she deserves better

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  Versão do Bucky_

     Ela ainda dormia, a boca aberta, num sono pesado e envolvente. Seu rosto relaxado me fazia querer deitar e observá-la para sempre.

     Mas eu não podia...

     Minha mochila já estava feita, as poucas roupas que eu tinha, dinheiro, as coisas que eu tinha comigo antes de Hope.
     Um caderno, onde anotava todas as memórias que voltavam vez ou outra.

     A parte mais difícil é que me esperava... Eu não tive a chance de me despedir, mesmo que ela não percebesse que era um adeus.

     Não sabia se devia escrever um carta... Se seria injusto com ela, se seria muito pouco, se ela teria forças pra seguir em frente, com minhas palavras gravadas naquele papel.

      Decidi que deixaria um breve bilhete, mesmo que ela me odiasse, não podia deixá-la pensar que eu não a amava o suficiente.

     Pois eu a amava tanto, que estava disposto a deixar a única coisa boa na minha vida para trás, para que ela tivesse a chance de uma vida boa, longa, e segura.

    Então por que eu exitava tanto?

     Antes de sair do quarto, peguei sua blusa, a mesma que eu me agarrara tanto na noite em que pensei que nunca mais a veria.

     Ainda tinha o cheiro dela...
Coloquei na mochila e segui para a sala; eu deixaria meu recado em um de seus livros...

    Madame Bovary, o livro de Claire, do dia que começamos a namorar, ainda com as páginas enrugadas.


    Minhas botas fizeram estalos no piso de madeira.

     - Onde pensa que vai? - Stan falou baixo, se remexendo na poltrona em que dormira.

   O dia ainda estava nascendo, mas já era claro o suficiente para enxergar o velho me encarando... desapontado?

       - Tínhamos um combinado, lembra? Você propôs que eu a deixasse assim que ela estivesse segura.

   Ele me olhou chocado.

        - E acha que ela está segura agora? Só porque a tiramos de lá, não significa que não virão atrás dela.

  Eu já tinha pensado nisso.

         - Não, não se eu não estiver aqui. Sou eu, Stan. Eu sou o risco à segurança dela.

    Sua postura relaxou por um momento, seus olhos estavam inexpressivos, eu ainda não tinha aprendido a ler as expressões de Stan.

          - Acha que não a usariam de isca? - ele perguntou, sem olhar pra mim.

  Exitei, eu não tinha certeza de nada.

          - Não, não acho. - bufei - mas não ficarei longe... jamais a deixaria desprotegida.

   Um silêncio desconfortável se instalou, teria sido pior se ambos não estivéssemos tão perdidos nos próprios pensamentos.

    Eu ainda estava parado perto da estante de livros, um pouco ao lado de Stan.

     O velho fechou os olhos por alguns segundos, como se orasse, ou implorasse para que suas próximas palavras não fossem erros graves.

    Minhas mãos começaram a suar, novamente como na vez que nos conhecemos, porém, agora a sensação era mais triste e agonizante...

     Apontou para o sofá em sua frente, indicando para que eu me sentasse.

     - Eu tenho uma nova proposta pra você.

Não somos vilõesHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin