𝟑𝟏. Tempo

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N/A – Eu sabotando a mim mesma por mudar o nome do capítulo de última hora 🤡

Natasha nunca foi uma mulher de inércia, de perder a ação quando não havia outra saída além de reagir

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Natasha nunca foi uma mulher de inércia, de perder a ação quando não havia outra saída além de reagir. Talvez tivesse aprendido parte daquilo com a medicina, a outra parte definitivamente obteve durante a guerra. Sempre foi ágil com as mãos, iniciava e finalizava uma cirurgia em modo automático, independente do nível do trauma; o bisturi milimetricamente estável e cada ponto de sutura bem amarrado de acordo com o corte.

Conseguia contar nos dedos quantos pacientes ela perdeu em uma mesa cirúrgica; quantos soldados precisou lutar pela vida para que pudessem voltar inteiros para as suas famílias. Ela sempre se sentiu preparada. Mesmo quando descobriu estar grávida no meio do caos do Iraque, sem saber qual seria o futuro de uma criança que possuiria dois pais em meio à guerra. Mesmo quando Olívia nasceu em uma família totalmente desestruturada, mesmo quando John morreu tão precocemente, a deixando sozinha com uma criança de três anos para criar. Ainda depois de tudo isso, Natasha superou, se reergueu, no entanto não sabia o que faria a partir daquele momento.

Natasha se viu presa em um transe enquanto encarava o buraco de poucos centímetros feito na cabeceira da cama, logo atrás do lugar em que ela estava sentada, apenas restabelecendo a consciência quando Steve a chacoalhou em alerta. Ele já estava vestido, a calça jeans e coturnos facilmente combinando com a camiseta branca e jaqueta azul-marinho que usava, como se tivesse escolhido as peças sem nenhuma pressa, porém Natasha sabia que a partir dali, o tempo não era mais relevante, ainda que cada minuto fosse importante.

— Natasha! — ela teve a impressão que Steve a chamou mais de uma vez pelo modo desesperado que a sua voz soou, mas não havia tempo para retrucar — Vamos! Precisamos ir agora!

Natasha não teve outra reação além de finalmente jogar os pés para fora das cobertas em que ela achou ser uma possível zona de conforto; a mira em laser dançando nas paredes enquanto buscava pelo alvo através da janela. Enquanto saía do quarto, ela ouviu o rangido dos trilhos das cortinas serem arrastadas, Steve provavelmente intervindo o alcance visual de quem quer que estivesse do lado de fora, ainda assim, Natasha não olhou para trás ou reduziu a velocidade dos seus passos.

Com o pânico começando a crescer em seu peito, Natasha correu até o pequeno closet em seu quarto e alcançou as primeiras peças que encontrou, substituindo o conjunto de moletom pelo jeans surrado e coturnos; as mãos trêmulas errando o furo do botão. Na terceira gaveta, ela destrancou o fundo falso e agarrou a Glock G25, checando rapidamente o carregador enquanto encaixava outros dois nos bolsos por precaução.

Ela notou o momento exato que o assobio do vento do lado de fora cessou e o atrito das folhas das árvores se calaram; o mais inaudível ruído se transformando em algo escandaloso. Natasha tentou conter o frio de percorrer a sua espinha quando um estalo de galho se quebrando disparou do lado de fora do chalé, mas foi em vão; ironicamente a natureza parecia ter silenciado seus fenômenos em desejo de alerta-los.

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