chapter four

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Era 6:55 da manhã quando eu acordei com os raios solares invadindo as janelas daquele quarto frio e esquisito, ah vamos lá, ninguém é fã de hospital, mesmo que eu já tenha assistido dezessete temporadas de greys anatomy, isso não significa que ame hospitais.

Meu café chegou as 7:30, estava morrendo de fome. No meu pratinho, vieram duas torradas, um copo de suco de alguma coisa e algumas frutas cortadas, confesso que as vezes só tomo um copo de leite com toddy de manhã e olhe lá. Mas não quero que Niall ou a enfermeira briguem comigo, então me resta comer.

Lá pelas 8 horas, a enfermeira apareceu no quarto para ver como eu estava reagindo ao soro, checar meus batimentos, e ver se eu estava 100% recuperado. Eu estava com um pouco de dor de cabeça, mas não falei nada para ela, provavelmente iam me entupir de remédio e exames de rotina como sempre. 

As 9 horas pedi um livro qualquer pra qualquer enfermeira que passava pelo corredor. Confesso que não achei que hospitais iam ter livros para ler assim do nada, mas lembrei da área de crianças e idosos, que mesmo sendo muito novos ou muito velhos, tem uns livros legaizinhos. Ela me deu o livro A culpa é das estrelas, nunca assisti o filme.

Na hora do almoço, eu comi um pedaço de carne, com purê de batata, arroz e legumes (odeio legumes que não sejam batata, vagem e ervilha). Mas mesmo assim, comi tudo que estava no prato, querendo ou não, eu estava fraco e precisava me alimentar bem.

Niall veio me buscar. Estava com saudade do meu irlandês favorito. Ele chegou com aquele jeep azul mais velho que sei lá o que, mas ele nunca nos deixou na mão, então respeito o velho jeep azul de Niall Horan.

Fiquei três dias no hospital, apenas por precaução, segundo Liam, e é o melhor para você agora, segundo Niall.

Ok, entendi.

X

Cheguei em casa e tomei um banho para tirar aquele cheiro hospitalar e recuperar algumas energias perdidas. No caminho para cá, eu e Niall tivemos uma conversa nada legal, no meu ponto de vista, lógico, mas eu sei que ele está certo e sei que devo fazer isso. 

-H, você não acha melhor ligar para sua mãe?

-Porque você acha isso Ni? Eu estou bem, e mamis mora longe demais pra vir cuidar de mim, não que eu precise de ajuda lógico, eu sou bem grandinho já, ok? ok.

-Hahahahahah, calma gafanhoto, calma. Só falei porque ela se preocupa com você, e mesmo você sendo grandinho, ela te ama e se preocupa com você.

-Ok, vou pensar e ver o que faço, beleza?

-Beleza Hazz. Te amo, fica bem, qualquer coisa me liga e eu chego correndo junto com a Hayley.- Sim, o carro se chamada Hayley.

-Também amo você irlandês, tchau tchau.

Depois do meu banho super demorado, eu resolvi ligar para minha mãe, não queria enrolar muito no assunto, porque Dona Anne, era de se preocupar muito rápido, capaz dela ir fazendo as malas enquanto conto o que aconteceu e aparecer aqui em casa minutos depois.

Disquei o número no celular e sentei no chão da sala. Aguardei por um tempinho, até que...

-Harry! Filho, está tudo bem? Eu estava preocupada meu amor, você não pode dar um susto na mamãe assim, eu estava quase fazendo as malas- Pelo visto alguém já contou. E sobre as malas.. eu avisei né.

-Hey mamis, hahaha eu to bem, foi só um susto ok? Eu estava tentando controlar mas não deu tempo, não vai acontecer de novo! Agora me diz, quem contou? Liam ou Niall?- Provavelmente foi Liam, por causa do acordo que meus pais fizeram com ele caso algo acontecesse comigo.

-Sim meu bem, foi Liam, não o culpe, ele estava preocupado e sabia que você ia demorar para avisar ou ia se esquecer, não o culpo também, mas avise quando puder ok? De preferência antes do seu médico ligar e dar um baita susto em nós filhote.- A voz dela estava embargada, mamãe estava chorando. Eu causei isso. Eu. Eu. Eu. E essas vozes. Malditas vozes.

-Desculpe mamis, desculpa mesmo, não vai se repetir, por favor não chore, isso não ajuda muito pro meu lado esquisito.

-HARRY! Nunca mais falei que você é esquisito amor, você é um presente, amamos muito você, estamos com saudade, venha nos ver ou vamos aí, tudo bem?

-Ok, tudo bem. Tudo bem, amo vocês.

-Amamos você filhote.

Desliguei.

Eu estava chorando. E meus pais também. Eu odeio me sentir vulnerável ou inútil nessas horas. Mas não posso fazer nada.

X

Tomei meus remédios e fiz um pouco de yoga para relaxar os músculos, não sei se resolve em algo, mas acalma minha mente e isso é bom. Comi algo leve, já que estava meio enjoado, provavelmente pelos remédios.

Deitei na cama e fiquei pensando em Louis. Meu Louis. Meu melhor amigo. Minha voz. Mesmo sabendo que ele não está mais aqui, eu converso com ele. Mesmo sabendo que ele se foi, eu falo algumas coisas que acontecem. Mas hoje, hoje eu decidi deixá-lo partir, tomei a decisão de seguir em frente. Sem Louis. Sem amor. Sem melhor amigo.

Encontrei meu diário e escrevi:

Querido Louis,

Deixarei você ir para não acabarmos com a nossa conexão, pois pretendo te amar em outras vidas e essa não é a nossa.

Imaginations of the heart. {l.s}Where stories live. Discover now