Capítulo 6 - Festa de natal de slughorn.

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Alguns dias se passaram após o ocorrido da lua cheia. Não vira nem sinal do garoto, o que fazia sentir ainda mais culpada pela invasão, preocupara-se que tivesse lhe causado um constrangimento tão grande, que ele não ousara sair por todas as férias.  O dia de natal chegou rapidamente e com ele, mais um sonho muito curioso. Dessa vez no entanto, não houvera muitos detalhes, apenas estava com a orelha em uma porta, enquanto ouvia uma conversa. Pareciam dois adultos conversando, era sobre ela, ou "Agnes do sonho" como apelidara. Seus pais falavam sobre seu casamento, enquanto as lágrimas escorriam do rosto de Agnes. Acordou em um susto, com uma zoeira que vinha do salão comunal, afinal, era manhã de natal. Quando abriu os olhos naquela manhã, havia alguns presentes aos seus pés. Esfregou os olhos para acordar, com uma sensação engraçada no estômago.
Um presente era de Régulo, um belo broche com a serpente de sonserina. Grudou no pijama mesmo, com cuidado. Uma caixinha amarela, que estourou no rosto de Agnes assim que abriu, deixando seu colo coberto de fuligem, obviamente, era do inimigo, Sirius. Uma pegadinha boba e infantil que só pudera ter vindo dele. " Infeliz natal, abutrezinha". Limpou o rosto agitando a varinha, que estava na mesa de cabeceira. Pensaria em um presente de vingança mais tarde. O último, um envelope prateado com uma bela cursiva, era um convite de prof Slughorn para sua festa de Natal. Era exclusiva para o clube do Slugh, sentiu que o natal seria bom finalmente. Já que isso significava que talvez, entraria para o clube definitivamente. 
A última coisa que notou, fora um pequeno bilhete que caiu dos lençóis quando levantou. Não tinha nada de especial, apenas um pergaminho. Continha uma mensagem: " Por favor, me encontre no pátio depois do café da manhã.- Remus Lupin", talvez tivesse sido entregue por uma coruja mais cedo.  "Excelente", pensou aliviada Agnes, poderia explicar a ele que não lhe faria mal algum. E que não fora sua intenção causar constrangimento.
Poucos alunos frequentavam a sala comunal naquela manhã, e os mesmos, mostravam seus presentes uns aos outros. A sala estava bastante barulhenta e animada, mas Agnes saia com pressa da comunal. Não queria perder tempo, acabou esbarrando em alguns alunos enquanto saia. Até mesmo no garoto quieto da sala. 
– Presta atenção, garota! – Bufou Snape. O bruxo que também era rudemente conhecido como "Ranhoso". Se achava o grande mestre alquimista de poções de hogwarts, lei do engano.
– Estou com pressa, Snape – não deu lhe muita atenção e partiu em rumo ao salão principal, que cheirava a torta de caramelo e deliciosos sucos de abóbora. Tudo estava belíssimo como sempre, os poucos alunos que estavam lá, divertiam-se com a correspondência. Comeu tudo que pode e estava tão cheia ao fim do banquete, que daria tudo por um longo cochilo, mas ainda tinha duas tarefas importantes. Uma pegadinha com o estúpido irmão Black e falar com Lupin. Decidiu deixar a pegadinha para depois, já que não era sua prioridade no momento. Quando saiu em direção a área externa, nevava um pouco, fez surgir um manto de inverno sobre si. Deu uma bela olhada, e o garoto a esperava no pátio, parecia bastante nervoso, mexia nos próprios dedos, olhava de um lado para o outro do pátio até enxergar a menina que chegava em sua direção.
– Eu gostaria de explicar o que aconteceu naquela noite – Sua voz era baixa. Gaguejava um pouco, sem saber se era de frio ou de nervoso. Agnes sentiu uma pontada forte de pena.
– Ah, Lupin.  – Fez um gesto de despreocupação com a mão – Olha. Eu sinto muito ter invadido seu espaço, eu não sei o que me deu. Mas eu juro que não estava espionando. Eu só queria meus Cogumelos noturnos e aí vi você. – Disse, também um pouco nervosa. Gesticulando mais do que o normal.
Lupin franziu a testa, estava surpreso com a reação de Agnes sobre aquilo. Pensou um pouco e então respondeu.
– Espera... você não...? – Não queria pronunciar as palavras.
– Se eu me importo? Claro que não. Eu não dou a mínima na verdade. – Enfiou as mãos nos bolsos do casaco, suas mãos estavam congeladas. – Achei que eu pudesse ter constrangido você. Eu só estava lá pelos cogumelos. Eu juro. Eu sinto muito, eu não fazia ideia.
Ele sorriu de leve, parecia mais aliviado. Aparentemente os dois se enganaram sobre o outro. Agnes não o enxergava como um maroto mais, pois parecia ser bem diferente dos outros garotos.
– Cogumelos é? Então quer dizer que não é o Snape que tem usado o banheiro da Murta. – Remus disse com um pequeno sorriso de curiosidade nos lábios.
Agnes ergueu a mão lentamente como quem dissera " Culpada ".
– É. Sou eu. E... Ei. Obrigada por ter me ajudado no corredor aquele dia. Foi gentil. – Agnes sorriu.
Lupin apenas deu de ombros. Depois de esclarecidos, os dois passaram algumas horas conversando. Agnes explicou-lhe sobre os cogumelos noturnos e o que fizera para conseguir pega-los. Lupin contara-lhe a história de como começara a usar a casa dos gritos na lua cheia. Dumbledore o acolhera. Imaginou que depois daquela conversa, tivessem finalmente eliminado os julgamentos antecipados. Talvez tivesse até mesmo, feito um novo amigo.  Depois disso, Agnes focou-se em seguir o plano. Precisava pensar em algo genial, uma pegadinha de troco que deixaria Sirius indignado. Precisava ser algo discreto também, para que ninguém soubesse que era ela. Pensou em mandar-lhe uma caixa de fadas-mordentes, mas teria que entrar na floresta proibida para capturar, e achava melhor não fazer nada "proíbido" no momento. Teve uma idéia que talvez funcionasse tão bem quanto, uma simples poção Apimentada. Geralmente usada para curar resfriados, mas que em grande quantidade causaria uma queimação absoluta na garganta. Colocaria um bocado em recheio de bolinhos e lá estava o presente perfeito. Colocou dentro de uma bela caixa, sem cartão. Não seria necessário. Subiu até o corujal e escolheu uma das corujas que ali descansavam, deu lhe as instruções e desceu. Tinha de se arrumar para a festa natalina do professor de poções. Levou apenas uma hora, arrumou os longos cabelos e transfigurara uma velha roupa em um belo vestido. Vestiu um agasalho por cima do vestido azul e estava pronta. Subira as escadas para fora da masmorra, caminhando no corredor em direção a sala do professor, quem menos gostaria de ver naquele momento surgiu.
- Pimenta, é? Uau, quanta criatividade - Sirius a encontrou no corredor naquela mesma hora. Sentiu o estômago revirar, aquela não era uma boa hora. Porém, o garoto a observou dos pés a cabeça e sorriu debochado. - Por que você parece menos com um trasgo essa noite? Parece até uma menina.  – Cruzou os braços, analisando-a.
Revirou-lhe os olhos, olhando o menino fixamente.
- Obrigado, eu sei, o vestido é lindo. Eu que fiz.  Agora cai fora. – Apontou para o corredor que levava a comunal da Grifinória.
- Onde você vai? Alguma festinha? – Disse em um tom mais agudo que o normal.
- Não é da sua conta, mas sim, vou. - estufou o peito orgulhosa. Estava muito animada de ser a aluna mais jovem no clube.  – Mas é uma festa só para alunos brilhantes. Creio eu que você está banido. – sorriu com escárnio.
Sirius andava lado a lado da menina pelo corredor, foram o caminho inteiro até a porta da sala projetando ofensas um contra o outro, baixinho. Queria afundar a cabeça dele no chão, mas se conteve.
- Agnes, minha querida! Você veio. - Prof.Slugh vestia um belo manto vermelho rubi. Sorriu como um bom anfitrião quando viu a menina, às suas costas, sua sala havia se transformado em um salão de festas enorme. Tudo era belo com decorações em dourado e vermelho, muito chique e natalino.  - Sirius Black? Deve ser o acompanhante de Agnes, é claro.
Sirius sorriu maldosamente, acabara de ter uma ótima idéia de vingança contra os bolinhos infernais de Agnes. Vestia seu manto, então com um giro de varinha entre seus dedos, fez sua roupa virararem vestes mais "arrumadas". Era impressionante como sabia feitiços quando era para aprontar. Abraçou-lhe pelos ombros bem forte e Agnes fez uma careta enojada.
- Não! Ele já está saindo... não é, Black? – olhou assustada pro garoto, que sorriu olhando para ela.
- Do que você está falando, sua maluquinha? Você implorou minha companhia o dia inteiro. - Falou o garoto em tom cínico, sorrindo para o professor. – Estou até com o meu traje a rigor. Bobinha.
– entrem, entrem, contratei o melhor buffet de todo mundo bruxo. – Prof.Slugh apenas fez uma careta e puxou os dois para dentro. Agnes olhou, ainda assustada, para o garoto que sorrira para ela maldoso, ainda a apertando. Agnes se desvencilhou dele, que parecia ter planejado isso e logo já estava agarrando um canapé de um dos garçons.
– Não ouse estragar o meu jantar - Agnes cochichou para ele rangido os dentes.
– Estragar? Não... Eu vou destruir, lindinha.  - Ele bagunçou o cabelo dela e sumiu em meio a multidão. Naquele momento, ela teve certeza que não teria um momento de paz sequer naquela noite.  Agnes pôs as mãos na testa, já previra tudo que viria. Passaria uma vergonha gigante e sabe-se lá se Slughorn ainda a convidaria para mais festas. Decidiu servir-se de alguma bebida e teve apenas tempo de bebericar o copo,  quando viu Sirius incomodando alguns de seus colegas e correu para salvá-los. Deviam estar se perguntando o que aquele idiota fazia ali.
– Isso é um tipo de que? De comida? - Riu Sirius para os dois colegas da Corvinal, que apenas franziram a testa um para o outro e se retiraram dali, sem responder ele. Agnes agarrou-lhe pelas vestes para que não saísse.
– Para. Agora. De. Palhaçada. – olhou com raiva nos olhos cinzas de Sirius, que retribuiu com um olhar travesso. Soltou a mão da menina de suas roupas, logo fugiu para outra peripécia. Desesperada, ela correu atrás dele pela multidão, como gato e rato. Sentia como se Sirius fosse seu filho travesso. E assim que encontrou o garoto novamente, estava atazanando uma menina da Sonserina, sua colega, Josephine. Que parecia entediada.
– Ah e essa belezinha aqui, é minha namorada. – Puxou Agnes, que fez o seu copo balançar – Uma das minhas seis, claro –Piscou para a garota. – E você pode ser a sétima se quiser.
– TARADO! – Disse a garota com uma expressão de desgosto. Saiu depressa completamente ofendida.  Agnes tentou defender-se mas não funcionara, a colega nem lhe deu atenção. Quando Sirius ousou fugir de novo agarrou-lhe com força pelo braço.
– Já chega! Se você não sair daqui agora... Você me paga, Sirius. – Disse enquanto observava ele, quase cuspindo fumaça.
– Ah é? Então acho que vou esperar a conta chegar – Deu lhe um peteleco indolor em Agnes que piscou os olhos. O garoto deu fuga novamente, agarrando uma bandeja inteira de docinhos que um garçom carregava, assim que passou por baixo do braço do mesmo. Decidiu ignorar sua existência e aproveitar a festa.
– Agnes...Querida. Estava aqui falando para o conselheiro de poções do ministério – Prof.Slugh a intercedeu, acompanhado de um homem com grande bigode e uma verruga um tanto desconcertante na testa – Sr.Krauserin, o quão brilhante são os meus alunos da sonserina, mas você principalmente – Riu o professor, com orgulho na fala.  – Ganha pontos o tempo todo. A Sonserina lhe deve a taça.
Sorrindo envergonhada, Agnes cumprimentou sr.Krauserin um pouco sem jeito.
– Obrigado, Prof.Slugh. – ajeitou os cabelos.
- É um prazer senhorita, Horácio rasga elogios para você.– a verruga praticamente chamava Agnes, mas não lhe deu ouvidos.
– Ele é meu professor eleito, de fato - Sorriu para o professor, mas procurava por Sirius, discretamente, com seus olhos. Mas infelizmente, logo a encontrou. O garoto se enfiou ao lado da garota e olhou espantado para o conselheiro. Agnes apertou os dedos dele para que não dissesse nada. Mas ele não notou seu comunicado. Ou fingiu que não.
– O que tem na testa dele? – Sirius disse sinceramente, franziu a testa se aproximando de Krauserin. Que lançou um olhar abismado para o garoto.
Agnes sentiu seu rosto ferver completamente, Slugh engasgara com o vinho. As mãos de Agnes tremiam, mas consegiu acertar a testa do garoto. Estava enraivecida, como aquele inútil ousara.
– Me dêem um minutinho – Sorriu sem graça para os senhores, com as bochechas muito coradas. Puxou o garoto para fora do ciclo de conversa.  – É por isso que todo mundo te odeia, seu idiota. Você tem que estragar tudo sempre? Eu te odeio. Eu te odeio. Eu te odeio tanto.  – Estapeou o braço dele algumas vezes até ele segurar o braço dela.
– Não é minha culpa se você é a minha diversão favorita.  Irritar você me faz feliz, entende? - Sorriu de lado para a garota que o fulminava com os olhos – Sabe? Você ficou uma maravilha com esse vestido. Me faz até esquecer que eu odeio você também. – Beijou lhe a bochecha com força, e escapou de suas garras, que seguravam suas vestes com força.
– Ew – Limpou o rosto com nojo – Seus germes!
- Não seja dramática. - Piscou e saiu novamente. Já que não podia pará-lo decidiu virar o jogo contra ele. Já que não queria ir embora, o forçaria a ir embora. Sem pensar, pegou uma bandeja de drinks sob a mesa e virou a bandeja no garoto, tentando atuar como um simples acidente. Taças quebraram sobre ele, e o líquido o deixou encharcado. Um simples feitiço resolveria aquilo, sabia disso, mas não pensara na hora.
– Droga, agora você vai ter que ir embora. É uma pena – Agnes olhou debochada para ele que ergueu a sobrancelha com um sorriso no rosto. Girou a varinha e suas roupas estavam secas. O que era óbvio.
– Não tão rápido. – Falou perto do ouvido da garota e virou na cabeça da mesma, um prato de bolo com glacê vermelho.  – Parece que VOCÊ vai ter que ir embora agora.
Os olhos de Agnes faiscavam de ódio, agarrou a primeira coisa que encontrou na mesa e jogou contra o garoto. Para a sorte de Sirius eram apenas camarões ao molho. Mas Agnes desejava que fossem facas em chama.  Quando os frutos do mar o acertaram, tentou agarrar algo mas foram surpreendidos por Slughorn. Que estava chocado com a bagunça que os dois fizeram.
– JÁ CHEGA! OS DOIS! - Bradou o velho muito zangado - Vocês dois, acabou a festa para vocês, e detenção por duas semanas!
– Mas professor! – Tentou argumentar Agnes com bolo espalhado por todo o vestido azul. – A culpa é dele!
– Você deveria rever suas companhias Srta.Birdwhistle. Não gostaria de perder a minha melhor aluna para comportamentos como esses.
Os dois saíram da sala do professor, Agnes mantinha seus braços cruzados e estava furiosa. Suja de bolo ainda por cima.  Agora seu professor favorito pensava que ela era uma baderneira, graças ao verdadeiro karma que tinha em sua vida.
– Parabéns, Birdwhistle. Agora vou perder o treino de Quadribol, porque você não sabe controlar seus nervinhos – Disse Sirius irritado. Agnes estava completamente esgotada e o fato de ele realmente pensar que a culpa era dela por aquele masssacre, era um absurdo.
– Cala a droga da sua boca! - Explodiu a garota – A culpa é toda sua seu...seu... Imbecil. Era minha chance de conhecer gente influente e você estragou tudo! Se você é um garotinho, mimado, idiota, que tem tudo nas mãos, eu não ligo!  - Gritava a plenos pulmões no corredor – Eu queria que você morresse! Seu rebelde sem causa besta!
– Você não sabe nada sobre mim! – Disse se próximando de Agnes, muito sério. Seus braços estavam cruzados.  Encarava a garota de igual para igual. – Nada. Odeio você também.
Agnes apenas encarou Sirius por alguns segundo até que viraram as costas uma para o outro, irritados, sumiram para seus dormitórios, Agnes estava mortificada de tanta vergonha, não queria ter que encarar o professor nunca mais. Queria um caldeirão novo de natal e isso que ganhara.

Killer QueenWhere stories live. Discover now