CORRA COMIGO | ROMANOGERS
Ex-capitão do 107º Regimento de Infantaria, Steven Rogers segue uma rotina pacata na CIA até que uma ligação muda totalmente a sua vida. Designado à proteger a filha do candidato a presidente do país, ele se vê perdido quan...
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Como justificar um coração partido?
Para os especialistas no assunto, é uma patologia conhecida como miocardiopatia de takotsubo, mais conhecida como Síndrome do Coração Partido. É considerada uma doença com origem psicológica, mas estudos mostram que, durante a síndrome, os ventrículos do coração não contraem corretamente, simulando um infarto do miocárdio e resultando numa imagem semelhante a um coração partido.
Outros descrevem apenas como uma dor intensa, causada pela perda de um cônjuge ou parceiro romântico, embora a perda de pais, filhos, animais de estimação ou amigo íntimo também pode "quebrar o coração" de alguém, e o sentimento é frequentemente experienciado durante fases de luto e pesar.
No entanto, para Bucky, Steve era a personificação perfeita para retratar esse termo. Não a parte do infarto simulado, obviamente, mas a que retratava a dor intensa que ele nunca soube muito bem como lidar.
Quando o melhor amigo bateu a porta com força ao entrar no apartamento a ponto de vibrar as janelas com o impacto, Bucky não ousou em abrir a boca para produzir um mísero 'a'. Provavelmente levaria um soco no momento que Steven ouvisse sua voz.
Apenas largou os papéis sobre a mesa e rodou o corpo na cadeira giratória para observar o amigo atravessar a sala com pisadas fundas contra o chão e parar diante do saco de areia pendurado no canto do cômodo, iniciando uma sequência pesada de golpes que ecoaram por todo o apartamento.
Steve nem se abalou em cobrir os nós dos dedos com as bandagens ou cumprimentou Bucky ao entrar; era como se ele nem percebesse a presença do amigo ali. O que era bom, James estava preocupado em ser alvo de toda aquela fúria.
Então sem se abalar com a nova trilha sonora, Bucky voltou a rever as imagens das câmeras de monitoramento que hackeou do departamento de trânsito de Seattle. Se Steve precisava de um tempo para absorver o que quer que tenha acontecido, o melhor a fazer era dar isso a ele, por mais que odiasse aquele clima pesado pairando no ar e a curiosidade corroendo suas entranhas.
Vinte e quatro minutos. Foi o tempo que a 'reunião surpresa' entre Rogers e Wilson durou e aquilo indicava um mau presságio. Missões complexas como aquela rendiam horas de conversa e debates sobre planejamentos e abordagens, então aquela reação brusca de Steve foi a confirmação que ele precisava para confirmar sua teoria. Wilson veio dar o ultimato e Steve não sabia como encarar aquela decisão.
Com os olhos ainda presos em cada segundo do vídeo em busca de algum detalhe que fosse interessante para a missão, Bucky percebeu a falta de movimentação ao seu redor. Então girou a cadeira e encontrou Steve sentado no sofá; os cotovelos sobre os joelhos e as mãos afundadas no rosto, além da respiração ofegante.
— O que está fazendo? — Steve perguntou sem ao menos erguer o olhar.
— Me perguntando se devo ou não falar com você nesse estado — o amigo suspirou fundo e encostou as costas no sofá — Você está bem?