vinte e quatro

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CAPÍTULO VINTE E QUATRO

 

Olhar fixamente para uma porta pode realmente mudar alguém como pessoa. É algo que faz as pessoas pensarem demais em coisas estúpidas e perguntarem-se sobre coisas estúpidas como rapazes e raparigas universitários que usam roupa hippie. Especialmente aqueles que disseram que estavam a sair para o almoço horas atrás e ainda não voltaram.

Na verdade, levantar-me e abrir a porta do armário parece uma boa ideia, mas sentar-me e olhar para ele soa melhor. O armário não me lembra de Harry, meio que lembra os cincos anos em que me sentei aqui a pensar que a pior coisa que poderia acontecer-me seria um estúpido rapaz da faculdade sair. Mal sabia eu que a pior coisa era apaixonar-se por um deles.

O que é realmente uma porcaria é que a única outra vez que eu estive apaixonada por alguém em que tinha confiado, bem, morri por causa disso. Ou, talvez eu tenha morrido porque confiei demais?

Na verdade, a única coisa que realmente é uma porcaria é que eu confio muito em Harry e ainda assim ele apenas vai embora. Ele caminha para fora, mesmo sabendo que a pessoa que eu mais odeio se vai casar com a sua irmã e sou forçada a vê-lo todos os dias.

Não ouvi nada no último par de horas, então a abertura de uma porta parece estranho. Felizmente não é a porta do armário, porque eu não me lembro de levantar-me.

O que deve significar que é a porta da frente. Embora não consiga decidir quem é. Provavelmente é Harry, mas também poderia ser Elizabeth, ou talvez Alfie e eu realmente não consigo decidir qual é o pior para ver no momento.

Se é Harry, ele vai saber exatamente onde estou a esconder-me porque ele é o Harry e eu vou ficar muito sobrecarregada com o facto de que ele se lembrou de algo sobre mim e esquecer todas as coisas horríveis que ele fez. Ou talvez eu chore e ele me conforte e eu esqueça tudo sobre ele, porque a sua atenção está finalmente de volta em mim e não na Eliza-bitch.

Ou talvez se for ela, eu salte para fora do armário e provavelmente a assuste de morte. E se isso não a matar, talvez eu apenas tenha de fazer da forma mais fácil. Mas, novamente, não sei como é possível para alguém que já está morto matar alguém que não está.

E se for Alfie, provavelmente vou chorar e gritar com ele, porque a única coisa que tenho pensado nas últimas horas ao lado de Harry é em Alfie e todas as coisas que eu deveria dizer-lhe. O que provavelmente não vai acabar bem.

Pelo menos se é Alfie, ou Elizabeth eles não vão encontrar-me, ou eu nunca vou saber, porque teria de levantar-me e abrir a porta do armário, que eu não tenho planos de tencionar fazer.

Elizabeth e Alfie provavelmente não estariam a fazer passos excessivamente altos e dizer: "Vi?" Com uma voz suave, tampouco, quase choramingando.

Apenas fico a olhar para a porta, meio que à espera que ele vá abri-la, e meio esperando que não. Eu não sei o que pensar ou sentir agora, na verdade. Não é justo que Harry possa simplesmente fazer o que ele quiser e nem mesmo ser afetado e eu tenho que ficar neste apartamento e ser afetada por tudo o que ele faz.

"Vi? Babe, onde estás?" Ouço de novo e é mais alto desta vez. Provavelmente deveria esconder-me, talvez estalar os dedos, fingir que estou a dormir de novo, mas a única coisa que posso fazer é sentar-me e olhar para a porta, o que é muito lamentável.

Harry parece fazer algum barulho lá fora até que a maçaneta da porta gira. Fecho os olhos, a porta abre-se totalmente e não consigo ver Harry por alguns segundos. O que é muito triste, então abro-os muito lentamente e olho para Harry, que parece um pouco stressado e muito triste.

touch [PT]Where stories live. Discover now