Obssesive Love

Capítulo 2

Rise up - Andra Day

All we need
All we need is hope
And for that we have each other
And for that we have each other

And we will rise, we will rise
We'll rise, we'll rise

Tudo o que precisamos
Tudo o que precisamos é esperança
E para isso temos um ao outro
E para isso temos um ao outro

E vamos nos erguer, vamos nos erguer
Vamos nos erguer, vamos nos erguer

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Clara

Já faz uma semana que estou trabalhando na mansão e todos são muito simpáticos comigo. Menos a Larissa que parece que me odeia sem mesmo me conhecer e sempre tenta fazer com que eu me sinta inferior a ela. Maria me trata como uma filha e conheci o netinho dela, José. Ele tem 5 anos e é um encanto de garoto, vou ensinar ele a ler e a escrever nas horas vagas. Maria me disse que era muito perigoso ele frequentar a escola da cidade, ela não entrou em detalhes e eu não quis ser invasiva demais.

Também tem o Mark, ele virou um amigo maravilhoso para mim. Maria diz que ele me "paquera" mas eu só consigo amar o meu ursinho, acho que nem o tempo e nem outra pessoa pode mudar isso. Sinto tanta falta dele que até dói no meu peito por esse sentimento ser tão forte.

– Ei, garota. Não ouviu que estou te chamando? – Larissa diz com raiva – Vá limpar o sótão, já que está aí sem fazer nada.

– Mas a Maria disse que era proibido entrar lá pois o patrão não permitia... – Digo me lembrando do conselho dela.

– Não importa, estou mandando você ir e como eu sou sua superiora, você deve me obedecer – Ela diz com arrogância.

– Tudo bem – Decido não contestar, já que ela não iria mudar de idéia.

O tal patrão que ainda não vi ainda está viajando com sua noiva. E acho que eles vão chegar hoje pois ele é um homem muito ocupado, todos parecem ter medo dele. E Maria me aconselhou a não subir ao sótão pois tem coisas pessoais dele que ele não gosta que encostem. As empregadas sempre comentam que ele é um "pedaço de mal caminho" e eu não sei o que significa isso mas deve ser uma coisa boa pois elas suspiravam enquanto conversavam entre si.

Mas como a a Larissa me mandou limpar não havia jeito. Podia perder meu emprego e ficar sem nada novamente, vou tentar fazer tudo rapidamente para acabar logo com isso. O sótão e os quartos de cima são as únicas partes da casa que eu ainda não tive acesso ainda.

Entro e vejo que tudo está empoleirado e desorganizado, pelo jeito isso vai ser longo. Aspiro todo o pó, limpo as paredes e quando vou arrumar as caixas algo me chama atenção. É uma foto e eu estou nela com todas as pessoas do orfanato, inclusive meu ursinho. Isso foi antes do ataque acontecer e todas as lembranças vem como uma avalanche. Porque esta foto estaria nessa casa?

– O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI? – Uma voz masculina grita parecendo estar muito irritada e me tremo todinha – RESPONDA!

Continuo de costas sem me virar para a tal voz e silenciosamente rezo para todos meus anjinhos me protegerem. Sou virada bruscamente e me deparo com uma parede de músculos me segurando. Senhor, que homem é esse?

– Quem é você? – Ele pergunta mais baixo e eu sigo olhando para baixo com medo de o olhar.

Ele ergue meu queixo com força me fazendo o encarar. Fico completamente estática sem nenhuma reação e ele me olha como se estivesse vendo um fantasma. Ele continua do mesmo jeito que anos atrás mas agora há uma barba ralinha e seus olhos azuis estão intensos como se fosse a primeira vez que me viu quando a diretora o apresentou para todos.