dentro do caldeirão e um líquido brilhante e mágico tremeluzia e fervia ali dentro agitado.

- Está feliz, meu bem? Você conseguiu o que queria! - Uma velha escabrosa saia de uma moita de repente, assustando Agnes. Ela tinha o cabelo desgrenhado, um capuz cobrindo seu rosto e um sorriso quase maldoso para ela. - Não é boa a sensação de realização?

- O que eu consegui, senhora? - Ela franzia a testa encarando a senhora. Dizia cautelosamente.

- Você não percebeu? Olhe. Olhe bem. - Ela ergueu um espelho para Agnes olhar a si mesma. Foi aí que viu do que ela estava falando, Agnes estava tão bela. Devia ter uns 22 anos, estava jovial e fresca. Suas maçãs do rosto protuberantes e bochechas rosadas, olhos de quem não vivera muito. - Você chegou aos seus 100 anos tão vivida.

- Eu tenho 100 anos? Eu...eu consegui a fonte!? - Disse em um salto. Seu coração batia tão forte de alegria genuína. Nunca tinha sentido uma sensação tão gostosa no peito, era tão vitorioso.

- É claro. Você conseguiu. - Disse ela guardando o espelho em suas vestes sujas. Mas ela não parecia orgulhosa de Agnes, parecia espreitar alguma coisa. - Você sacrificou tanto por isso, que faz sentido ter alcançado.

- sacri...fiquei? O que eu sacrifiquei? - Agnes enrugou o cenho enquanto encarava a velha. Não estava entendo muito bem para onde aquele assunto estava indo, afinal, Agnes não era capaz de machucar alguém para conquistar seu sonho, mesmo que fosse um sonho tão profundo. - eu não...

A velha explodiu em uma gargalhada aguda, uma gargalhada tão forte e tão horrorosa. Uma risada que fazia Agnes sentir frio na alma. Foi então que Agnes olhou para trás e lá estava o rastro de morte e destruição de que a velha se referia. Atrás de Agnes estava Régulo, no chão cheio de sangue no peito, Pandora também estava morta, muitos cadáveres de animais também estavam espalhados por todo o lugar, criaturas mágicas também se viam ali, mortas.

Agnes gritou sem acreditar no que estava acontecendo, ela não tinha feito nada daquilo. Ela nunca faria mal a ninguém, ela não conseguiria.

- Eu não fiz isso! Eu nunca faria isso! - Ela começou a chorar desesperadamente como se implorasse a velha que admitisse que ela não tinha nada a ver.

- É mesmo, queridinha? Está me dizendo que não fez isso? - A velha ainda gargalhava. - Olhe pras suas mãos então.

Quando Agnes ergueu as mãos, viu que ela segurava uma adaga ensaguentada e suas mãos estavam pingando sangue. Estava completamente incriminada com aquele rastro de morte que estava grudado nela, Agnes soltou a adaga no chão que tilintou. Ela gritava desesperadamente.