Poseidon (Autora: Sra.Jeon)

Capítulo 2 - Prazer, Afrodite!

Nas gloriosas dependências do imenso palácio subaquático de Poseidon, Heiya se achava dona e senhora, e ele, cego de paixão, não via o quanto todos a detestavam. Claro, ela era uma sereiana e sereianos seduzem aqueles que são de seu interesse, o resto os veem como realmente são. 

Enquanto a mulher tão bela quanto arrogante o servia muito bem em sua cama, tanto quanto servia ao general do reino vizinho e ao rei do seu povo com quem planejava o golpe para usurpar o comando dos mares, Poseidon, alheio às suas tramas, apenas se deixava satisfazer. 

Ele a tinha como que em uma redoma, ou, pelo menos, achava tê-la. Ninguém podia se aproximar, Heiya era sua obsessão. Muitos inocentes perderam a vida por causa dela. A mulher divertia-se vendo tsunamis levarem embora milhares de vidas, achava graça.

Poseidon nunca fora do tipo que se divertia com o sofrimento alheio, embora fosse muitas vezes duro, o que era necessário em sua posição, mas ao lado dela, mudava totalmente. O encanto imundo que ela exercia sobre ele parecia inquebrável e seus irmãos estavam prevendo uma catástrofe.

Quando há oitocentos anos o reino entrou em colapso por causa do golpe mal sucedido de Heiya e Apôgeon, rei do clã de sereianos do qual Lys descendia, Hades preferiu fazer com que Poseidon acreditasse na morte dela. Seria mais fácil, mas o que ele não esperava era que a dor corroesse seu irmão por séculos.

Nem seu reino era tão obscuro quanto o coração de Poseidon havia se tornado com a perda de Heiya. Seus melhores amigos, os generais marinas H eT passaram a ser comandados por ele com a mesma frieza e indiferença que aos outros cinco.

Faziam parte de sua tropa especial sete generais marinas, os generais H e T, C, K, S, L e J. Todos eles sem exceção detestavam Heiya.

General C, era alto e tinha magníficos cabelos azuis-claros. Forte e de ombros largos ostentava várias medalhas de combate e estava sempre devidamente uniformizado independente da hora que se cruzasse com ele nos corredores do Marina. O queixo anguloso e a expressão forte de seu belíssimo rosto eram características marcantes, mas apesar da aparência um tanto brava, um brilho brincalhão estava sempre escondido em seu olhar. Ele era especialista em combate corporal direto, e habilidoso com espadas pesadas.

General K era magro e alto. Tinha músculosfirmes e bem definidos apesar do pouco peso. Seus cabelos eramcastanho-escuros e seus olhos negros pareciam jabuticabas brilhantes e sedutoras. A pele levemente canelada e o rosto pequeno de formato quadrado lhe conferiam um ar um tanto quanto apimentado e perigoso. Ele era especialista em artes marciais e combate com lança.

S, o mais velho deles, na verdade apenas 3 anos mais velho que C, era alto e de músculos bem definidos. Cabelos pretos levemente arrepiados num topete que deixavam transparecer sua personalidade brincalhona. Ele tinha o dom de fazer as pessoas sorrirem e sentirem-se bem, mas também era uma fera em campo de batalha. Sua beleza e simpatia em nada desmereciam seu poder de combate. Ele era perspicaz e feroz, exímio arqueiro e espadachim ambidestro, General S quase sempre era um trunfo em guerra.

General L tinha uma aparência bem frágil e se assemelhava muitas vezes a uma garota por suas feições delicadas, mas era só ele começar a treinar sem camisa que as mulheres ficavam loucas. Por baixo de toda aquela fachada de bons modos ele era conhecido como o Lobo dos Mares, porque tanto em guerra quanto na arte da conquista era perigoso. Sua sutileza e ataques furtivos eram seus ases.

General J era bruto, seu porte parrudo assustava de cara. Estava sempre com o cenho fechado e não era de falar muito, quando falava se limitava a dizer o necessário. Assim como os outros generais ele tinha sua beleza peculiar. Um charme enigmático que só ele era detentor. Seu carisma era justamente o ar misterioso que mexia com o imaginário das pessoas. Ele era ótimo em combate corporal e fazia uma excelente dupla com o general C nesse quesito. Tinha habilidade com todos os tipos de armas existentes, mas sua arte de defesa era seu ponto forte. Podia esquivar-se de praticamente qualquer ataque, armado ou não.