Prólogo 2

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Monsters - Ruelle

You've got no place to hide
And I'm feeling like a villain, got a hunger inside
One look in my eyes
And you're running 'cause I'm coming
Gonna eat you alive

Você não tem lugar para se esconder
E estou me sentindo como um vilão, tenho uma fome dentro
Um olhar nos meus olhos
E você está correndo porque estou indo
Vou te comer vivo

━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━

Alexander - Anos antes

A vida nunca foi boa pra mim e tive que aprender na porrada a me virar sozinho desde sempre. Quando eu tinha 6 anos eu matei o homem que dizia ser meu pai e não me arrependo de nada. Em uma noite ele chegou em casa muito alterado e começou a bater na minha mãe e ela desmaiou de tanto apanhar.

Flashback [...]

PARA, PARA POR FAVOR – Grito com medo. E tento tirar ele cima da mulher que me criou.

– Cala a boca garoto ou vai sobrar pra você – Ele responde me empurrando para longe.

Olho atrás dele e vejo meu irmão mais novo, Luke. Provavelmente acordou por conta dos barulhos, vejo meu irmãozinho pular no pescoço dele para tentar ajudar minha mãe mas o meu progenitor se desvencila.

– Você tá maluco, moleque? – Ele estava com ódio – Vocês dois vão morrer.

Ele pegou Luke pelo pescoço e começou a enforca-lo enquanto ria do meu irmãozinho se debatendo e pedindo socorro. Daí eu subi as escadas sem ele ver, fui até o quarto de minha mãe para procurar a arma que ela escondia caso acontecesse algo.

Encontrei e vi que estava carregada, já tinha visto como atirar então não seria tão difícil. Desci correndo mas quando cheguei já era tarde de mais, meu irmãozinho estava estirado no chão sem vida. Ele matou meu único amigo e acabou com todas as chances de eu ter piedade com alguém.

Uma lágrima caiu pelo meu rosto e mirei a arma na direção do homem que acabou com a minha vida. Mas ele foi mais rápido, me atacou com uma faca. Consegui me desviar mas ele fez um corte pequeno embaixo do meu olho. A arma estava caída do meu lado mas não havia como pegar sem ele ver. Ele me deu um soco no estômago, perdi o equilíbrio e dei de cara com o chão. Ele começou a me chutar repetidas vezes e eu sentia que não iria sobreviver.

– VOCÊ É O CULPADO PELA MORTE DO SEU IRMÃO!!! VOCÊ É UM MONSTRO IGUAL A MIM. NINGUÉM NUNCA VAI CHEGAR A TE AMAR GAROTO. – Ele gritava enquanto me espancava.

Ele finalmente parou e falou que eu era digno de pena. Resolvi me reerguer e me vingar de tudo que ele nos fez passar. Ele se virou e eu tirei forças para conseguir me levantar para mata- lo olhando em seus olhos. Peguei a arma caída no chão e a engatilhei.

– Acho que nós dois somos monstros então mas eu sou o que ganhou. E você é o perdedor que não vai viver pra contar história. – Digo com toda sinceridade. Ele percebe que não tem como escapar pois sua faca está comigo e a arma está mirada em sua cabeça.

– Filho, me perdoa. Eu fiz isso de cabeça quente, estamos tendo muitos problemas na máfia – Ele diz e eu sinto a falsidade em sua voz.

– Espero que você tenha uma boa estadia no inferno – Digo sorrindo macabro.

Descarreguei todas as balas em sua cabeça. Quando elas acabaram, fui verificar se minha mãe estava viva mas eu sabia que ela estava morta. A agressão foi muito profunda, com certeza essa vez superou todas as outras.

[...]

Meu "pai" era chefe da Máfia Italiana, obrigou minha mãe a se casar com ele e a ter filhos. Ela era muito boa mas nunca foi feliz de verdade pois desde de sempre ele a agredia e de vez em quando descontava em nós dois. Depois que eu o assassinei, o Consigliere da Máfia me enviou para um treinamento intenso para que quando eu completasse a idade para me tornar o Capo. Ele alegou ao conselho da Máfia que eu só me defendi e como eles já não aguentava mais as ordens descabidas do meu "pai" pois ele não era um bom líder. O Conselho aceitou que eu deveria seguir a linha de sucessão da máfia e ser o próximo Capo.

Bom, o corpo do meu progenitor foi esquartejado por mim mesmo. Me deu uma sensação ótima de vingança, e depois simplesmente eu joguei seus restos para os porcos. Ele não valia muito a pena mesmo e os porcos estavam com fome.

No treinamento era matar ou morrer, os caras de lá não tinham pena de ninguém e não importava se eu era o próximo Capo ou não. Passei anos tentando sobreviver e aguentando as torturas, queria me tornar imbatível. Apanhei bastante mas em contrapartida matei muitas pessoas. Eu tinha muita sede por matar e fazerem eles sofrerem, me tornei muito mais frio. Até que os inimigos da máfia invadiram nosso centro de comando para me sequestrar mas eu consegui fugir a tempo de não me pegarem.

Então o Conselho da Máfia decidiu me colocar em um orfanato onde seria impossível de atacarem. E aqui estou eu deitado na cama com a minha docinho. Eu sabia que ela seria minha desde o momento que eu a vi, ninguém seria capaz de encostar nela e nem de respirar o mesmo ar que ela. Apertei ela mais forte em meus braços, ela foi a primeira pessoa que eu disse que amava e com certeza vai ser a única.

– Ursinho, você tá me apertando – Ela diz com sua voz sonolenta e calma.

– Shiu, dorme meu amor – Digo colocando o rosto em seu pescoço sentindo seu cheiro de flores.

Ela tava tendo pesadelos e pediu para dormir comigo, claro que eu deixei. Eu faria tudo que ela me pedisse. Não gosto quando outros caras a olhem, ela é minha mulher e vai se tornar a rainha da máfia. Essa garota me enfeitiçou, não consigo mais ficar longe dela. Aquele tal de William mereceu a surra que levou e eu só não o matei porque seria expulso do orfanato e iria ficar sem minha docinho.

Quando ela me disse que ele tentou a beijar, alguma coisa se ascendeu dentro de mim. Um desejo sanguinário em minhas veias de mata-lo bem lentamente e fazer ele sentir vontade de desistir da própria vida. Acho que ser assassino está no meu sangue.

Não sei como aconteceu mas na primeira vez que ela falou comigo com seu jeitinho meigo eu senti uma possessividade e uma vontade de proteger ela de toda maldade do mundo. Nunca senti isso por ninguém e esse sentimento só vai crescendo cada vez mais. Ela não tem medo de mim e não me vê como o monstro que sou.

– Clara, você casaria comigo? – Sussuro em seu ouvido. Ela me olha por um instante e responde.

– É claro ursinho, mas vai ter que ser quando estivermos mais velhos um pouquinho – Ela diz com um brilho nos olhos. – Eu queria me casar com um lindo vestido e muitas, muitas flores.

– Você vai ter tudo isso docinho, será minha mulher. – Dou um selinho nela e ela fica corada como um pimentão.

– Vamos dormir – Ela se agarra a mim e coloca suas pernas por cima das minhas. Não reclamo pois adoro ficar com ela assim, dou um beijo em sua testa e fecho os olhos.

Acordo e escuto barulhos de tiros e pessoas gritando, olho para o lado e Clara não está ali. Me desespero e vejo as crianças correndo e vários homens de colete espancando alguns e atirando em outros. De repente um deles tenta me acertar com um soco mas sou mais rápido e o derrubo no chão. Pego a faca em seu bolso e corro para achar minha docinho.

Passo por várias pessoas caídas no chão e vejo a diretora sangrando bastante, acho que ela vai ter uma hemorragia. Mas não me importo, a única pessoa que eu quero achar é a minha Clara.

– ALEX, ME AJUDA POR FAVOR – Vejo ela se debatendo para se livrar do homem que a segura.

Fico com sangue nos olhos, imaginando como vou torturar lentamente o sujeito que a segura. Avanço em sua direção com ódio mas sinto uma picada em meu pescoço e minha visão vai ficando turva. Olho para minha menina e ela sibila "Eu te amo" e a última coisa que eu penso antes de apagar é que vou conseguir minha mulher de volta.

Obssesive LoveWhere stories live. Discover now