Depois do jantar, Barnes a ajudou com a louça, ele era um cavalheiro, no jeito de falar, observar, ele não se importava com nada além dela, do momento, do que ela pensaria dele. Hope o via como uma cebola, você descascava e então aparecia outra face para ser descoberta, sempre ligando uma coisa a outra.
Eles estavam sentados no chão da sala, conversando sobre todo tipo de coisa, mesmo que fosse difícil falar com ele, já que tinha uma lista enorme de 'perguntas proibidas' , além do fato dele não se lembrar de muita coisa do seu passado e não ter muito o que dizer do seu presente, resumidamente, Hope falava, Bucky ouvia com atenção, apesar disso, ambos estavam entretidos na própria bolha que começava a se criar ao redor deles.
- Por que você tem DVDs mas não tem uma TV?
- A TV é cara e eu sei que não usaria, os filmes são alugados e eu vejo no notebook.
- Você não usaria a TV?
- Não, eu tô sempre lendo ou ouvindo música. E eu também não gosto muito dos noticiários 24hr por dia, no celular eu ao menos controlo as notícias ruins.
- Tem tido muitas delas?
- A última notícia que eu vi numa TV foi... você na verdade. Não foi tão ruim - ela disse sorrindo, só pra garantir que ele não se auto-interpretasse 'ruim' .
Ele sorriu, bom sinal.
- Caramba! Já é uma da manhã ! - Hope se assustou ao olhar o relógio na parede a sua frente, o tempo voou.
- Hm, você tem que sair cedo amanhã?
- Na verdade não, eu trabalho, mas meu turno só começa às 9. - Ela o olhou, talvez ele não estivesse com sono, talvez ela estivesse com medo daquele dia ter sido um sonho, ou talvez uma nova conexão os prendesse àquele momento.
- Acho melhor dormir então.. - Bucky quebrou o gelo, levando os pensamentos de Hope junto.
- É... - Ela se levantou - Ah! Pode tomar banho se quiser. Vou pegar uma toalha. - mais uma vez, o homem nem teve tempo para negar, eles mal se conheciam e ela já mandava nele .
A garota volta do quarto com a toalha e uma caixinha, lá dentro tinha álcool, algodão, remédios...
- Quase me esqueci dos seus machucados - Bucky tinha se machucado mais cedo, quando os homens o acharam, seu rosto estava sujo e com alguns arranhões - Posso? - ela perguntou apontando o algodão com álcool para a testa dele.
Ele afirmou com a cabeça e ela se sentou perto dele. Limpava os arranhões com cuidado, suas mãos eram delicadas; Bucky começou a observa-la, - estava concentrada - percebeu isso pela linha que se formava na testa dela, os olhos castanhos focados, as mãos suaves, o cheiro - Ah o cheiro dela, era tão bom, cheirava a baunilha, doce e sutil - o homem se perdia nas ondas do cabelo dela, caídos no ombro, alguns fios perdidos no rosto.
O cabelo era um castanho escuro, com alguns fios mais dourados que outros, mudava conforme a luz batia, era ondulado e macio, definitivamente lindo, tudo nela era lindo e genuíno, uma das mulheres mais lindas que ele já tinha visto na vida.Ele voltou a observar seus olhos enquanto ela pegava o curativo, - linda demais -
- Não me olha assim - Ela comentou, sentindo os olhos dele queimarem sobre ela.
- Assim como?
- Como se eu fosse maluca por te ajudar.
- Mas você é - disse em um tom divertido.
Ela não o respondeu, terminou o curativo, fechou a caixinha e caminhou em direção à cozinha, pra jogar o algodão no lixo.
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Não somos vilões
RomanceA vida de Hope Laurent parece comum, mas algo em seu passado pode levá-la a ajudar o fantasma da Hidra, Bucky Barnes, o soldado invernal. Depois dos acontecimentos de CA - Soldado Invernal, Steve Rogers procura pelo amigo, com seu novo parceiro Sam...