chapter eleven

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Saímos da plantação quando começou a chover. Não tenho medo de chuva, mas William tem. Saímos correndo de mãos dadas e entramos no carro sorrindo feitos bobos e com as roupas molhadas.

Estávamos em silêncio, apenas apreciando os últimos minutos, quando meu estômago fez um barulho. Um barulho de fome. Que vergonha.

William me olhou como se eu fosse a obra de arte mais linda desse mundo e disse em um tom baixinho "próxima parada, mc donald's". Devia ter falado que estava bem, que não precisava ir comer mas quando vi, já estávamos na fila comprando os lanches.

Não sou muito fã de lanche, mas sempre que estou com vontade, eu como, nem que seja o lanche mais simples.

Como era de se imaginar, a chuva aumentou, fazendo com que nós estacionássemos o carro no acostamento. No rádio tocava flashlight, da Jessie J. O volume estava baixo, mas passava uma sensação de casa. Calmaria. Paz.

Ficamos mais ou menos umas duas horas no carro, conversando, trocando carícias, rindo ou cantando, até William falar que queria me levar em mais um lugar e que precisava ser hoje. Precisava ser agora.

Chegamos em um prédio de construção velha, mas que era extremamente bonito. As janelas eram grandes e as paredes eram azuis. Tinha uma escada do lado, que dava a uma porta, a qual ele abriu depois de pegar as chaves no bolso.

Quando eu entrei, foi como se a minha alma estivesse sido lavada, como se eu fosse apenas uma criança que não tinha nenhuma doença e que adorava pintar. Pintar. Aquilo era uma galeria. Galeria de arte.

-William, o que fazemos aqui?

-Essa é a minha galeria de arte. Minha segunda casa. Venho sempre aqui quando estou de cabeça quente ou quando estou inspirado.

-Era aqui que você vinha quando te chamava pra sair?

-Sim, e me desculpe, mas eu tinha que vir correndo, era algo realmente muito importante.

-E o que era de tanta importância assim?

-Você. Você me inspira Edward. Você é a minha maior arte desde que te conheci. A maioria dos quadros que estão aqui, remetem a você e sua beleza.

-Você pinta meu corpo? Ou como você me vê?

-Como eu te vejo. Sempre como eu vejo você.

-Porque?

-Pra você ver como eu te enxergo todos os dias. Pra você entender, que você não é só uma doença. Que você é alguém, de corpo e alma.

X

Quando saímos da galeria, o céu já estava escuro. Só conseguia ver as estrelas e a Lua cheia que brilhavam. Quando a Lua está assim, significa que ela se opõe ao Sol.

William resolveu tirou o dia para me levar a pequenos encontros. Já que agora estávamos em um drive-in. Como já sabem, nunca vim em um. Sempre foi meu sonho e bom, estou aqui. Com William.

-Que filme vamos assistir?

-Teen beach movie. Meu filme favorito amor.

-Espera, é o seu filme favorito? Esse filme é só meu. Que palhaçada.

-Oh Edward, não não não. Esse filme é nosso.

-Vamos começar a dançar junto com eles?

-Com toda certeza.

E nós realmente dançamos. Do jeito que dava. Com a música e os carros ao lado, nos dançamos até o final.

Dançamos mesmo com pessoas nos olhando.

Imaginations of the heart. {l.s}Where stories live. Discover now