𝟐𝟐. Sentimentos confusos

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Uma semana

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Uma semana. Uma semana escondida em um país/cidade totalmente desconhecido/a. Uma semana que a constância do seu mundo foi estremecida e não voltaria mais ao normal. Uma semana vivendo uma rotina que Natalie nunca imaginou encaixar em sua vida.

Não havia muito o que ser feito. Acordar, arrumar o quarto, tomar banho, cuidar de Olívia, preparar o café da manhã – um momento em que Bucky se privilegiava para furtar o que ela cozinhasse, um nítido sinal de que ele era péssimo naquele ofício –, procurar algo que ocupasse o tempo de Olívia e que a fizesse gastar energia o suficiente para que, antes das dez horas da noite, já estivesse acalentada na cama.

Com a escassez de opções para entreter uma criança de sete anos naquele lugar ábdito, além dos inúmeros papéis e lápis coloridos arranjados por Yelena e alguns jogos de tabuleiros, Natalie escolhia, após muita insistência da filha, estar fora da contenção das paredes e janelas do chalé sempre que surgia a oportunidade. Ainda que a baixa temperatura, na maioria das vezes, fizesse seus ossos doerem.

Fez uma anotação mental de nunca mais falar mal do clima instável de Seattle.

Por mais que ela detestasse estar sobre a vigilância de alguém, como de Bucky ou Hill, sempre atentos a sua segurança e a de Olívia, ela preferia se atentar a liberdade da natureza ao invés dos olhares minuciosos: sentir a brisa fria tocar em sua face, aproveitar os poucos momentos em que o sol resolvia aparecer dentre as nuvens de outono, ouvir o canto dos pássaros, tentar esquecer que a sua vida estava ruindo, presa naquela solidão.

Não que Natalie estivesse em cárcere – ela considerava a situação um pouco semelhante  –, mas se pudesse escolher qualquer outro lugar para estar dentre tantos outros, com certeza não seria aquele. Estava com saudades de casa, do seu trabalho, até mesmo dos plantões exaustivos. Entretanto, precisava lidar com uma coisa por vez. (Voltar a) Surtar estava fora dos seus planos.

Durante uma manhã, quando o clima esquentou mais do que o normal para aquela época do ano, Natalie e Olívia fizeram algumas tentativas frustradas de pescaria na beira do rio. Ainda que tivessem a ajuda de Bucky, que ensinou Olívia a prender a isca viva no anzol e deu conselhos sobre os peixes sentirem as vibrações fora da água, apenas ele conseguiu fisgar um único peixe, mas para a sua frustração – que planejou uma janta que ao menos sabia cozinhar –, Olívia conseguiu convencê-lo a deixar o animal em seu habitat.

— Bye, bye, jantar... — ele murmurou, recolhendo a linha da sua vara de pesca.

— Ela é uma criança, Barnes.

— E só por isso eu devo ficar sem comer? — Natalie o cotovelou aos risos, adorando ver a indignação que Olívia causava em Bucky.

— Tem comida no armário, Barnes — retrucou Olívia, os braços cruzados, repetindo o tom de autoridade da mãe — Você deveria saber disso já que queima tudo que cozinha.

RUN with ME | romanogersWhere stories live. Discover now