Capítulo 6 - Amor de Adeus.

877 98 36
                                    


CASTELO MARINA

H dispersou a tropa para que pudessem descansar um pouco. General T, que não estava com uma cara muito boa por conta da morte desnecessária de alguém da sua espécie resolveu que era hora de tocar em algo que machucava tanto a ele quanto ao General H.

- Sabe que ela nunca aprovaria esse seu comportamento, não sabe?

General H virou nos tornozelos como em câmera lenta e encarou o mais novo com um olhar que significava "cala a boca", mas General T mesmo sendo calmo por natureza não se deixou intimidar.

- O que a Crystal pensaria se te visse agir desse jeito?

H agarrou T pelo colarinho encostando-o contra a parede com tanta força que o corpo de sereiano emitiu um baque oco contra a camada de conchas.

- Eu não quero ouvir o nome dela! - rosnou H.

- Você mudou muito, meu amigo. E não foram as batalhas que fizeram isso com você. Foi a morte da minha irmã, não foi? Por que não se abre comigo como costumava fazer?

General H desferiu um soco na parede bem ao lado de T fazendo um buraco fundo na superfície.

- Crystal está morta e aquele H morreu com ela naquele dia. Se tocar nesse assunto de novo eu vou me esquecer que um dia fomos como irmãos. Entendeu?! - ele soltou T abruptamente e se encaminhou para a sala de treinamento.

General T sabia o que vinha a seguir. Ele passaria horas descontando a raiva nos sacos de pancada e picando e perfurando bonecos de treinamento como se eles representassem cada sereiano que julgava culpado pela morte de Crystal.

NOS MARES GELADOS DO POLO NORTE

- Então é verdade? O encanto está cedendo? - perguntou Apogêon.

Ele e Heiya estavam aproveitando a banheira de água salgada especialmente aquecida por sua criada particular. Uma jovem e linda sereiana que Heiya levou para servi-los.

A pele canelada e os longos cabelos negros da mulher denunciavam seu parentesco com um outro sereiano que Heiya detestava. Ela detestava sereianos bonzinhos, então resolveu castigá-lo por ser o que não deveria.

Para Heiya, era contra a natureza dos sereianos se juntar com humanos ou ter sentimentos como piedade e compaixão. E o irmão daquela mulher tinha tudo aquilo que lhe dava vontade de vomitar.

- Sim, está bem fraco. Quase não sinto mais a ligação. - a mulher suspirou passando os dedos pelos cabelos loiros, desembaraçando-os.

- Crystal! - gritou para a morena que logo surgiu na porta do aposento – A água está ficando fria, traga mais água quente agora!

- Sim, senhora. - respondeu de imediato.

Crystal, irmã mais nova de T e noiva de H, não se lembrava de nada do período anterior àquele em que começara a servir Heiya e Apogêon nos mares gelados do Polo Norte, mas em sua mente um sussurro de lembrança incomodava. Era como uma pequena agulha espetando-lhe o coração. Sentia muita falta de duas pessoas que não sabia quem eram. E a sensação que pertencia a mares quentes e braços igualmente calorosos assombrava-a.

Passou correndo de volta ao aposento onde a grande banheira acomodava seus senhores e se olhou brevemente no espelho. O rosto de um homem parecido com ela tremeluziu no reflexo a fazendo derrubar a água que carregava.

- O que está fazendo, sua inútil?! - gritou o homem.

- Perdão, Senhor, vou buscar mais imediatamente.

Poseidon (Autora: Sra.Jeon)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora