Claire's

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Já haviam se passado três dias desde que Hope acolheu Barnes em seu apartamento. Ele tentou ir embora, disse que não queria ser um peso na vida dela, que não queria colocá-la em risco, mas a mulher não deu ouvidos. Depois da garota voltar do trabalho naquele dia, eles passaram a tarde juntos e, no domingo, Bucky a ajudou a fazer o almoço, ela fez uma lista dos filmes mais importantes das últimas décadas, prometendo assistir cada um deles com o soldado.

Era terça-feira, Hope saiu cedo pra faculdade e não conseguiria almoçar em casa, deixou dinheiro para Bucky pedir comida, porém, ele não queria gastar tanto só com ele, sentia que estava abusando demais dos favores de Hope, então decidiu sair e comprar algo pra ela, talvez chocolates, ou um disco -os dois, perfeito- ele pensou, girando a chave na maçaneta, trancando-a.

Barnes amava Nova York, tudo lá era espetacular, tinha lugares para todos os gostos, comidas deliciosas, bibliotecas, jardins, a arquitetura era surreal. Ele ainda não tinha reparado em como tudo havia mudado desde os anos 40, ele estava deslumbrado com a beleza que cada mudança causou na cidade, mas ainda reconhecia alguns lugares, e se lembrava do básico de locomoção.

Depois de um passeio em busca do lugar perfeito -e pouco movimentado- para comprar o presente, Barnes achou uma biblioteca, que vendia desde café, à música, filmes e pinturas. Era rústico e organizado, o cheiro de café e livro novo, era a melhor parte - Hope adoraria isso aqui - Ele a via, em cada parte daquele lugar; quieto, reservado, muito artístico, e claro, com cafeína.
Ele fez questão de sair de casa cedo, pra evitar o movimento, a placa amarela do lado de fora dizia que o estabelecimento se chamava "Claire's" . Bucky não sabia qual disco escolher, não se lembrava quais Hope já tinha ou se ela gostaria das novas opções que ele encarava na prateleira.

- Se eu fosse você apostava na Ella - uma senhora de muleta disse se aproximado. Ela devia ter uns 60/70 anos, vestia um vestido rosa claro de flores e sandálias com um salto pequeno, preto.

- Desculpe? - ele disse educadamente.

- Ah não ser que prefira solo, aí você leva o Sinatra.
Depois de alguns segundos o soldado se tocou, a senhora era cega, ela não olhava diretamente para ele, mas sem dúvidas sabia que era um homem, e alto. Assim como sabia exatamente em qual sessão estava, e quais discos tinham ali. Ele suspirou de alívio, ao menos ela não o reconheceria.

- Oh sim! Obrigada senhora...

- Claire, todos me chamam de Claire - a dona -

- Obrigada Claire, mas ela já tem o Sinatra, e a Ella - sorriu - Eu queria algo diferente , mas clássico, algo especial, isso faz sentido?

- Oh, ela tem bom gosto. Me siga.

A senhora dirigiu ao fundo da loja, passando por uma criança, devia ter uns 8 anos, um menino.

- Vigie o caixa pra mim querido!

- Tudo bem vovó.

Passando por mais e mais prateleiras, ela parou na última sessão, CDs e discos velhos, que ninguém tocava, ninguém ligava, o homem não entendeu até que Claire o pediu para pegar uma caixa, na última prateleira de cima, era pesada, mas ele nem sequer se desequilibrou.

- Muito bem...- a mulher pegou alguns discos, sentindo a textura de cada um, haviam marcações nas capas, como selos. - Isso! Esse aqui!

Ela o entregou um disco extremamente conservado, apesar de não ser novo. Na capa tinham os maiores artistas desde os anos 20 aos anos 50, não apenas cantores como atores também.

- Isso é.. incrível!

- Ah pode ter certeza! Esse álbum tem a trilha sonora dos maiores filmes que a humanidade já fez, se é que me entende, tem jazz, blues, e muita música romântica - ao dizer a última frase, Claire se certificou de intensificar a palavra romântica. Apesar de Bucky notar, ele apenas perguntou:

Não somos vilõesTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang